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Camelot 3000


Sim, meus amigos! Eu tenho em minhas mãos o maior safadeza do ano (ou do ano passado, mas isso não importa): Camelot 3000 da “Editora” Mythos! Mas antes que vocês comecem a jogar pedras em mim e me chamarem de idiota por gastar 60 pilhas nisso, eu tenho que esclarecer: Esse encardenado não é meu (quem dera ser rico que nem o Hell)! E sim de um amigo otári… quer dizer… de um amigo nerd que me emprestou! Então como não fui eu que dei essa facada na carteira, poderei fazer um review sem querer achar uma desculpa pela burrada ou querer fazer furioso por ter gastado todo esse dinheiro em uma revista. Mas será que apesar de tudo terei vontade de comprar um desses para mim? Bem, clique aí em baixo e descubra:


Camelot 3000
Por Mike W. Barr (Roteiro) & Brian Bolland (Arte)
Para começo de conversa, apesar de ser um nerd bastante jovem, li os maiores clássicos dos quadrinhos dos anos 80 graças ao meu pai e tio ex-nerds (existe ex-nerd?). Sendo assim, desde garoto já tinha conhecimento sobre Watchmen, V de Vingança, O Cavaleiro das Trevas, Elektra Assassina e etc. Mas nunca tive o prazer de ler o elogiado Camelot 3000 até agora. Por isso, tudo que eu li nesse encardenado foi novidade para mim.
A historia? Era uma vez o planeta Terra no ano 3000 (dã!)! E esse mundo está apanhando mais que anão na moda do “Pedala, Robinho” para os Alienígenas que invadiram essas terras. Só quêêêêêêêêê… o jovem Tom sem querer querendo acaba despertando o Rei Arthur de um sono profundo e trazendo de volta toda sua távola redonda como dizia a profecia de que eles retornariam assim que a Inglaterra sofresse alguma ameaça! Mas além de terem que porrar alguns ETs, e a meia-irmã de Arthur, Morgana, os cavaleiros que dizem Ni ainda terão que enfrentar algumas pessoas poderosas da própria terra.
Pela dança da tartaruga!!! Que texto enxuto, adulto e sério! São mais de 300 páginas que você devora rapidinho. Se você acha que esses temas políticos presentes nos quadrinhos atuais (Quarteto Fantástico, Homem de Ferro, Thor, Authority, Os Supremos e mais uma penca) é novidade, está completamente enganado! Tudo isso começou nos anos 80 e Camelot 3000 é mais um exemplo dessa extensa lista.
O roteiro é de uma atualidade impecável, quase impossível perceber que essa saga foi escrita há uns 20 anos atrás. Mas mesmo assim, contêm um espírito oitentista (como no figurino dos personagens).
Elogiar a arte de Brian Bolland é chover no molhado. O cara entende de anatomia e sombras como poucos. Com um traço bastante realista, seu desenho chega a chocar em alguns momentos da história (principalmente nas reações dos personagens). Bolland não dormiu no ponto e depois revolucionou o mundo do Batimá ao lado do Mestre Alan Moore em A Piada Mortal. Por onde anda o cabra hoje em dia?
“E aí, Mallandro? Gostou?” Adorei! “Quer ter na sua coleção?” Mais que ontem e menos que amanhã! (Nossa! Que poético!) “Então vai comprar esse encardenado, né?” Má nem passando o lico de cair pinto no Batimá!
Agora que eu rasguei a seda da obra, irei chutar o balde da editora.
Por mais imperdível que seja a série, os caras abusaram com os nerds. Capa cartolinada que pode amassar facilmente (e perde a tinta com o passar que se abre mais a revista para ler), um papel que mais parece papel ofício e que fede para cacete! (não estou brincando! O papel fede mesmo!) e nenhum extra. Não existe desculpa alguma para cobrar tudo isso por um álbum sem o menor luxo!
Se viesse em capa dura, papel especial e alguns extras, matava esse dinheiro fácil-fácil (até mais se bobeasse)! Mas como não veio, então quem perde sou eu por não ter essa obra na minha estante e a Mythos que não vai vender isso nem para 50 pessoas.
Mesmo assim é uma história única que provou para mim o porque é tão famosa e elogiada.
Agora dá licença que vou correr para alguma gibiteria ou sebo tentar comprar a revista em formatinho!
A Obra? É Fácil! É Nota 10!
A Editora? É Fácil! É Nota ZERO!
Camelot 3000 tem 308 páginas e custa R$ 59,90. Se você estiver afim de pagar essa baba, clique aqui

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