Dr. Estranho Vertigo
O Doutor Estranho sempre teve um visual brega e exagerado, nunca foi um grande sucesso em vendas no campo dos quadrinhos, alternando altos e baixos de popularidade, mas nos anos 90 com o sucesso da linha Vertigo da DC e de histórias com temática xófen noventista de magia, demônios e afins fez a Marvel ver a oportunidade de embarcar nesse trem com o Doutor Estranho.
O Dr. Estranho estava passando por um período mercadológico conturbado, a onda Image Comics crescia e isso impactava as vendas da Marvel e eles tentavam de tudo pra levantar os números dos títulos que estavam sendo publicados, no meio dessa indefinição os editores acreditaram que uma repaginada no visual do personagem era necessária e atiravam pra todos os lados sendo que em 3 edições o personagem ganhou 3 designs diferentes…
Strange estava lutando contra a feiticeira Salomé, que o destituiu do título de Mago Supremo, entre reviravoltas e reviravoltas o Dr. conseguiu absorver o poder dos feitiços da sua antagonista, se fortalecendo, ao final da saga ele sofre uma transformação, ganha um novo uniforme e rejuvenesce…
O visual recém criado era mais heroico, numa abordagem parecida com a iniciativa frustrada de 1974 de dar ao Mago uma vibe mais super herói…
Apesar de ter aparecido primordialmente na edição #175 de Doctor Strange Sorcerer Supreme pelas mãos do desenhista Mark Buckingham, ele só foi “refinado” na edição seguinte por Peter Gross, com o personagem sendo retratado de forma mais esguia e seu uniforme menos heroico, ganhando uma estileira mística noventista que estava em alta com Sandman e Hellblazer na concorrência.
As histórias do Estranho mostravam o personagem transitando por mundos psicodélicos e assustadores, contra demônios e criaturas ancestrais com seu novo visual cool de oclinho, mas acabaram por não atrair novos e jovens leitores, e também AFASTARAM os poucos leitores antigos que ainda mantinham a revista, com isso ao final da saga do Pesadelo o “boost” de poder que garantia a juventude e o visual novo do Estranho acabou e ele deixou seu traje Vertigo e madeixas compridas pra trás depois de 5 edições…
Foi isso, uma proposta de visual que deixava de lado a breguice das mangas bufantes, colarinho pontudo, collant de balé e faixa na cintura pra algo mais sóbrio estiloso e que mantinha cores e referências do traje tradicional. Infelizmente a inconstância dos artistas da época deixavam o visual pouco atrativo dentro das páginas de Doctor Strange, sendo que ele só ficou foda mesmo nas capas que Gross produzia.