Rodada de dicas para o dia das bruxas 3: Hqs
Para encerrar a semana de indicações para o Dia das Bruxas, o post que vocês estavam esperando: hqs de terror! Sim, eu sei, eu frequentemente falo sobre as mesmas obras e os mesmos autores, então desta vez eu tentei variar e indicar coisas que normalmente passam batido em termos de indicações em outros sites ou que não são indicados o bastante. Todas as hqs citadas aqui foram publicadas no Brasil em anos mais recentes, então dá para encontrá-las tranquilamente por aí. Acho que não preciso dizer, mas ressalto que nenhuma destas hqs aqui citadas são recomendadas para crianças. TEJEM AVISADOS.
5 – VAMPIRELLA – GRANDES CLÁSSICOS
Bom pra quem curte: vampirella, hqs de horror clássicas, terror soft, erotismo soft
Uma das personagens mais conhecidas pelos entusiastas do gênero, Vampirella começou na Warren Publishing como apresentadora de horror, ao lado do Tio Creepy e do Primo Eerie, mas logo seguiu um caminho distinto de seus colegas, tornando-se protagonista de suas próprias histórias. Uma das fases mais memoráveis foi produzida por Archie Goodwin e José Gonzalez, que definiram, não só alguns dos principais aspectos das histórias da personagem como também o estilo visual que todo mundo lembra quando pensa em Vampirella.
Esta edição, publicada pela Mythos, compila as edições desta parceria e é uma boa pedida para começar esta lista.
4 – SUICIDE CLUB
Bom pra quem curte: manga, temas da vida real, temas adolescentes, mistério, suspense
Apesar de ser a versão manga do filme japonês homônimo, Suicide Club de Usamaru Furuya não é uma adaptação fiel do filme, seguindo caminhos diferentes da história original. No manga, o suicídio de 53 garotas que se atiraram na frente de um trem causam comoção no Japão, mas são só o começo de uma onda de mortes estranhas, todas relacionadas a uma estranha jovem.
Eu costumo dizer que “japonês não sabe brincar” e, quando faz terror, vai realmente a fundo na coisa. Suicide Club, apesar de não ter uma história tão elaborada quanto as de um Junji Ito, é bastante perturbadora, especialmente por lançar luz sobre alguns problemas bastante comuns pelas quais as jovens estudantes japonesas (e de qualquer lugar, na verdade) passam na tentativa de encontrar sua identidade e pertencer a um grupo.
3 – A SERPENTE VERMELHA
Bom para quem curte: manga, gore, grotesco, terror psicológico, horror gráfico
Quem já leu “Panorama of Hell”, sabe que Hideshi Hino não brinca em serviço e com A Serpente Vermelha não é diferente. Em uma casa bastante misteriosa vive um menino que tem que lidar com uma família perturbadoramente bizarra. Como se não bastasse, ele começa a se sentir estranhamente atraído para um espelho que bloqueia a entrada de uma parte da casa, onde, segundo seu avô, vive coisas que ele não gostaria de trazer para a luz – como a serpente vermelha do título.
Não se engane pela arte aparentemente simples: A Serpente Vermelha é bizarro, grotesco e perturbador.
2 – HIDEOUT
Bom para quem curte: terror psicológico, suspense, mistério, realismo gráfico
Com uma arte-final beirando ao realismo que cria um clima bastante assustador, Masasumi Kakizaki cria uma típica história de terror que, apesar da sua simplicidade, é extremamente eficiente como obra do gênero. Na história, um homem resolve levar a ex-mulher para tentar consertar seu casamento (apesar que, sem ela saber, a intenção dele é outra). Mas o plano não sai exatamente como planejado e de predador ele acabará sendo presa de algo muito pior.
Hideout surpreende pela arte detalhada e narrativa claustrofóbica e é definitivamente vale a leitura.
1 – ALENA
Bom para quem curte: terror psicológico, temas adolescentes, mistério, suspense
Aparentemente, o dia a dia estudantil é traumático o suficiente para render ótimas histórias de terror. Assim como Suicide Club, essa hq sueca mostra as dificuldades de se superar a adolescência, ainda mais se você possui esqueletos no armário. Na história, Alena é uma jovem que sofre bullying no internato de classe alta que ela é obrigada a frequentar desde que foi transferida. Sua única amiga é Josefin, que faz de tudo para garantir que Alena não sofra nenhum mal. Só tem um problema: Josefin está morta.
A exemplo de obras como Deixe Ela Entrar, o suceco Kim W. Andersson navega pela selva que é a vida em uma escola quando você é o esquisito e marginalizado, e o horror que advém não dos mortos, mas sim dos vivos.
0,5 – FRAGMENTOS DO HORROR
Bom para quem curte: grotesco, terror psicológico, terror gráfico, terror lovecraftiano
A posição extra vai para Junji Ito, não só por ele ser hors-concours, mas também porque esta obra, recém publicada pela Darkside Books por aqui, é uma antologia de contos com histórias não conectadas umas às outras. De uma mulher eroticamente obcecada por uma casa antiga a um jovem amaldiçoado por ser alimentado por uma mulher pássaro que salvou a sua vida, passando por uma jovem com fetiche por ser dissecada, Fragmentos de Horror tem histórias estranhas, bizarras e fora do comum, bem ao estilo Junji Ito de ser.
Bem, é isso, encerro aqui minha trilogia de indicações para o Dia das Bruxas. E bom halloween!