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A Gente Jogamos (?): The Wolf Among Us

Recentemente, tive uma grata experiência um jogo de videogame chamado The Wolf Among Us (O Lobo Mongol dos Estados Unidos) e resolvi escrever uma crítica no Mdm sobre ele . Neste momento, já posso até ouvir o absorvente de todos vocês estourando “Porra, crítica de videogame no Mdm, vaitománocú estagiário FDP! Aqui é só quadrinhos pooorraaaaaa”, “Esse cara mal chegou e já quer ir fazendo duas críticas seguidas, e tudo sobre coisa merda e mimimi e bóbóbó”, ao que eu só posso responder uma coisa: Fodam-se. Eu posso escrever aqui sobre o que eu quiser o Hell deixar e vocês não, então vão chorar na cama que é lugar quente. Além disso, estou fazendo esta crítica aqui justamente porque é de um jogo baseado (fortemente, diga-se de passagem) na HQ Fábulas. Também ajuda o fato do jogo ser foda.

The Wolf Among Us é um jogo no estilo adventure feito pela Telltale, mesma produtora do jogo de the Walking Dead (eu fiz um post no meu mais ou menos finado blog sobre o primeiro episódio, e gravei um podcast com o Bruno Carvalho do 99Vidas a respeito da primeira temporada em duas partes, se quiserem saber mais). The Wolf Among Us, assim como the Walking Dead, não é um jogo tradicional, ele é o que se chama de jogo episódico, isto é, o jogo é como uma temporada de um seriado com cinco episódios, onde você pode piratear comprar os episódios conforme vão saindo ou comprar a temporada inteira de uma vez com descontos. O último episódio da primeira temporada saiu em Julho/14, então vocês não precisarão esperar pelo próximo episódio por meses como eu.

O jogo tem, além das ações clássicas de um adventure (do tipo clique nas coisas para examinar/usar/chutar/etc), o mesmo diferencial do jogo de The Walking Dead, onde suas decisões em diálogos e cenas de ação podem afetar o desenrolar da história, mais ou menos como nos finados livros-jogos do Steve Jackson. Ele foi lançado para uma cacetada de plataformas, no caso PS3/Xbox360/PC/MAC/IPhone/IPad (nada de Android para pobres como a maioria de nós), então dificilmente você terá uma desculpinha esfarrapada para não jogar.

The Wolf Among Us se passa no mesmo universo das HQs de Fábulas, porém a história se passa 20 anos antes da HQ. Os criadores da HQ confirmaram que os acontecimentos do jogo fazem parte do canon de Fábulas, então o que ocorre aqui tá valendo, sem a necessidade de retconizar nada (até onde eu lembro).  Isto é uma grande vantagem pois desta forma leitores velhacos de Fábulas não tem tanta vantagem sobre cabocos que nunca leram nada do universo (salvo saber que x ou y não morrem). O jogo é uma espécie de investigação noir, com o personagem principal de Fábulas, Bigby Wolf (vulgo Lobo Mal) sendo o detetive. No caso, Bigby esta investigando o assassinato de várias fábulas/garotas de programa (mais ou menos como a mãe de vocês).

Sua Mãe.

A história do jogo é bem foda, emulando bem o clima das HQs, ao mesmo tempo dando uma nova chance a quem nunca leu essa porra achando que Fables é coisa de viadinho baseado em Once Upon a Time e afins (dica:foda-se). Mais que isso, o clima do jogo é bastante pesado, meio opressivo, passando a impressão que os personagens estão lutando com algo que é muito maior do que eles. Outro aspecto positivo é o visual do jogo, que é muito similar ao traço original da HQ. A personalidade dos personagens no jogo é fiel às Hq, e os personagens agem como você espera, com o Bigby Wolf sendo meio selvagem e a Branca (de neve) sendo mais conciliadora, tudo isto através de um trabalho competente dos dubladores, bem como ótimos diálogos, como visto anteriormente no jogo de The Walking Dead.

Enquanto aqui até o porco fuma, na série de Constantine…

Jogos da Telltale são muito mais uma experiência narrativa do que um jogo propriamente dito. Apesar de haverem segmentos de ação (feitos através de quicktime events simples, mas que podem alterar o desenrolar da história), o foco é na trama, e, principalmente, nas decisões que você toma durante as conversas. Em vários momentos chaves do jogo, você pode escolher o que o Bigby irá responder e reagir às situações que se apresentam. Assim como em The Walking Dead (o jogo), dependendo do que você fala ou de como você resolve agir, os personagens ao seu redor se adaptam a isso. Se você mente para uma pessoa e ela descobre, ela agirá de forma desconfiada a próxima vez que a vir. Se você sair barbarizando geral e sentando a porrada em todo mundo, ninguém irá querer falar com você.

Um aspecto que me surpreendeu no jogo foi a sua violência: Devido a algumas decisões que eu tomei meio que inadvertidamente, meu Bigby acabou sendo violento pra caralho, matando e assustando gente para tudo quanto é lado, contrastando com The Walking Dead, onde eu era mais contido e racional. Além disto, o jogo tem vários momentos onde você pode usar métodos de interrogação avançados (conhecidos popularmente como tortura), e você pode acabar tomando uma decisão do tipo “dar uma prensa no meliante” e ver o Bigby arrancando o olho dele ou algo assim. Apesar disto, sugiro que, caso alguém vá jogar, que não tente carregar o save e tomar outra decisão quando se arrepender de algo que escolheu, pois isso é coisa de viadinho diminui a história e o impacto das suas decisões (e é mais ou menos como ler um livro jogo marcando o parágrafo de onde você veio para voltar caso tenha tomado uma decisão ruim).

“Eu sempre carrego meu save quando algo sai errado”.

Contudo, nem tudo são flores: os dois últimos episódios não são tão bons quanto os primeiros, especialmente quando já se sabe quem é o culpado, mas mesmo estes tem seus momentos, como a luta do Bigby com a Blood Mary (olha o spoiler padrão Mdm!). Finalizando, se você gosta de Fábulas, ou se gostou de The Walking Dead: The Game, vale a pena você experimentar The Wolf Among Us. E se você acha que videogame é só tiro, porrada e bomba, coloca uma dentadura no cu e ri pro caralho!

Nota: 7,5

E que venha o jogo o jogo da TellTale de Game of Thrones, que eu garanto que, baseado na minha experiência com os jogos deles tem tudo para ser muito foda  (ok, não gostei tanto de Back to the Future). Aliás, se um dia algum de vocês for fazer alguma coisa (tipo um podcast, por exemplo) de Game of Thrones e precisar de gente para participar, podem me chamar que eu manjo, além de estar facim, facim (quem eu quero enganar, única coisa que receberei de vocês é um “Vou comer o cú da sua mãe”, ou algo assim)

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