Review: Wasteland 3
Já falei aqui trocentas vezes da minha paixão pela franquia Fallout. Já fiz vários posts sobre os games e inclusive gravei sozinho um episódio do nosso podcast sobre o futuro da franquia.
Por gostar tanto da série eu sempre dou uma olhada na série Wasteland, que iniciou nos PCs lá no final dos anos 80 e foi a grande inspiração para o primeiro Fallout.
Eu joguei o primeiro game mais ou menos na época e ele foi inovador pro que se propunha: um RPG pós-apocalíptico com muita história e um grande mundo a ser explorado.
Em 2014 a inXile Entertainment (que tinha feito um remake do The Bard’s Tale em 2004) lançou um Kickstarter pra fazer uma sequência do primeiro Wasteland. O projeto foi apoiado com sucesso e saiu um RPG com combates por turno bem similar ao X-Com (outro game que eu gosto muito).
Depois, em 2020, a empresa lançou um outro título: Wasteland 3, que é uma sequência direta da história do segundo.
Nos jogos da série Wasteland, você faz parte dos Arizona Rangers, uma equipe de pessoas que quer ajudar os sobreviventes da guerra nuclear e tentar reconstruir aos poucos a civilização que conhecíamos, no meio de um mundo violento e escasso.
No final do segundo jogo os Rangers do Arizona estão passando por um perrengue: o número de integrantes de suas equipes está caindo e eles estão sofrendo com falta de água e comida.
Com isso, no começo do terceiro game, os Rangers vão até até as terras congeladas do Colorado em uma missão: negociar apoio com o Patriarca, governante auto-proclamado do Colorado. Ele prometeu recursos pra ajudar a luta dos Rangers.
Nessa missão seu time, a Equipe Novembro, sofre uma emboscada e é quase dizimada, sobrando só dois rangers. Agora, isolado no Colorado, você começa a trabalhar com o Patriarca, que pede para os Rangers caçarem seus três filhos, que fugiram de sua base e estão cada um tentando afetar o futuro do Colorado à sua maneira.
A partir daí, é sua escolha o que fazer com a história, que vai se ajustando à medida quye você vai tomando suas decisões.
Eu joguei o primeiro Wasteland no meio dos anos 90 e o segundo na época que saiu.
Não fui muito longe em Wasteland 1 por não saber nada de inglês na época e também pela dificuldade absurda das mecânicas dos jogos de PC antigos.
Eu cheguei mais ou menos na metade do Wasteland 2 quando saiu. O jogo ficou muito longo e a história não me pegou.
Por isso que, quando saiu o Wasteland 3, deixei de lado… Até agora!
Eu tinha acabado de terminar o Marvel’s Midnight Suns (ei, já leu o meu review?) e ainda estava sedento por mais um game de combate por turnos. Aproveitei que Wasteland 3 estava na promoção e fui lá ver qual é.
Pra minha surpreza, eu tive uma excelente experiência com o jogo.
O combate é por turnos, mas rola bem mais rápido. Primeiro você joga o turno com todos os seus personagens. Depois os inimigos se movimentam todos ao mesmo tempo, poupando um tempão na duração dos combates.
A história é muito boa: ela se adapta de acordo com o que você faz. Com o tempo você vai descobrindo várias coisas sinistras sobre o Patriarca e os Rangers, além de poder conversar com os filhos e com muitos outros personagens. Cada decisão tomada tem que ser pensada com muita calma.
E esse terceiro game de Wasteland, além disso, tem aquele humor clássico da série Fallout que caminha em cima de uma linha muito fina (sem cair) entre o pastelão e o surrealismo. COISA FINA!
Fora que a trilha sonora do jogo é sensacional (tenho várias músicas na minha playlist de favoritos do Spotify). Mary Ramos, consultora musical dos filmes do Tarantino, foi contratada pra parte sonora de Wasteland 3.
Resumindo: se você sente falta de um jogo tipo X-Com e dos dois primeiros Fallouts isométricos, Wasteland 3 é um jogo que vai preencher esse vazio perfeitamente. Eu tive uma excelente experiência e ficou um vazio quando o jogo terminou.
Nota 10