Post da convidada: FIQ ontem, hoje e amanhã
Nossa parceira Ana Recalde (Beladona) mandou pra gente um texto super bacana com um apanhado do que foi o FIQ desse ano. Dêem uma olhada aí que tá bem bacana e COMPORTEM-SE nos comentários, heim!
Para quem esteve fora das redes sociais relacionada a quadrinhos ou mesmo nunca se interessou por ver essas porcarias de crianças, talvez não saiba que nesse domingo, 15 de novembro, acabou o FIQ 2015.
Então, se for o caso, explico por aqui mesmo. Há 18 anos existe essa parada em Belo Horizonte chamado Festival Internacional de Quadrinhos, FIQ para os íntimos.
Essa nona edição (sim sim, é bienal o negócio), foi um marco. O FIQ é sempre um importante, temos que ser honestos, pois é esse evento que pauta a produção nacional. É lá que notamos o crescimento de artistas e de sua produção. Mas esse ano, todas as expectativas foram excedidas e a quantidade de autores e autoras foi bem acima da média.
Em uma estimativa baixa e por cima um dos organizadores, Afonso Andrade, disse no seu facebook que conseguiu pegar pelo menos uns 300 lançamentos.
O primeiro FIQ que estive foi em 2009, e lembro bem dos poucos estandes que tivemos para lançamentos independentes. Algumas das grandes editoras nem mesmo colocaram estandes para vender seus quadrinhos e não temos um número oficial de lançamentos.
Mas dá pra ver pelas fotos a diferença brutal entra a produção de lá pra cá.
Isso eram as tendas de gibis em 2009, olha a salinha da assessoria de imprensa!
Agora em 2015! Nem dá pra ver a diferença!
Só para ter uma ideia, esse era o estande da Casa de Quadrinhos em 2009.
De 2013 para 2015, o FIQ simplesmente limou uma exposição inteira para colocar mesas de autores, tornando-se assim o maior celeiro de novidades no mercado dos quadrinhos no Brasil.
2015 foi o ano das Minas?
Bom, não é novidade que 2015 as mulheres deram um basta na misoginia no mundo nerd e tem tido destaque ao falar sobre as tretas que costumam aparecer nos gibis, games, filmes e seriados, vide o próprio podcast do MDM. As coisas estão mudando e as minas não vão mais se calar.
No FIQ isso também se refletiu em algumas ações importantes, como ter mulheres (mais de uma) em praticamente todos os painéis, além de terem escolhido a Ana Luiza Koehler como uma das curadoras desse ano. E não foi apenas nos painéis que isso se mostrou presente, mas nos convidados desse ano, que foram bem diversos, contando com a autora Marguerite Abouet, da Costa do Marfim.
Outra ação interessante, visto que na edição passada teve um problema com uma das cosplayers, esse ano decidiram fazer uma exposição de propostas de redesign de uniformes de algumas personagens dos quadrinhos americanos, chamada Heroica. Teve direito a cosplayers com os novos uniformes desfilando pelo evento!
Cosplayers e autoras responsáveis pelo redesign junto com o organizador Afonso Andrade.
E para fechar com chave de ouro, teve até mesmo estande apenas com autoras, Venus Press!
Se foi ou não o ano das mulheres nos quadrinhos brasileiros, é difícil dizer, mas mostra um pouco do que teremos no futuro, menos diferença de gêneros.
E que venha o FIQ 2017, que já estou ansiosa.
Por Ana Recalde