O que Bendis tem a dizer sobre Orson Scott Card?
Talvez vocês se lembrem – ou não – recentemente o Superman foi envolvido por uma polêmica, anterior ao “snap” snyderiano: a contratação, pela DC, do escritor de ficção-científica Orson Scott Card, um ativista apaixonado contra os direitos LGBT na gringa. Orson escreveria uma HQ digital do Superman, e os fãs reagiram muito mal a isso, pressionando a DC até o engavetamento do projeto.
Pois bem. Em seu Tumblr, Brian Michael Bendis, o Marvelman da contemporaneidade, respondeu a um leitor que perguntava o que ele achava da “caça as bruxas” à Card.
O careca marvelado começou dizendo achar um troço complicado privar alguém de realizar seu trabalho, mesmo que elas não concordem com ele ou com a opinião pública. Mas… Bendis se diz incomodado com o fato de que Orson Scott usa de “palavras bonitas” para produzir um discurso de ódio cujo objetivo é, simplesmente, negar à pessoas seus direitos civis. É tudo tão bonito que sequer parece ser um discurso de ódio, mas é.
Pra piorar, Bendis ainda comentou a relação de algumas pessoas com a ficção-científica: “Muitas pessoas leem sci-fi atrás de um olhar mais evoluído da sociedade e de sua moral, e ficam chocadas em saber que o autor é exatamente o oposto daquelas obras que elas amam”. E pra colocar a tampa do caixão, o careca comentou a satisfação com sua vida pessoal em família, e perguntou porque alguém poderia se opor a que todos tivessem chance de ter isso.
A resposta do Bendis foi maior do que isso, claro, eu peguei a versão resumida do Newsarama, mas se quiser lê-la na íntegra, clique aqui.
Cara, e aí? Em parte, acredito que Bendis tocou o nervo da coisa, ao comentar sobre a ficção e o engajamento de Scott Card na privação de direitos… DOS OUTROS! E o que eu acho interessante é o mimimi do Orson: o cara se sente no direito de dizer o que os outros podem ou não fazer com suas próprias vidas mas… Se sente incomodado quando fazem o mesmo com ele! É como dizia a minha falecida avózinha: “quem gosta de pimenta no olho dos outros, sabe o c* que tem!”