O fim de uma era na animação japonesa?
A viagem de Chihiro, Meu vizinho Totoro, A Princesa Mononoke. O diretor, roteirista e animador Hayao Miyazaki, grande mente (e mãos) por trás destes e de outros clássicos da animação contemporânea, abalou as estruturas de Veneza com o anúncio de sua aposentadoria no Festival de Cinema da cidade.
O anúncio foi feito pelo presidente do Estúdio Ghibli, Koji Hoshino ontem, através de uma carta escrita pelo próprio Miyazaki: “No passado, eu fui chamado diversas vezes para o Festival de Veneza. Eu gosto muito do mundo. Mas gostaria de anunciar que estou me retirando do meu trabalho depois de ‘Kaze Tachinu’ [O vento leva]. Gostaria de dizer adeus.” (chupetei a “carta” lá do site da Folha, e provavelmente tá com problemas de tradução)
Semana que vem Miyazaki dará uma entrevista coletiva em Tóquio sobre o assunto.
Cara, e aí? Que Miyazaki é um gênio, não se discute. Dono de uma grande sensibilidade e um verdadeiro misto de domínio e amor pela arte da animação, é certamente uma aposentadoria que será sentida… Quando acontecer! Sim, porque quase tão notáveis quanto seus filmes são os seus anúncios de aposentadoria – praticamente depois de cada estréia ele se “aposenta”, para logo depois voltar com um novo trabalho arrasador. Sei lá. O próprio pessoal da Folha aponta que pode se tratar de um protesto contra o burburinho negativo que o tema de Kaze Tachinu, baseado num designer de aeronaves famoso no Japão da Segunda Guerra, está gerando. Mas vai saber. Eu sempre acho que deve ser melhor se aposentar no topo, produzindo bem e com qualidade, do que esperar o caldo azedar e tal. Se for fato, Miyazaki sai em boa hora – mesmo dando quase certeza que ainda tem muito por produzir.