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Click
Click é um filme de início, meio e fim previsível, mas que ainda assim é muito divertido e emocionante de se assistir.
Um empresário ambicioso, normalmente ausente da família, recebe uma lição de moral sobrenatural que o faz olhar para dentro de si e reconsiderar a vida, aproveitando-a ao máximo. Não é de hoje que se fazem filmes assim. Para ser sincero, acho que pelo menos uma vez a cada dois anos um filme assim é lançado. Creio que a origem dessa fórmula está no livro Um Conto de Natal, de Charles Dickens, onde o muquirana Scrooge recebe a visita de quatro fantasmas que o fazem virar, no final, um homem bonzinho.
Que eu me lembre, já vi essa fórmula ser aplicada em filmes como Duas Vidas, com Bruce Willis e Um Homem de Família, com Nicholas Cage.
É como aqueles filmes onde pai e filho (ou marido e mulher) trocam de identidade para que um passe a entender o outro. Existem milhões assim.
Assim sendo, Michael Newman (Adam Sandler) é um arquiteto obsessivo pela sua promoção dentro da empresa que trabalha. Isso faz com que ele se afaste de sua esposa, Donna (Kate Beckinsale), seus filhos e seus pais. Um dia, furioso com a quantidade exacerbada de controles remotos dentro de casa, sai para comprar um controle remoto universal e conhece um anjo chamado Morty (Christopher Walken), que o entrega um controle capaz de controlar sua vida e as pessoas em volta.
Com isso, Newman começa a pular suas brigas com a esposa, jantares chatos de família, trânsitos, acelera o sexo, pausa pessoas para lhes dar porrada etc. No entanto, o controle remoto, inteligente, começa a se auto-programar e a pular automaticamente todo o tipo de coisa que Newman andava pulando, fazendo com que sua vida acelerasse constantemente e não havendo nada que possibilitasse seu controle. E enquanto o tempo acelera, Newman anda em “piloto automático”, ou seja, em estado vegetativo, distante, enfim, vivendo automaticamente. Isso fez sua família afastar de si por completo nesse processo todo.
A grande peculiaridade de Click é como o filme consegue mexer com as emoções. O filme começa engraçado e rende ótimas risadas (Adam Sandler é o cara!). No entanto, a última meia hora adquire uma atmosfera tão triste, mas tão triste, que várias pessoas no cinema choraram. Creio que o que diferencia Click dos demais filmes que seguem a fórmula acima citada é justamente esse elemento-drama, que foi bem dosado. Click é um filme de comédia que mexe com uma temática ligeiramente mais adulta que os demais filmes. É previsível, admito, mas vale a pena ver. Vocês não vão se arrepender.
Nota 9.0.
P.S.: notem bem que a trilha sonora do filme é quase que totalmente anos 80/90. Maneiríssima!