Batman: Síndrome do Sobrevivente
Houve um tempo em que você não precisava de mega sagas para curtir uma boa história em quadrinhos… Ou de arcos com 20 partes que iria mudar o status quo do personagem ou alguma outra medida que mudaria o universo daquela editora pra sempre.
Houveuma época que muitos gibis possuiam aventuras de uma edição só… E isso era ótimo!
No início dos anos 90, o Batman chegava à TV em sua animação do Bruce Timm. Saía o Batman fanfarrão dos desenhos do Scooby Doo e dos Superamigos e entrava um Batman vestido de preto – inspirado no filme do Tim Burton – e com histórias sérias e mais adultas, baseadas na fantástica fase do Mike Barr.
A animação foi um sucesso, e é claro que a DC foi na onda e lançou um gibi baseado na animação – que também gerou um bom sucesso, e acabou criando essa tradição da DC, que fazia também gibis de seus sucessos da TV.
Os gibis do Batman na TV funcinoavam como a animação: uma história por edição, como se fosse um capítulo da TV – e, ao contrário do que se pensava, os roteiristas tinham muita liberdade para criar a história que quisessem. Quem esperava histórias bobinhas ou meras adaptações das histórias da TV perdiam aventuras curtas e excelentes que davam um banho na cronologia oficial das HQs. Por causa dessa liberdade, vimos um iniciante Mark Millar criando histórias memoráveis no gibi baseado no desenho animado do SUperman e também Kelly Pucket arrebentando no Batman – e é uma história de Pucket que eu trago aqui.
Em 1995 a editora Abril lança o último número de Batman: O Desenho da TV, em uma edição especial de 84 páginas. Além de uma história com o Superman (a animação do Azulão ainda não havia saído, então esse Superman aí é a primeira representação oficial do herói no universo da TV – com os mullets da época pós-retorno do SUperman), a revista trazia a ensacional Síndrome do Sobrevivente.
Na história, um novo Batman aparece em Gotham e isso faz com que o Batman verdadeiro comece uma investigação para descobrir sua identidade.
O novo Batman também combate o crime e usa um uniforme levemente diferente (ate um pouco inspirado no Batman do Adam West). Depois de uma investigação, Bruce Wayne consegue achar a casa do novo Batman, e descobre que ele é Tom Dalton, o maior atleta olímpico do século. Tom havia perdido a esposa em um tiroteio entre gangues de Gotham.
Ao impedir um assalto, Tom acaba levando um tiro e, om muito esforço, consegue chegar em casa. Ao chegar, desmaia e, por sorte, Batman estava investigando seu apartamento naquela hora.
Ele socorre Tom na hora e decide levá-lo para a Batcaverna, para prossrguir com o tratamento.
Enquanto o leva no Batmóvel, Batman vê que Tom tem constantes pesadelos com a esposa morta…
Chegando na Batcaverna, enquanto Alfred termina a cirurgia, Bruce Wayne acha um vídeo mostrando que o Gangster que assassinou sua esposa conseguiu se safar no tribunal. Tom tentou bater no Gangster no meio do julgamento, mas foi impedido pela polícia.
Batman percebe que Tom vai entrar em uma espiral de ódio até perder a própria vida… E que ele precisa fazer alguma coisa, pois ele já viu como o ódio pela perda de alguém querido pode gerar uma trajetória suicida.
E é aí que ele leva Tom a uma casa no campo e decide ele mesmo treiná-lo.
Bruce sabe que não poderá afastá-lo de sua vingança, mas ele pode pelo menos treiná-lo para fazer o vigilantismo direito… E, quem sabe, através do treinamento, fazer com que ele esqueça sua sede de vingança ou a canalize em outras coisas.
Com o tempo e com o árduo treinamento, Tom se recupera de seus ferimentos físicos e, aparentemente, dos psicológicos também. Ele acaba encontrando no Batman um amigo e sua sede de vingaça vai desaparecendo.
E, ao mesmo tempo, Tom vai se preparando para ser um vigilante…
No meio do treinamento o Batman descobre que o Gangster que assassinou sua esposa está indo para a América do Sul e decide ir atrás dele – seu objetivo é que, se Tom ver o gangster indo para a prisão, sua raiva e sede de vingança desapareça.
Para isso, Batman interrompe o treinamento de Tom por alguns dias e o manda de volta para Gotham.
Porém, o Gangster não vai para a América do SUl. Equanto descansa em Gotham, Tom o vê na rua e, quando vai confrontar o gangster, acaba sendo capturado.
O esconderijo do Gangster é em um prédio em ruínas. Batman chega para salvar Tom e, enquanto luta com os capangas do gangster, o atleta consegue escapar. Ele finalmente consegue confrontar o gangster cara a cara.
E, quando o faz, o chão acaba cedendo…
Tom consegue agarrar em um cano, e o gangster nas suas pernas.
É isso… FInalmente sua vingança chegou.
Para que ele finalmente consiga vingar a sua esposa, ele só precisa largar o cano e matar os dois…
E, é claro, o Batman aparece bem na hora e, após uma tensa discussão…
Tom decide não desperdiçar a sua vida, nem matar o gangster.
Tom não cedeu à sua fúria e à sua sede de vingança. Ele sobreviveu.
E aí rola a última página, que e legal pra caramba!!!
Taí uma história simples, de uma só edição, que mostra o Batman sendo Batman da melhor maneira possível.
E tem gente que prefere o Coruinga arrancando a própria cara e cortando a mão do Alfred com um facão… Uma pena!
Bons tempos!