A gente lemos: Marvel + Aventura #10
Sim, no re-reboot do MdM eu ressurjo comentando gibi da Marvel. Que fase, amigo, que fase!
Talvez a sua questã, antes mesmo de ler uma linha que seja deste post, seja: “Porra, porque o Poderoso Porco gasta dinheiro com esse gibizinho mequetrefe da Panini?” Por dois principais motivos: o primeiro deles, porque é um gibi do Homem de Ferro com roteiro do Matt Fraction, e todo mundo elogia o Ferroso feito por ele, daí eu queria ver de qualé que é; segundo, porque, pombas, esse gibi custa R$1,99 por 28 páginas. Ou seja: é o tamanho ideal, pelo preço ideal para uma cagada cotidiana. Inclusive, mais barato do que a ficha pra fazer isso na rodoviária, por exemplo. Se bem que estou divagando. Pois continuemos.
.
.
Enfim, Marvel + Aventura #10 traz “duas” histórias com o Ferroso – a primeira delas, como disse, com roteiro do Matt Fraction e arte do Salvador Larroca, ocupando a maior parte da revista. E a segunda, de apenas uma página, traz a origem do personagem (praticamente o resumo da HQ do Fraction), com roteiro de Fred Van Lente e arte também do Larroca.
Em “Como era antes, o que aconteceu e como é agora”, Fraction coloca Tony “Pinga” Stark indo a um encontro do AA e melancolicamente recontando sua vida – naturalmente, tomando o álcool (anh, anh? Sacaram?) como ponto central. Ok, Fraction tem boas sacadas, uma pegada bacana em humanizar o personagem – Tony falseia os fatos, omite informações para que a platéia da reunião não o reconheça, ao mesmo tempo em que as imagens chamam a cumplicidade do leitor, que reconhece fatos da historiografia do herói sendo recontados. Mas me incomoda a humanização em excesso: talvez fruto da parceira Universo Ultimate e Downey Jr., o Stark de Fraction me parece maduro demais, melancólico demais – muito cinza. Ok, ele subverte isso no fim da história, mas a biografia que ele faz de si é tão sóbria (aham…) e tristonha que o final te deixa com cara de bundão.
.
.
Agora, vou te contar que me surpreendeu mesmo, MESMO nessa HQ foi a arte do Ney Latorraca, digo, Salvador Larroca. Acostumado com as merdas que ele fazia nos X-men, me surpreendi com a arte que, também em função das cores de Frank D’Armata, me lembrou Scott Kollins.
No fim, “Como era antes, o que aconteceu e como é agora” é uma história legal, e publicada nesse formato baratíssimo, serve bem para fisgar leitores recém saídos do cinema. Melhor ainda, acaba por inserir o alcoolismo, um traço importante da personalidade do Tony dos quadrinhos, para esses leitores, uma vez que ele não tem um graaaaaande destaque nos filmes (não, eu ainda não vi HdF3. Me julguem). Mas… talvez esses mesmos leitores esporádicos, vindos do cinema, sejam os que mais estranhem o Stark quase coroinha da HQ.
Nota: 7
.
Ah, um P.S.: só eu achei muito estranho o Tony dizer que é um alcoólico? Sei que tem caído em desuso o termo alcoólatra, mas eu vejo as pessoas usando alcoolista em seu lugar. Alcoólico é a primeira vez que vejo…
.