JJ Abrams e seu toque de Midas tentaram e chegaram lá: ressuscitaram uma franquia que parecia fadada ao ostracismo depois da extinta Enterprise. Após o primeiro e ótimo Star Trek, a sequência ganha quase ares do remake do segundo filme da série original, subtitulado como A Ira de Khan.
O filme de 1982 era uma continuação do aclamado episódio A Semente do Espaço, quando o Capitão Kirk conhecia Khan e sua trupe. Aqui, sem Ricardo Montalban mas com o ótimo Benedict Cumberbatch como o vilão (ops, spoiler?) acompanhamos novamente Capitão Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto) em uma nova aventura.
Ah e, é claro, a loirinha Alice Eve:
Para vingar o ataque de um suposto terrorista, a tripulação da Enterprise viaja até o planeta Klingon, mas o que descobre a partir desta viagem não vai satisfazer o espírito de Kirk e seus subordinados. E o Império não anda lá muito feliz com a Federação…
Talvez o que melhor resuma a visão de Abrams para a franquia é sua reverência pelas histórias originais sem tornar tudo nerd demais. Mesmo quem tem zero grau de trekkice pode se divertir com a produção. E quem curtia a(s) série(s) original(s) pode se divertir com as novidades que o diretor e produtor apronta.
Um bom exemplo é (hello, spoiler!) a inversão entre os finais de Spock e Kirk em cada filme. No original, o gancho para Em Busca de Spock. E agora, a princípio, apenas uma referência de ficção científica para adiar o clímax. Quem não conhece o original, não terá problema. Quem conhece, vai se divertir com a surpresa. Ilógico, mas empolgantemente imprevisível.
Só as demais atuações de Star Trek é que não são lá bem empolgantes. Pine e Quinto tem boa dinâmica entre si, especialmente o intérprete do vulcano. Mas Karl Urban ainda parece desconfortável como Dr. McCoy e Zoe Saldana ainda não tem a mesma personalidade forte de Uhura (originalmente interpretada por Nichelle Nichols nos anos 60). De resto, piadas com Scotty e Chekov que já pareciam batidas no primeiro filme.
De melhor, a sensação de que a franquia ganha novo fôlego com uma pegada mais pop. Talvez seja a hora de voltar para a TV, mas com certeza mal podemos esperar para o próximo filme. Audaciosamente indo…
Nota 8,5
Bugman curtia Nichelle Nichols nos anos 80 com as imagens dos anos 60…
