Review: Wolverine (NES)
Em algum período dos anos 90, lá na Tijuca, o interfone do meu apartamento toca.
Era o Diogo, do sétimo andar, gritando: “O moleque do oitavo andar alugou um jogo do WOLVERINE!!! Vamos lá jogar!!!”
Nessa época todo mundo do prédio era viciado em super-heróis. E os quadrinhos no Brasil estava passando pela Wolverinemania! Foi o prédio todo jogar o game do mutante mais famoso do mundo.
A fita já deixava todo mundo animado: um Wolverine desenhado pelo Jim Lee pulando em sua direção.
Colocamos a fita no Phantom System, ligamos o console e de cara somos agraciados com um Wolverine do Jim Lee digitalizado em 8 bits. A criançada já tava maluca nessa hora.
Aí começamos a jogar e…
Bom, primeiro temos um Wolverine pequenininho… O sprite do herói é minúsculo, quase não dá pra ver nada. E o pior, ele dava socos e chutes, mas nada de usar as suas garras de adamantium!!
Depois de passar um bom tempo tentando fazer o Wolverine usar as garras, eis que conseguimos e… O Wolverine PERDE ENERGIA quando usa as garras!
Sim, é isso mesmo. O jogo punia você por usar a coisa mais legal do personagem! Se você usasse muito as garras, sua energia ia embora e você perdia uma vida! Mas isso não tem sentido nenhum!
E outra coisa: o primeiro level é cheio de plataformas minúsculas, com abismos pra você perder uma vida facilmente. Além disso, quando você toma dano, você não é jogado pra trás ou fica algus segundos invencível. Você meio que “entra” no sprite dos inimigos e fica tomando dano sem parar.
Ou seja, em questão de uns 2 segundos o Wolverine ia de energia cheia a perder uma vida e começar a fase toda de novo!
O mutante mais durão dos quadrinhos virou um dos seres mais frágeis do universo Marvel que mal podia usar seus poderes e garras de adamantium!
Aquele bando de moleques que queriam ver um jogo do Wolverine sentando a porrada e rasgando geral com as garras de adamantium tiveram que se contentar com um game que depende muito da jogabilidade de plataformas onde, pra você ser bem sucedido, precisa desviar dos inimigos e não usar suas garras de jeito nenhum!
Resumindo: Wolverine pra Nintendo 8 bits tem gráficos medianos, uma música esquecível e uma dificuldade absurda que desanima qualquer fã do mutante canadense. O que salva mesmo é só os controles, que respondem bem.
Antes de ir pras notas finais, queria colocar aqui umas imagens divertidas do manual, já que tenho um cartucho original na caixa!
Vem comigo!
O jogo do Wolverine foi uma das maiores decepções da infância desse nerd que vos escreve. Só não foi pior que a experiência de jogar o game dos X-men do NES, mas aí é outra história (ou review)!