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Ratatouille
Natal na infância, aquele último e proibido pedaço de um bolo de chocolate, início de namoro e ver um filme da Pixar pela primeira vez. São essas simples coisas que trazem a felicidade para um homem e tornam-se inesquecíveis em sua vida!
Como disse em Carros, eu tenho uma paixão declarada pelas animações da Pixar! Eu assisti Toy Story com nove anos, e aquilo me marcou! Não estava só impressionado com a primeira animação 3D, mas também como eles abordaram de uma forma tão sutil a vida de um boneco (eu já tratava meus brinquedos com o maior carinho e cuidado, depois do filme a tendência só aumentou). E mesmo depois de 12 anos, eu ainda consigo ver um desenho da Pixar com todas as… expectativas (quem já viu Ratatouille sabe como essa palavra se encaixa no texto) e não me decepcionar! Muito pelo contrario! Esse resmungão ranzinza aqui finalmente consegue relaxar, rir e voltar a ser criança.
Remy é um rato diferente dos outros. Ele possui o olfato e paladar mais apurado que os de seus companheiros. Por isso mesmo, ele começa a aprender a cozinhar vendo o programa e o livro do famoso chef Auguste Gusteau que tem como lema “todo mundo pode cozinhar”, que serve como incentivo para o pequeno roedor lutar pelo que sonhou.
Após Remy e os outros ratos serem descobertos pela dona da casa, eles fogem, mas Remy fica para trás. Sozinho, ele chega na cidade de Paris, onde conhece o limpador Lingüini do restaurante de Gusteau e o ajuda a se tornar um grande cozinheiro.
É isso que cativa em Ratatouille e qualquer outro filme da Pixar. A animação mantém uma certa inocência para as crianças na história que nenhuma outra consegue ter, seja Disney ou qualquer outro, mas mesmo assim em nenhum momento ofende a sua inteligência e sempre tem um frescor novo, algo original.
Dessa vez foi no final da história. Sim, acontecem todas aquelas reviravoltas, a briga entre os mocinhos, a última cartada do vilão e a superação final. Mas a escolha de Remy foi algo inédito. Ele não decidiu ir morar com os humanos, nem largar seu amor e ir viver com os ratos, ele assumiu as suas duas faces, rato e cozinheiro, e foi ter seu autoconhecimento.
Além disso, a última crítica de Anton Ego se mostra um dos textos mais belos e afiados nos últimos anos do cinema (algo que não é muito difícil, é verdade, já que os filmes de hoje não têm mais roteiro). Muito mais que uma forma magistral de fechar o filme, é uma lição de vida para te fazer sair do cinema com lágrimas nos olhos.
A direção de Brad Bird está formidável! Depois de Os Incríveis, o cara conseguiu criar uma das melhores obras da Pixar, brigando cabeça a cabeça com os insuperáveis Toy Story 1 e 2.
De novo uma dublagem brasileira de um desenho distribuído pela Disney tem Globais como chamariz. Dessa vez foi Thiago Fragoso no papel de Lingüini, e Samara Felippo no de Colette. Mas, por incrível que pareça, não fizeram feio e conseguiram com desenvoltura exercer algo a que não estão acostumados, que é a dublagem. E o resto do elenco do estúdio Delart está de parabéns, como Philippe Maia interpretando Remy, e o imbatível Mário Jorge como Skinner.
“Qual o melhor filme do ano? 300? Tartarugas Ninjas? Homem-Aranha 3? Shrek Terceiro?”, você pergunta. Para mim é Ratatouille e ponto! Não importa o que sairá ainda! Já escolhi o meu filme favorito deste ano!
Ah, não esqueçam de chegar cedo na sessão para ver o hilário curta-metragem Quase Abduzido, dirigido por Gary Rysdtrom.
E ano que vem tem Wall-E!
Nota 10!