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O Grito
O Grito foi um filme o qual fui assistir com uma boa parcela de expectativa. Depois do remake hollywoodiano do cult japonês O Chamado, o qual considerei fodão, acreditei que O Grito viesse a ser mais um sucesso de terror que seguiu a mesma trajetória. No entanto, me decepcionei, e vocês saberão porquê.
Antes de começar a falar sobre O Grito, novamente gostaria de chamar atenção para mais uma tradução de título “sem noção”. O nome original do filme é The Grudge. “Grudge”, a grosso modo, significa “rancor” (o dicionário Webster define como um sentimento profundo de ressentimento ou raiva). De “grito”, o filme não tem nada. Então, me pergunto: porque diabos traduziram o título original para O Grito??? Não podia ser algo tipo “Rancor”, ou “A Maldição”? Bom, provavelmente já existem filmes com esses títulos, mas dane-se. Mais vale repetir algo do que tentar inovar e resultar nisso.
Bom, vamos lá. O Grito fala sobre uma casa amaldiçoada pelos fantasmas de uma família (mais precisamente, mãe e filho) que lá morreu, de forma trágica. Qualquer pessoa que entre nessa casa é perseguida de forma torturante e morta por algum desses fantasmas . O filme conta várias histórias relacionadas a essa casa que, embora sejam interligadas, são contadas de forma não linear, ou seja, acontecimentos presentes se intercalam com acontecimentos passados, num jogo intenso de flashbacks.
Não há uma trama propriamente dita. O que é contado, na realidade, é como cada personagem da história se envolveu e reagiu à maldição da casa. Assim, embora o filme tenha no elenco famosos como Bill Pullman e Sarah Michelle Gellar, nada é focalizado especialmente neles, embora haja uma leve tendência de atenções voltadas para a eterna Buffy. No filme, ela vive Karen, uma assistente social americana que vai para o Japão viver com o namorado e que é chamada para cuidar de uma idosa que mora nessa casa. Nem preciso falar o resto, né?
O Grito apelou muito para as constantes aparições dos fantasmas e pouco se concentrou no suspense e na atmosfera perturbadora. No início dá para levar alguns sustos, mas a partir de determinado momento, você fica tão cansado dos fantasmas aparecerem a todo instante que começa até a ficar entediado. A maquiagem do fantasma da mulher ficou bem bacana e o do filho mediano. Quanto aos efeitos de CG… Putz! Não via algo tão tosco desde a animação de Reptile no filme Mortal Kombat. E há muitos clichês. Infelizmente, ri mais do que me assustei.
A versão original fez o maior sucesso lá no Japão, e ganhou até uma seqüência no mesmo ano. E aparentemente vem uma seqüência americana também, levando em consideração o sucesso desse remake nas bilheterias do mundo todo. Eu achava que isso não iria acontecer e até escrevi aqui que não acreditava em um segundo filme, mas após tomar conhecimento desse sucesso todo, fui obrigado a alterar o que escrevi. Deve vir um Grito 2 por aí, sim. Mas continuo achando que esse primeiro foi muito fraco.
Nota: 4,5.
Nem mais, nem menos…