Dies Irae #4, Mais Gibis, Catarse e a Meritocracia
No quarto número de Dies Irae, vemos a história de Sebastian, um gringo que chega no México após o deus Anúbis cair por lá. Ao contrário dos outros Deuses, Anúbis caiu vivo. Bem, é só isso que posso dizer sem estragar a edição, que foi a melhor até agora.
Os desenhos e o roteiro de Frank Tartari Filho são demais: uma história muito bem contada, com uma boa virada de roteiro, bons diálogos e ilustrações de qualidade. As cores de Luciana Lain já estavanm boas na última edição, e agora ficaram melhor ainda.
Enfim, ia continuar o review por aqui, mas prefiro comentar algumas observações que alguns leitores e outros membros do blog fizeram em relação às minhas críticas em relação a Dies Irae.
Além dos comentários falando que eu estou pegando muito pesado, em um grupo de Whats App que participo junto com alguns MdMs, um deles disse que eu não podia usar o mesmo critério que avalio um gibi profissional para avaliar Dies Irae, já que Rafael Algures e agalera do Tesla HQ não possuem editores e muito menos os mesmos recursos de uma editora profissional… E depois começou um papo que eu estava fazendo a mesma coisa que o Aécio Neves e a Meritocracia Tucana, que era a mesma coisa que colocar uma pessoa comum em um ringue de MMA com o Anderson Silva e, antes que nosso amigo colocasse Hitler e Beatles na conversa (pois todos nós sabemos que todo o debate de comparação de exemplos só termina quando Hitler ou os Beatles são citados), resolvi me pronunciar aqui sobre o porquê de eu ser tão criterioso com DIes Irae.
Primeiramente, eu não ia fazer os reviews.
Não faço review de gibi independente. São poucos os que realmente gosto e boa parte da minha motivação em apoiar algum projeto no Caratse é só mesmo para apoiar os chégas e pessoas queridas.
Mas Dies Irae e o projeto do Tesla HQ me chamou a atenção por uma coisa: eles foram ao contrário de TODO o mercado independete de hoje. Saíram do Catarse e resolveram pagar pra ver no Mais Gibis, vendendo suas revistas de maneira unitária. Achei corajoso pra caralho, pois pela primeira vez, em muito tempo, estava à frente de um projeto independente que teve peito pra sair do ambiente de “chégas financiando chégas” de muitas obras do Catarse e ir pra rua com a cara e com a coragem.
EM outras palavras: Dies Irae entrou na briga no terrenos dos grandes. No terreno dos profissionais. Da minha carteira sai o dinheiro mensal para os gibis mensais que eu compro. E, como estou pondo o meu dinheiro nisso, eu espero de qualquer gibi o mesmo que espero de todos eles: uma boa história. E pronto.
Quando o Algures me pediu pra resenhar sua revista, falei pra ele que seria duro (ui), mas justo. Que se não me agradasse, não iria comprar mais e que pararia de fazer a resenha. Foi por isso que não aceitei o gibi de graça, fiz questão de pagar por ele para ter a opinião mais isenta possível.
Se continuei após a primeira edição, é porque gostei e muito me agrada. Algumas edições não foram boas, como já fiz aqui o review, mas me mantiveram curioso e animado o suficiente pra seguir em frente.
Vida de autor independente é foda mesmo. Poderia levar isso em conta na hora do review? Poderia. Poderia passar a mão na cabeça, falar coisas como “pra um gibi independente é muito bom” ou “temos que levar em conta que eles não têm editor e blábláblá”? Poderia.
Mas e a meritocracia tucana e a Bolsa Família e a DIlma e o Aécio e o Lula e o Anderson Silva? Não estamos aqui discutindo o futuro da nação nem um evento de MMA. Estamos aqui discutindo um gibizinho, porra! Quero abrir qualquer gibi e ler uma boa história pelo dinheiro que eu paguei.
E é isso que Dies Irae vem me proporcionando até agora: uma boa história, que vale muito o dinheiro que pago semanalmente pra ler. Se Dies Irae – assim como aconteceu com o gibi do Batman, do SUperman, e dos VIngadores que estão nas bancas hoje – for caindo de qualidade e eu achar que o dinheiro que eu pago não está mais valendo a pena, paro de comprar e paro de fazer a resenha. Simples assim.
Nota da edição 4: 8,5
Agora, quem acha que eu estou sendo duro demais nas críticas a Dies Irae, que eu deveria pegar mais leve por ser gibi independente e tal, faça o seguinte: compre aqui a sua edição e faça a sua própria crítica (o clássico FAZ MELHOR ENTÃO)! UIA HUIAH UIA HUIAH UIAHIAH!