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Cartunista brasileiro ameaçado

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Em resposta à publicação de charges supostamente preconceituosas contra o profeta Maomé por veículos ocidentais meses atrás, o jornal iraniano Hamshari (O Povo) promoveu um concurso de charges sobre o holocausto.
O brasileiro Carlos Latuff participou com uma charge que retratava um palestino com o uniforme de um prisioneiro de campo de concentração nazista, mas no lugar da Estrela de Davi estava o Crescente Vermelho islãmico. Agora, Latuff foi ameaçado por um site ligado ao Likud, partido de extrema direita de Israel.

O site publicou no dia cinco de setembro um texto abordando o trabalho do brasileiro em prol da causa palestina. O redator convoca leitores a agir contra o artista, reconhecendo seu talento.
“Ele é um dos mais influentes anti-sionistas da rede mundial de computadores, um talento gráfico fantástico e um grande cartunista. Ele sabe como influenciar através da Internet. É o campeão da indústria de maldades iraniana e seus cartuns participam da galeria de negação do Holocausto de Teerã”, afirma o texto.
Melhores do Mundo - MostraImagem 4107760 O autor ainda afirma que a situação do cartunista já deveria ter sido resolvida “de uma forma ou de outra” e critica as forças israelenses por não investigarem o brasileiro. Nesse ponto, o texto afirma que se o governo não pode resolver o problema, então os leitores deveriam fazê-lo.
O site Central de Mídia Independente reproduziu um texto do cartunista. Latuff afirma que não seria difícil Israel matar um artista brasileiro: “se eles podem cometer ‘assassinatos seletivos’ de palestinos e cobrir Beirute com toneladas de bombas matando centenas de civis, não seria difícil ‘neutralizar’ um cartunista no Brasil, seria?”.
Apesar das ameaças, Latuff afirma que não se intimidará diante das ameaças. “Será preciso mais do que isso para calar”. Ele já visitou territórios ocupados por Israel na Cisjordânia.
Segue a íntegra do texto em português e que foi publicado originalmente em árabe:

Carlos Latuff
Ele tem uma referência no Wikipedia. No Google você pode encontrar oito páginas a seu respeito. Mas e o que o Ministério de Assuntos Exteriores sabe sobre ele? E o Mossad? E o Comitê de Assuntos Externos e Segurança? E o exército israelense? Ou qualquer outro que trate da segurança de Israel?
Carlos Latuff – um sobrenome árabe. Nascido no Rio de Janeiro, 36 anos. Em sua página ele aparece numa foto com Leila Khaled, a terrorista que seqüestrou um avião israelense. Ele é um dos que mais odeiam Israel.
Ele é o cabeça de uma das maiores indústrias de propaganda e incitamento contra Israel. Ele destila veneno por toda parte. O dano que ele está fazendo a Israel, junto a juventude mundial, é enorme. Ele é um dos mais influentes anti-sionistas da rede mundial de computadores, um talento gráfico fantástico e um grande cartunista. Ele sabe como influenciar através da Internet. É o campeão da indústria de maldades iraniana e seus cartuns participam da galeria de negação do Holocausto de Teerã.
Ele odeia a América e Israel, seus cartuns mostram os israelenses e seus líderes como demônios. Ele envia mísseis de ódio não menos potentes que aqueles que o Irã está desenvolvendo, e faz parte de gigantesca indústria genocida, cuja missão é a destruição do Estado judeu.
Em um impressionante vídeo, em bom inglês, ele está tentando unir todos aqueles que odeiam Israel. Neste vídeo, distribuído pela Internet, ele conclama a serem ativos e participar da luta no front da informação – escrevendo estórias, poemas, blogs, conversando, tirando fotos, participando de encontros e manifestações, sendo ativos e unidos.
Seus cartuns satânicos são publicados em jornais por todo mundo e em inúmeras páginas pela Internet. Ele abre mão de direitos autorais e clama as pessoas a usar suas imagens livremente.
E o que Israel está fazendo? Nada!!!
Houveram reclamações à embaixada do Brasil?
Imagine o que aconteceria a um cidadão israelense que expusesse os líderes brasileiros dessa maneira. Alguém já tentou processá-lo por incitamento e tentativa de homicídio? Alguém pelo menos já ouviu falar dele?
Esta é a arma de destruição em massa que o professor Harari, ex-diretor do Instituto Weitman, se referia na ultima convenção de Hertzlia. Esse é o perigo que o professor Yoav Gelbar vem alertando publicamente. Foi isso que trouxe os líderes do Congresso Judaico a Israel esta semana.
Esse descuido de Israel no front da informação é inaceitável e não pode continuar. Deveriam ter cuidado desse Carlos há muito tempo, de um jeito ou de outro. A pergunta é: o que nós devemos fazer e a quem compete a responsabilidade de fazer?
Chamo vocês a serem ativos. Não existe qualquer instituição que possa enfrentar essa guerra genocida. Nem o Ministério de Relações Exteriores, nem o Ministério da Defesa ou qualquer outro ministério. Nós devemos, como sugere Carlos, nos unir e agir em conjunto.
Nós estamos testemunhando uma ação sistemática que visa dar legitimidade para atacar o “demônio sionista”. Carlos Latuff se destaca nessa forma de propaganda. O problema será resolvido – a “solução final” – pelo presidente iraniano, que adora esses tipos de desenhos e cartuns, a Alemanha nazista, a negação ao Holocausto, o Hezbollah e seus mísseis. Esta é a razão pela qual ele precisa de uma usina nuclear para matar aquelas criaturas asquerosas que Latuff está desenhando, e então o mundo será um lugar melhor. Houveram outros que tentaram isso antes, lembram-se?
Goebbels foi o ministro da propaganda do Terceiro Reich e fez da propaganda uma poderosa arma do regime nazista. Sua premissa básica era de que uma mentira dita muitas vezes se tornaria verdade na consciência do povo. Agora sabemos que Hitler utilizou isso em seus livros durante o Holocausto. As coisas que são ditas contra Israel em fóruns da Internet e através de imagens são cópias da propaganda nazista. Essa é uma ideologia genocida que provou seu poder no passado.

Melhores do Mundo - latugg1 9579459 Muita gente já morreu nesse conflito e assumir uma posição não teria muito a ver com a linha deste blog. Agora, é inevitável dizer que querer matar um artista porque ele se manifesta sobre o assunto é uma burrice digna de um bárbaro neanderthal.
Existem diversas entidades judaicas pelo mundo, inclusive no Brasil. O país possui vários órgãos que defendem a honra de pessoas e entidades através das leis. Se existe alguém ofendido pelas posições de Latuff, que procure os órgãos competentes.
Não é uma simples questão de soberania, mas de humanidade mesmo. Infelizmente, alguns humanos parecem ter esquecido o que é isso.
Fonte: Comunique-se
Bugman é um ser humano

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