A Gente LemosCoisa japaEventosHQ NacionalLançamentosLivrosMarvelQuadrinhos

Bonde sem freio do “A Gente Lemos” (ou não) – Especial #CompreiNoFIQ

Olá, capivaras. Como certamente vou demorar até a próxima edição do FIQ pra conseguir ler tudo o que comprei/ganhei no FIQ 2015, este post não é exatamente um “A gente lemos”; ele vai servir só pra listar comentários rápidos sobre as aquisições, sem nenhuma ordem específica (e só tem nota o que já terminei de ler).

Pré-FIQ: vou incluir algumas coisas que comprei logo antes do FIQ ou que levei pra autografar no evento.

Guia Culinário do Falido, de Leo Finocchi, Letícia Marília Bruno, Samantha Flôor, Felipe 5Horas e Fernanda Chiella

O Guia foi feito para pessoas que querem se divertir, não cozinhar, é bom deixar claro. Os estilos de traço e de humor dos autores variam muito entre os autores, tem algo pra todos os paladares (Rá!). Pra mim, os pontos altos foram a receita Mad Max e o gato cozinheiro.

O preço é meio salgado (Rá!) pra um gibi tão curtinho em PB, mas a diversão é garantida.

Nota: 8

Desengano, de Camilo Solano

Com prefácio de Robert Crumb, a obra de Solano pode não agradar quem só curte super-herói, FC e fantasia. Assim como Crumb e Harvey Pekar (duas influências confessas), Solano vai buscar o fantástico no cotidiano. O resultado é de cair o queixo.

Nota: 9

Limiar: Dark Matter, de Luciano Salles

Esse é um gibi difícil: imagens, diálogos, interpretações, tudo desafia o leitor. Mas não há uma resposta definitiva para o enigma e a HQ é aberta para a interpretação pessoal. O resultado é uma obra impactante e duradoura, que insiste em voltar à lembrança quando menos se espera.

Nota: 8

Turma da Mônica – Lições, de Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi

Nada como a vida para colocar uma amizade à prova. Aqui os personagens já conhecidos do mega-sucesso Laços precisam descobrir se sua amizade é forte o suficiente para sobreviver a uma separação forçada.

O crescimento em relação à obra anterior é notável em vários aspectos: trama, traço, narrativa. O resultado final é uma obra robusta e coesa, uma das melhores HQs que li este ano.

Nota: 10

Turma da Mata – Muralha, de Artur Fujita, Roger Cruz e Davi Calil

Uma aventura com tons de humor com o elenco da Turma da Mata, que assustou muita gente pela mudança de enfoque dos personagens. Esse é um gibi que eu teria adorado ler com 9, 10 anos (me lembrou inclusive do Leão Negro, que saía no jornal quando eu era moleque). E dei gargalhada em voz alta em alguns momentos.

Nota: 7

O Azul Indiferente do Céu, de Shiko

Nova edição da editora Mino de um trabalho já lançado anteriormente pelo Shiko, essa HQ é de arrepiar. Não só pela arte sempre fodona do Shiko, mas também por ser baseada em uma história real. Leia num dia bom.

Nota: 8

Bone – Fora de Boneville, de Jeff Smith

Bone é um clássico que merecia sair em edições baratas para ser conhecido pelo máximo de pessoas possível. A edição da HQM é boa, mas desnecessariamente luxuosa. A obra já havia sido publicada no Brasil há muito tempo, mas não foi concluída. Comprei a nova edição pra dar um voto de confiança de que dessa vez vai!

Nota: 9

FIQ propriamente dito:

A Boca Quente #1, de Shiko

Se você amou Piteco – Ingá, mas é um baixa renda e não consegue comprar outras obras do Shiko, esse é o gibi pra você! Com o subtítulo “Carros, Crime, Violência, Sexo”, essa nova série contínua mostra todo o talento do artista concentrado em poucas páginas. A parte ruim é esperar pela edição seguinte.

Nota: 9

Vida de Nerda, de Joseniz

Gibi que ganhei do autor de Natal/RN. Achei corajoso escolher uma protagonista feminina (e, pela rápida folheada que dei, parece que ele evitou cair em clichês machistas), mas a arte é bem irregular e a narrativa em alguns momentos é muito pobre, em outros é confusa.

Mórbido, Maléfico e Maldito Gibi, de Eduardo Cardenas

Um dos vários gibis que ganhei do pessoal de Aracaju/SE que estava no FIQ. A mesa deles era bem legal porque reunia trabalhos de vários autores em vários gêneros.

Este aqui especificamente reúne 4 histórias curtas de terror de Eduardo Cardenas, numa grande homenagem ao clássico quadrinho de terror brasileiro (Cardenas cita Rodolfo Zalla entre as influências).

Somner, de Dimítria Elefthérios

Outro gibi da leva de Aracaju/SE. Aqui a autora segue pela narrativa poética de elementos oníricos. Não é muito a minha praia, mas ela claramente demonstra um domínio do traço e um imaginário rico para criar esse tipo de arte.

The Noir Samurai Tango – O Boêmio, de Rodrigo Seixas

Mais um da turma de Aracaju/SE. Um Nelson Gonçalves boxeador. Um investigador samurai. O nome do gibi já deixa claro que é uma piração. Na rápida folheada na HQ, li algumas cenas muito divertidas. Tem uma pegada meio Tarantino de homenagear algo sem levar a sério, mas também sem ser escrachado.

O Monstruoso Frank #1 e #2, de Rodrigo Costa

Fechando a leva de gibis de Aracaju/SE, temos um zine com um personagem inspirado no Frankenstein de Mary Shelley. Curti que, além da história em si, o zine traz também muita informação auxiliar, cumprindo um papel educativo bem bacana, sem ser pedante.

Robô Esmaga, de Alexandre S. Lourenço

Conheci Robô Esmaga quando a editora JBC anunciou que lançaria o gibi pela linha experimental “Ink Comics”. Fui dar uma conferida no site e achei sensacional, justificando não somente a indicação ao HQ Mix de melhor quadrinho online de 2013, como o interesse de uma editora que até então só publicava material de origem japonesa. Ótima sugestão de presente bom e barato pra Natal/amigo oculto!

Por Mais um Dia com Zapata, de Daniel Esteves, Alex Rodrigues e Al Stefano

Projeto vencedor do ProacSP, essa é uma HQ histórica contando parte da vida de Emiliano Zapata, revolucionário mexicano. Como a galera do coletivo Petisco não dá ponto sem nó, espero mais uma HQ de qualidade.

Archimedes Bar, de Al Stefano, Danilo Pereira, Daniel Esteves e Alex Rodrigues

Outra do pessoal do Petisco. Nada como um bar de esquina intergaláctica para permitir a mistura de histórias típicas de boteco com ficção científica espacial. É praticamente um “O que aconteceria se a cantina de Mos Eisley ficasse em Osasco?”.

Super Almanacão de Férias da Turma do Ryot Gomba 2, de Ricardo Tokumoto (o Ryot) e Luís Felipe Garrocho (o Gomba)

Dois dos caras mais legais dos quadrinhos brasileiros se juntam novamente pra criar um álbum divertido e recheado de sacadas interessantes e algumas verdades inconvenientes ditas através do humor.

Meu único problema com eles é que eles não gostam do Garfield.

Quad 3, de Aluísio C. Santos, Eduardo Schall, Eduardo Ferigato e Diego Sanches

Perdi o prazo de apoio do Catarse, mas não poderia deixar passar esse álbum. Quad é uma das iniciativas mais legais do mercado nacional de quadrinhos, vestindo a camisa da ficção científica abertamente, um gênero que merecia muito mais espaço nas bancas e livrarias. Enquanto continuarem fazendo (e mantendo o bom nível), continuarei comprando!

Beco do Rosário, de Ana Koehler

Quando a Ana me deu uma prévia dessa HQ na Gibicon do ano passado, simplesmente pirei na arte. Koehler é uma das melhores desenhistas de quadrinhos do país hoje e qualquer coisa que ela lança é pra comprar e babar.

Another Art Book, de Letícia Pusti

A Ler (como ela assina) estava dividindo mesa com a Cris Peter e levei esse zine (apesar do nome “art book”) ao fazer compras lá. Ela demonstra um traço preciso e bom timing pro humor, mas o estilo ainda me parece muito genérico. Também vi alguns probleminhas de narrativa, mas nada que não se corrija com estudo e prática. Trabalhando com as competentes artistas do Estúdio Complementares, aposto que em breve teremos mais novidades dessa jovem autora.

Dias Interessantes, de Líber Paz

Não li o álbum anterior do Líber (As coisas que Cecília fez), mas resolvi pegar esse lançamento. Curti a narrativa na primeira folheada, mas ainda preciso parar pra ler com calma.

Anderson Lauro, de Denilson Albano

Pequeno gibi de Fortaleza/CE que ganhei de presente. São tirinhas sobre um menino que questiona a sua identidade de gênero e suas preferências afetivas, e sofre represálias da família, da escola e da sociedade em geral. As tirinhas em si são bem irregulares, mas Albano merece aplausos pela coragem de abordar diretamente um tema tão delicado.

Ultraman #2, de Eiichi Shimizu e Tomohiro Shimoguchi

Mangá lançado pela editora JBC. O Magnânimo Ultra publicou sua crítica aqui. Também curti muito a primeira edição e pela rápida folheada essa também parece muito boa.

A Infância do Brasil, de José Aguiar

Na verdade um misto de HQ e panfleto em várias línguas para promover o projeto online fantástico do José Aguiar. Vale dar uma lida no site oficial (recomendo ler também a versão comentada, é muito informativa).

O Amor Infinito que Tenho por Você (e outras histórias), de Paulo Monteiro

Ganhei esse no estande da Balão Editorial. Não sei o que pensar ainda. A arte é legal, mas tem esse viés poético. Já falei que poesia não é a minha praia?

Jackpot, de Guilherme Balbi

Depois de anos de espera, finalmente saiu o projeto autoral do chegas Guilherme Balbi. Talvez devido à espera, o resultado final é um pouco frustrante, já que a maior parte da publicação é uma apresentação do universo e seus personagens (sem dúvida muito interessantes), não histórias propriamente ditas. Agiliza logo esse próximo volume de histórias, Balbi!

Universo HQ Entrevista, de Sidney Gusman (Organizador), Sérgio Codespoti, Marcelo Naranjo, Samir Naliato e Marcus Ramone

Não é uma HQ, é um livro reunindo as principais entrevistas realizadas pelo site Universo HQ desde a sua criação. Uma obra de referência obrigatória pra quem curte jornalismo, quadrinhos, ou jornalismo de quadrinhos. E a edição da editora Nemo está caprichada, recheada de ilustrações, fotografias e artes coloridas.

9 Horas, de Magenta King

Apoiei essa HQ no Catarse por recomendação do brother Raphael Salimena. Não conhecia nada do Magenta (falei com ele no FIQ e o cara é uma simpatia), mas pela rápida folheada o gibi é uma loucura e mistura uma porrada de estilos.

Panza, de Caio Oliveira

Outro apoiado pelo Catarse. Já conhecia o trabalho do Caio e o projeto me pareceu bem bacana. A revista ficou linda, mas ainda ainda não tive oportunidade de ler.

Alan Moore, o Mago Supremo, de Caio Oliveira

Talvez a obra mais conhecida do autor, essa pequena paródia colocando Alan Moore no lugar do Doutor Estranho ganhou uma edição num formato bem simples, mas eficaz. Mesmo pequeno, o gibi chamava bastante atenção no evento.

All Hipster Marvel, de Caio Oliveira

Mais uma ótima piada do Caio, esse gibi reúne as paródias de heróis Marvel sob o filtro (do Instagram) hipster já publicadas no página do autor no facebook.

Starmind: Professor de Química do Mal, de Ryot (Ricardo Tokumoto) e Toppera-TPR (Daniel Bretas)

Starmind foi o grande vencedor do Brazil Manga Awards do ano passado, então nada mais justo do que ganhar uma publicação própria.

Esse formato de edição da editora Draco também é bem interessante. É legal ver como artistas e editoras estão buscando novas soluções de publicação.

Argos – Um Fim do Mundo Muito Louco, de Leo Martinelli e Raphael Salimena

Sou fã de carteirinha do trabalho do Salimena e aqui ele repete a dupla com Leo Martinelli (de St. Bastard e também de uma das melhores histórias do MdM mais ou menos 50), então o resultado não poderia ser outro: o gibi é de rolar de rir!

Nota: 9

Hawkeye vs Deadpool #3, de Gerry Duggan, Matteo Lolli, Jacopo Camagni e Cris Peter

Esse gibi tava de graça na mesa da Cris Peter (ela fez as cores) e peguei porque curto os Gaviões (Katie e Clint) das histórias do Matt Fraction. Mas tem o Deadpool, né? Vai pra fila “ler quando sobrar tempo” (tem gibi de 2011 nessa fila).

Bitch Planet (Vol. 1), de Kelly Sue DeConnick, Valentine de Landro, Robert Wilson IV e Cris Peter

Li a primeira edição dessa história na Banca do Ultra e fiquei com muita vontade de ler o resto. Felizmente, a Cris Peter trouxe alguns exemplares pra vender e comprei um na hora!

A série autoral de Kelly Sue DeConnick (roteirista da Capitã Marvel por vários anos) tem várias idéias inovadoras e já se tornou cult lá fora (com direito a gente tatuando a marca que as prisioneiras da história recebem).

A Ordem de Licaão, de Rodney Buchemi

Fiquei muito feliz de ver o gibi autoral do brother Rodney Buchemi vendendo bem no FIQ. Ainda tenho que parar pra ler com calma, mas já admiro a coragem do Buchemi de sair da sua zona de conforto com super-heróis e fazer uma série de mistério/terror ambientada em Belo Horizonte.

Louco – Fuga, de Rogério Coelho

Ainda pretendo falar mais sobre esse gibi no futuro, mas esse foi o grande lançamento do FIQ. Coelho faz a HQ mais ambiciosa de toda a coleção Graphic MSP: uma grande homenagem não somente ao personagem Louco, mas também à toda a obra de Mauricio de Sousa e até mesmo ao ato de criação como um todo.

Nota: 10

Teto Quadro Chão, de Gus Morais

Privilégios, do Gus Morais, é uma das minhas HQs nacionais favoritas nos últimos anos. Quando soube do novo projeto do autor no Catarse, fui logo apoiando e divulgando (aliás, uma pena que ele não seja um autor mais conhecido). Numa rápida folheada, Teto Quadro Chão parece uma puta leitura, então provavelmente falarei mais dela no futuro.

Bear (vol. 1 e 2), de Bianca Pinheiro

  

Li o primeiro Bear poucas semanas antes do FIQ e adorei. Assim que cheguei lá, fui conhecer a Bianca pessoalmente e comprar o segundo volume, para pegar autógrafo nos dois.

Além do traço fofinho e engraçado que já torna tudo muito divertido, Bear tem uma narrativa muito interessante, baseada no formato de publicação de uma página semanal na internet. A obra também é marcante pelo humor sempre presente, seja na piada visual, na situação ou na metalinguagem.

Pinheiro foi anunciada como autora da Graphic MSP solo da Mônica. Bear prova que ela está à altura do desafio.

Nota: 9

MdM mais ou menos 50, de uma porrada de gente

Já perdi a conta de quantas vezes reli essa merda, ainda na versão em PDF. Entre altos e baixos das histórias, fica evidente o carinho que todos esses artistas têm pelo MdM. E isso, com o perdão do clichê, não tem preço.

Obrigado a todos do MdM que tornaram essa publicação possível e a todos os artistas que aceitaram fazer parte dessa grande brincadeira!

Nota: MIL! UM MILHÃO! INFINITO! É O LIVRO DO MDM, PORRA!

Próximo FIQ tem mais!

Nerd Reverso

O que esse cara ainda tá fazendo aí? VAI EMBORA DO AMÉRICA!

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo