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A Gente Vimos: Homem-Formiga, por Maximus

Nesta quarta-feira saiu aquele que pode ser considerado o “menor” filme da fase 2 do Universo Marvel, Homem-Formiga, e, fora a crítica do Algures, fica a impressão que o MDM anda cagando e andando pro filme. Pra retificar esta situação, resolvi contar nesta crítica o que eu achei do filme, mesmo sem ninguém ter perguntado.

Esta crítica tem spoilers, e é focada em quem já viu o filme, então não espere uma crítica que dê uma visão geral do que é o filme, mas sim meus principais pontos de interesse ao ver o filme.

O Bom

O filme é, estruturalmente, muito similar ao primeiro Homem de Ferro. Começa mostrando o Scott Lang como um cara safo mas de bom coração que, devido a vários problemas, acaba tendo que se tornar um herói com seu traje especial, para termos um segundo ato de treinamento e uso de poderes, para fechar o filme com um grande empresário ficando louco, usando um traje de poderes similares e terem uma batalha curta.

O Paul Rudd ficou um bom Scott Lang. Apesar de o personagem não ser um Tony Stark que rouba a cena sempre que aparece, achei o estilo “cara que está entrando numa parada muito acima do nível dele” condizente com a história do personagem.

O Hank Pym do Michael Douglas também ficou um personagem muito bom,e com um pouco da personalidade dele nas HQs. O Douglas passa bem a imagem de alguém que foi um herói um dia mas hoje está velho e o pinto não sobe mais. Um cara com o coração no lugar certo, mas que acaba agindo de forma meio escrota por causa disso, fazendo o que ele considera certo sem contudo levar em conta como isso afetaria as pessoas a sua volta, e que fica se remoendo pelos erros do passado.

Você é um rapaz simpático, agradável, pena que perde tempo com bobagem.

Mas o grande destaque vai para a (sampa) crew do Scott Lang, em especial para o Luis, que rouba a cena no filme, tendo um papel similar ao da Kat Dennings no filme do Thor, só que muito menos agradável aos olhos.

Bem Menos.

São deles os melhores momentos do filme, e eles garantem que um filme que poderia ser esquecível por não fazer nada de muito novo se tornar memorável. Quem sabe um dia a Marvel percebe o potencial deles e faz um seriado Spinoff só com eles. Provavelmente faria tanto sucesso quanto a série dos Pistoleiros Solitários.

O Mau

Apesar do Michael Douglas e do Paul Rudd estarem bem no filme, o mesmo não se pode dizer da Evangeline Lily. A “Kate” não parecia muito a vontade no papel de Hope, especialmente na primeira metade do filme. Dava um pouco a impressão de que ela estava constrangida com o papel que ela teve no filme, e o romancezinho entre ela e o Paul Rudd pareceu meio jogado. Ela melhora um pouco perto do fim do segundo ato, mas ainda assim é o elo fraco do filme.

Apesar de ainda estar linda.

Falando em fraco, e esse vilão hein? O Jaqueta Amarela, vulgo Darren Cross, ficou muito jogado na trama, especialmente depois de por a armadura. Não ajudava em nada ficarem falando que foram as “particulas Pym” que mexeram na cabeça dele, sendo que ele não se diminui nenhuma vez antes do final do filme. Então onde caralhos ele foi “exposto” às particulas? A Hope não foi exposta junto?

Calma sua piranha, calma.

Esse problema do vilão se exacerba no terceiro ato do filme, onde ele deveria se consolidar como ameaça. O problema é que é tudo muito corrido, muito jogado. Apesar da luta no helicóptero ter sido bem legal, tudo se resolve muito rápido. O fim do golpe para acabar com os dados sobre Jaqueta Amarela se misturam com a luta final, misturando o fim do segundo ato com o terceiro.

 

A luta final do filme me fez lembrar bastante da luta final do primeiro Homem de Ferro, que está lá apenas para constar, já que seria estranho um filme de herói sem uma luta final no seu desfecho. O final do filme teria um ritmo muito melhor se, por exemplo, o Darren Cross fugisse, e só depois viesse se vingar do Pym e do Lang usando a família dele, com um plano maior de vingança, por exemplo, e não fosse simplesmente as coisas acontecendo na doida. Sim, esse sou eu fazendo melhor então o roteiro do filme.

Outra coisa inesperada é que, apesar do que se dizia do roteiro desde o tempo do Edgar Wright, é que o filme não é tão engraçado quanto se imagina. Salvo o Luis, o humor e as piadinhas do filme muitas vezes me levavam apenas a um sorriso de canto de rosto. Por exemplo, a montagem de treinamento com ele aumentando de tamanho e ficando preso na areia foram um tanto quanto repetitivas. Apesar de ser um filme engraçado, no geral ele não é um filme divertidíssimo como Guardiões da Galáxia, por exemplo.

O Feio

Apesar de ser até esperado, o filme em alguns momentos parecia mais uma sequência de Querida Encolhi as Crianças do que qualquer outra coisa, especialmente nas cenas com as formigas gigantes. Mas confesso que o fato de fazerem o Scott se apegar às formigas (como a “Anthony”, por exemplo) foi legal.

Algo que me incomodou bastante foi a tentativa de sanitizar o passado do Scott Lang, dizendo que ele só roubou coisas de uma única companhia, em um estilo meio Robin Hood. O problema disso é que o filme tenta nos vender ele como um superladrão, que conhece tudo quanto é tipo de cofre e estratégias de roubo, quando na verdade ele só teve experiência com sistemas de segurança de uma única empresa. Seria melhor se tivessem deixado ele simplesmente ser um ladrão foda porém de bom coração. Acho inclusive que possivelmente este pode ter sido um dos pontos de discussão entre o Edgar Wright e a Marvel.

Apesar de ser uma luta legal, a cena com o Falcão foi visivelmente enxertada no filme para fazer o link com os Vingadores, já que fora isso ela não serve a nenhuma razão no roteiro, com o McGuffin (não clique nesse link, não tem volta) que ele vai pegar na base dos Vingadores ser facilmente substituível por uma bomba comum, por exemplo.

Falando em cenas descartáveis, a inclusão do Reino Quântico, apesar de ser um easter egg legal para quem já conhece o personagem, é completamente irrelevante no filme. Prestem atenção: ele entra no Reino Quântico, espera um minutinho, usa o disquinho e volta. Sem tensão, sem drama, sem função, sem nada. Se não tivesse havido, pouco mudaria o roteiro (tanto que não estava no original).

Concluindo

Homem-Formiga é um filme bacana, porém comum. Acho que esse filme é um dos maiores expoentes daquilo que o Nerd Reverso fala sobre os filmes da Marvel: “É um bom filme medíocre”. Não adiciona nada de novo ou pioneiro, mas não chega nem perto de ser ruim. Como citei no começo, é um filme muito similar ao primeiro Homem de Ferro, só que sem o efeito novidade e sem o Robert Downey Jr.

Única parte triste é só poder imaginar que tipo de filme Homem-Formiga seria na mão do Edgar Wright. Será que seria um filme que quebraria o molde da Marvel, como foi Guardiões da Galáxia, por exemplo?

Nota 7,5

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