Ontem, dia 16 de julho, morreu George A. Romero, um dos grandes cineastas de horror americanos, principal responsável pelo conceito do “zumbi” como conhecemos hoje. Mas, apesar do diretor ser bastante conhecido pelos filmes de mortos vivos (A Noite dos Mortos Vivos, Despertar dos Mortos, Terra dos Mortos, entre outros), Romero também fez uma porrada de outros filmes sem as criaturas que o deixaram famoso. Em sua homenagem, destaco 6 (e meio) deles (alguns muito bons, outros nem tanto, mas valem a conferida):
6. Instinto Fatal (Monkey Shines, 1988)
No primeiro filme do Romero que um estúdio bancou, um ex-atleta fica tetraplégico e começa a se desinteressar por tudo e por todos, com pensamentos suicidas e coisas do tipo. Mas um amigo dele, um cientista que fazia experiências em macacos para deixá-los dóceis oferece um dos animais para ajudar o ex-atleta. A macaquinha e o homem criam um vínculo forte, e logo a interação entre eles se torna sinistra, quando a macaca se torna um tipo de receptátulo telepático para toda a raiva e angústia do homem, o que faz com que a “superproteção” do animal vá longe demais.
5. Estação da Bruxa (Season of the Witch/Hungry Wives, 1972)
Neste filme, uma dona de casa infeliz que começa a praticar bruxaria por conta de uma moradora local. A nova ocupação da mulher cria uma virada na sua monótona vida, que passa a ser mais interessante – e também muito mais perigosa. Originalmente, o filme tinha o título de “Jack’s Wife, mas o distribuidor pau no cu achou o filme “muito verborrágico” e cortou uma porrada de partes, trocando o título para “Hungry Wives” e divulgando como se fosse um softporn. Claro que o filme afundou e só mais tarde foi relançado sob o título Season of the Witch.
4. A Metade Negra (The Dark Half, 1993)
Se você não sabia, agora sabe: Romero também dirigiu uma adaptação de Stephen King, mais especificamente, uma adaptação de A Metade Negra. Na história, um escritor tenta “matar” seu pseudônimo, o que passa a ser um problema quando este mesmo pseudônimo se torna uma entidade física e passa a aterrorizar a família e amigos do escritor.
3. Cavaleiros de Aço (Knightriders, 1981)
Nesta filme tem um plot bastante curioso, mas é muito interessante (um dos filmes mais criativos do diretor). Ed Harris, antes de se tornar famoso, atua como o líder de um grupo de viajantes circenses que quer viver de acordo com os ideais do rei Arthur durante a era Reagan. Mas não é um filme de terror, então não vá com essa expectativa.
2. The Crazies (A Epidemia, 1973/2010)
Esse talvez seja o filme mais conhecido do Romero sem Zumbis. É dos anos 70, mas teve uma refilmagem em 2010. O filme original trata de uma epidemia onde as pessoas se tornam extremamente violentas e segue duas histórias: a dos militares que tentam conter a epidemia e a dos civis que tentam sobreviver não só aos “Crazies”, mas também aos soldados que têm ordens para atirar em quem eles avistarem. Eu ainda não assisti a refilmagem (que foi escrita pelo Romero), mas pelo que eu vi, ela segue bastante fiel ao original, focando-se mais no grupo de sobreviventes.
1. Martin (1978)
Este é provavelmente um dos mais clássicos do Romero que não tem Zumbis (e o favorito pessoal do diretor). Mas tem vampiro, ou quase. Na história, um jovem acredita ser um vampiro e vai morar com um primo mais velho e ranzinza numa pequena cidade. Por mais que ele tente controlar seus instintos, ele segue atacando as pessoas, injetando drogas em suas vítimas para beber o sangue delas. Para os fãs de terror, o filme também é lembrado por ser a primeira colaboração entre Romero e Tom Savini e, para quem curte uma trívia, o filme chegou a ser confiscado na Inglaterra por ter sido lançado numa época onde a população estava fazendo uma caça às bruxas aos filmes lançados em home video por fazer parte do que eles chamavam na época de “video nasty” (que continham conteúdo violento)
0,5 – There’s Always Vanilla (1971)
Na posição meia boca fica a única comédia romântica do diretor. Para terem uma ideia, o próprio Romero considera este o seu pior filme. A história gira em torno do romance entre um jovem que acabou de voltar do Vietnã e uma modelo mais velha. Basicamente um “Eduardo e Mônica” americano e mais dramático.