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5,5 coisas que Guerra Civil (o filme) fez (melhor?) DIFERENTE

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Dos filmes de super-herói que saíram até agora, os que mais podem comemorar seus resultados são Deadpool e Guerra Civil. E, apesar de serem filmes bem diferentes, o motivo do sucesso de ambos os filmes foi provavelmente o mesmo: fugir, ao menos em algum nível, de ser um “típico” filme de super-herói. Sim, o plot de Deadpool é o caso mais velho de narrativa de vingança/resgate, e Guerra Civil ainda traz algumas características básicas dos filmes do estúdio (que eu chamaria de idiossincrasias, mas os leitores do MDM têm medinho de palavras que não conhecem), mas diversos elementos de ambos os filmes geraram produtos diferentes o suficiente para dar ao menos um sopro de novidade para o gênero.

Com as críticas altamente positivas de Guerra Civil, achei interessante apontar algumas coisas que acho que o filme acertou em fazer diferente – e uma que fez igual a todos os outros. Segue aí:

 

5. Ritmo lento para um blockbuster
Considerando que os estúdios normalmente SE CAGAM de medo de fazer um filme que não tenha uma cena de ação a cada 10 minutos (e filmes como o recente Quarteto Fantástico só reforçam a visão negativa dessa estratégia), Guerra Civil é surpreendentemente parado em boa parte do filme. Muito diálogo, muita treta política, entre outros elementos que normalmente são considerados “chatos” pelo público “civil” são exibidos sem nenhuma vergonha e sem preocupação com sua duração.

Curiosamente, este foi o ano dos filmes de super-herói “lentos”. Tanto BvS quanto X-men: Apocalipse são filmes que se dão ao luxo de construir a história de forma um pouco mais lenta até o clímax. A diferença entre estes filmes e Civil War está em dois dos próximos itens da lista.

 

4. A grande cena de ação não é o climax do filme
Num blockbuster, a expectativa é que a cena mais esteticamente grandiosa, seja a grande batalha ou a grande destruição, aconteça no final do filme. Isso é basicamente default desse tipo de produção, e não é por acaso: o ser humano tende a lembrar de suas experiências baseadas no fim delas e não na experiência completa (por isso frequentemente não gostamos de um filme mesmo quando só o final nos desagrada). Colocar a cena mais grandiosa no final do filme é uma boa jogada, pois se o cara não estiver curtindo o filme, mas lembrar positivamente do final, sua análise da película tende a ser mais positiva.

Guerra Civil subverte isso: a grande cena do filme, a batalha no aeroporto, não é o clímax do filme; na verdade, acontece lá pela metade, uma decisão de roteiro que é rara em blockbusters.

 

3. Mais diversidade
Para uma franquia cujo conceito é falar sobre preconceito contra minorias, os filmes dos X-men possuem, em todos os seus 9 filmes, pouquíssimas minorias reais. Apesar da quantidade de mulheres em posições relevantes e de um PNE como líder do grupo, negros, latinosasiáticos são quase inexistentes entre os mutantes que não sejam figurantes.

Guerra Civil é protagonizado por 3 personagens negros e 3 mulheres em papéis relevantes num filme lotado de personagens. E o melhor, NENHUM dos protagonistas negros morre até o fim do filme!

É claro que podemos argumentar que Guerra Civil não passa na lei teste de Bechdel (creio que nenhuma das mulheres do filme conversa entre si) e asiáticos e latinos ainda são quase inexistentes, mas considerando tudo, já é um começo.

 

2. O climax do filme é menos espetáculo e mais psicológico

Ao invés de apostar numa grande batalha entre heróis como o clímax do filme, os irmãos russo criam um desfecho mais intimista, apostando na tensão psicológica e na carga emocional do que no espetáculo. Esta decisão, além de arriscada, pode ser considerada ousada pra esse tipo de filme.

Só para vocês terem uma ideia, lembro que com Cavaleiro das Trevas (filme que teve estrutura semelhante, ou seja, o clímax foi mais pessoal e “menor”em termos de escala) teve gente reclamando que o filme “não tinha clímax” só porque não acabou com um grande cena de ação.

 

1. Não termina com os heróis fazendo as pazes e enfrentando uma ameaça comum
O mais óbvio em um filme de super-herói que coloca um contra o outro é eles acabarem se entendendo para enfrentar uma ameaça em comum e isso ser o catalizador para que tudo se resolva rapidamente. BvS e X-men: Apocalipse são exemplos mais recentes dessa estrutura típica dos quadrinhos.

Em Guerra Civil, embora se insinue que as animosidades entre os personagens diminuíram, o filme não acaba com os heróis se unindo contra um inimigo comum nem a trama é rapidamente encerrada: os acordos de Sokovia ainda valem, Capitão América e seus vingadores ainda são criminosos e, agora, estão à solta. Um final que também poderia ser considerado ousado em certos aspectos – embora a gente saiba que isso deverá ser resolvido até (ou em) Guerra Infinita.

 

0,5. O que fez IGUAL: vilão pouco desenvolvido
É claro que, para cada duas coisas que Guerra Civil fez diferente, pelo menos uma o filme faz igual a todos os outros filmes de super-herói. Afinal, é quase impossível fugir de algumas idiossincrasias (MEUDEUSESSAPALAVRADENOVO).

Mas o que eu vou citar aqui na posição meia boca é o desenvolvimento do vilão. É verdade que Zemo tem uma boa motivação e ela reforça e valida os temas de que trata o filme, mas o desenvolvimento do personagem é curto demais pra ele causar uma grande impressão. Usar o personagem Zemo é totalmente desnecessário (o vilão poderia se chamar zé das couves que não faria diferença) e o tempo que ele tem de tela é pouquíssimo para nos importarmos.

Algures

Meu nome é Algures e tenho 41 anos (teria se tivesse vivo). Morri aos 13 anos tentando ouvir o Podcast MDM proibidão. Envie esse post para 20 pessoas para que eu possa descansar em paz. Caso não repasse essa mensagem, vou visitar-lhe hoje à noite e você vai se arrepender. Dia 15 de julho, Rafael riu dessa mensagem e 27 anos depois morreu em um acidente de carro. Não quebre esta corrente a não ser que queira sentir minha presença (atrás de você)

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