Como essa revista saiu há mais tempo que o último salário do MdM, vamos cortar a conversa fiada e partir logo pra resenha.
Se você foi mané e não comprou a primeira edição de 100 Balas, não perca tempo e compre essa! Sério, 100 Balas é umas das melhores séries que já saíram (e continua saindo, aliás) pelo selo Vertigo e Tiro pela culatra é um arco curto porém icônico do que é a HQ.
A premissa básica é que algum zé ruela recebe de um sujeito misterioso conhecido como Agente Graves uma maleta contendo uma arma, 100 balas não-rastreáveis e provas irrefutáveis de que uma certa pessoa ferrou sua vida. A decisão do que fazer a partir daí fica por conta da pessoa.
Apesar dessa sinopse ter infinitas possibilidades de histórias sozinha, 100 Balas é muito mais que isso. Além das boas histórias, Brian Azzarello é craque nos diálogos mordazes (bem traduzidos e adaptados pela equipe da Pixel), que sempre surpreendem.
Já a arte de Eduardo Risso é simplesmente sensacional. Além de ter um traço inconfundível, fazendo muito uso de silhuetas e de iluminação expressionista, o cara ainda é um mestre do ritmo e da narrativa. Isso fica evidente quando o artista desenvolve uma trama paralela (com um personagem que ainda nem foi apresentado!) bem no meio do clímax da história principal sem que isso pareça forçado.
Também nesse arco começamos a perceber que 100 Balas não é apenas uma série de contos sobre um mesmo tema, mas sim uma trama complexa que começa a se desenrolar de forma tensa e cuidadosa, algo para ser saboreado aos poucos.
100 Balas – Tiro pela culatra tem 52 páginas em papel LWC e custa R$ 6,90. Além da história em duas partes, a revista apresenta as capas originais de Dave Johnson, um aviso sobre as próximas edições (necessário pro leitor não achar que mês que vem sai outra) e um checklist dos lançamentos da Pixel. Pela qualidade da revista e da história, é uma ótima compra.
Nota: 10
