Vem aí: Preto é tudo Igual
Pois bem, acho que você sabe que hoje é o Dia da Consciência Negra – data mais do que propícia para fazer um anúncio importantíssimo (eu até ia escrever em terceira pessoa, mas deu preguiça).
Fato é que, depois da animação internacionalmente premiada do Change, de Capas & Gravatas do Mallandrox, Dira Paes Dies Irae do Algures, eis que chegou a minha vez de entrar no mundo da cultura de massa como produtor!
Prezadíssimos ouvintes, vem aí Preto é tudo igual!
Mas Porco, que porra é essa?, você pergunta. Preto é tudo igual nada mais é do que uma graphic novel policial na qual eu venho trabalhando, em parceria com o desenhista João Henrique Belo (de O vendedor de Esqueletos), desde meados do ano passado. A história é protagonizada por Paulo Vimaranes, conhecido como Barão, policial civil recém-divorciado que numa bela tarde de quinta-feira, sofre um inesperado atentado numa das avenidas mais movimentadas de Belo Horizonte. A partir daí, suas investigações acabam colocando não só a ele, mas também à sua ex-mulher, Clarisse, melhor amiga Fernanda e o namorado dela, Ribeiro, os dois últimos também policiais, no centro de um esquema internacional de tráfico de pessoas!
Tudo isso num caldeirão cheio de conflitos raciais, mulheres fortes, uma iconografia bem ligada à Blaxploitation dos anos 1970 e coberto com uma capa feita com a belíssima arte da (entre outras coisas) curadora do FIQ Ana Luiza Koehler (de Awrah e da vindoura Beco do Rosário)!
Porra, Porco! Mas tinha que falar de policial civil? Isso aí é autobiográfico? Não, de maneira nenhuma. Mas sim, salta aos olhos que seja um policial civil afrobrasileiro escrito por outro policial civil afrobrasileiro, tratando de tráfico de pessoas, crime com o qual eu trabalho. Mas né? Pro meu primeiro roteiro longo, eu achei melhor tratar de algo interessante e com o qual eu fico confortável pra escrever. Daí… Polícia Civil e tráfico…
Tá, mas e quando a gente vai poder começar a falar mal, digo, ler essa HQ, Porco? Preto é tudo Igual está programada para sair em novembro de 2015, no FIQ. Mas até lá, HQs curtas ambientadas no universo da história serão disponibilizadas na web – são as histórias de “Preto é tudo igual – Paralelas”. A ideia é que elas sirvam de aperitivo para a história principal, que provavelmente será financiada via Catarse (ainda que a gente venha conversando com algumas editoras que demonstraram interesse na parada).
Então é isso: daqui a um ano, você tem um encontro com Preto é tudo igual. Mas antes disso, curta a fanpage do projeto no Facebook e fique aí com alguns rascunhos do making off da HQ: