Nerd Show
Nerd Show: Miguel Paiva
Miguel Paiva é um ícone. Com anos e anos de sucesso e personagens consagrados, o desenhista entrou com tudo na internet com seu novo blog e segue comprovando sua vitalidade artística com o sucesso do filme Gatão de Meia Idade.
Há alguns dias, Paiva concedeu uma entrevista para os Melhoresdomundo.net (“de que mundo?” dirão os mais sábios). Mas, não só ele, mas também seus dois personagens consagrados: Radical Chic e Gatão. Cliquem aí embaixo para dar uma conferida.
Ultra: Você quando moleque já queria ser cartunista? Você tinha algum profissional que admirasse quando menor?
Miguel Paiva: Desde adolescente lendo os quadrinhos do Alex Raymond (Flash Gordon, X-9). Adorava também a revista MAD, depois o Hans Edelman que fez o Submarino Amarelo e por aí fui, passando por Ziraldo, Folon, André François, Steinber…
Gama Blog: Radical Chic, o que você considera positivo e negativo no homem-nerd?
Radical Chic: Sexualmente falando, nunca experimentei, Tenho uma certa atração por homens de óculos que me parece ser uma características dos nerds. Como parceria na vida acho dificil… Homem sem ser nerd já é duro de agüentar, imagine sendo nerd.
Blogman: Miguel, os quadrinhos vivem um momento conturbado em termos comerciais. Excluindo o mangá, há cada vez menos leitores de quadrinhos. Como você encara isso?
MP: Tristemente. No mundo inteiro os quadrinhos cederam espaço para os vídeos, a internet, a TV… A produção é quase toda alternativa, virou peça de museu, mas haverá de aparecer um outro caminho (os blogs?) para o desenhista de quadrinhos.
Ultra: Miguel, Radical já ganhou adapatção para TV e o Gatão para o cinema. Quando a Chiquinha vai ser adaptada para o cinema ou para a TV?
MP: Só não pode demorar muito senão ela cresce. Estou aguardando convocações.
Gama: Gatão, que conselho você dá para os nerds daqui pegarem tanta mulher quanto você?
Gatão: Deixarem de frescura. E depois, quem disse que eu pego tanta mulher? Sou um rapaz sério, cheio de boas intenções que não fica revelando suas intimidades por aí.
Ultra: Não rola uma pressão da sociedade para você se casar e ter filhos, não? Você já foi pedida em casamento ou já pensou em prosseguir com a linhagem?
Radical: A única pressão que eu aceito é a da panela. Sou uma mulher livre, mas confesso que penso em casar. Já fui pedida várias vezes, mas não aceitei nenhuma. Me arrependo de alguns nãos, mas no somatório estou feliz assim.
Hell: Radical, o que você acha das suas versões em carne e osso? Na Playboy as tiras eram fotográficas e a Kelly Cristina aparecia pelada como Radical Chic. E na TV teve a Andréa Beltrão… (Link do Hell pros peitinhos da Kelly Cristina)
Radical: A Andréia era a minha cara, me imitava perfeitamente e confesso que depois passei também a imitá-la. A Kelly Cristina era muito gostosa e o Miguel Paiva é que dirigia ela. Não sei se comeu, mas ela mexia até com minha porção gay…
Gama: Miguel, suas tiras retratam de maneira genial o comportamento dos adultos solteirões adeptos da “amizade colorida”. De onde você tira idéias para as mesmas? Experiências próprias?
MP: Na realidade não são solteirões, o Gatão é separado, tem uma filha, uma ex-mulher. Quis que ele tivesse uma história, memórias, um lastro para poder situá-lo melhor numa faixa de homens com conflitos. Um solteirão está avalizado para fazer o que bem entender e aí não me interessa enquanto personagem. Tiro as histórias de experiências próprias (mas não é autobiográfica) e de histórias que escuto, além de uma boa parcela de invenção, de sacação, intuição e ficção.
Ultra: Radical, com quantos caras você já ficou?
Radical: Tive muitos namorados, mas que eu me lembre, uns 4.
Ultra: Como foi ver suas principais crias na TV e no cinema? Bate orgulho de pai de filho artilheiro?
MP: Bate primeiro um medo de que não dê certo, mas no meu caso fiquei super feliz. Foi emocionante mesmo, a primeira constatação, depois você se envolve no trabalho e por aí vai.
Blogman: Gatão, nosso colega Ultra bebe, é barrigudo e está casado. Ele é o Gatão que deu errado? Você toparia se fantasiar de super-herói e combater o crime?
Gatão: Tá maluco, cara??
Ultra: Os grandes cartunistas brasileiros, hoje, estão muito presentes nas páginas de jornais. Você, Angeli, Laerte etc. Quando lançam um livro, normalmente são coletâneas de tiras já publicadas. Por que isso? Não há interesse das editoras por material original? Particularmente, eu gostaria de ler um álbum completo com uma história em quadrinhos do Gatão, por exemplo, ao invés de tiras.
MP: Acho que é uma contingência do trabalho. Talvez nos falte tempo, mas acredito que existam esses casos com o Laerte ou outros. Eu tento, mas não tenho tempo. Agora mesmo quero publicar em livro a série “Uma Linda História de Amor” que saiu no Globo com o Gatão. Foi publicada, mas é uma aventura inteira.
Blogman: Radical, olhando assim nós, no template… Qual você acha mais bonito?
Radical: O da barriguinha.
Blogman: Radical, o que você acha de homens que vestem fantasias de super-heróis? Você sairia com algum deles?
Radical: Acho meio ridículo, mas depois que tirar a fantasia tem que ter superpoderes, senão…
Ultra: Você já pensou em namorar um super-herói? Qual seria? O que acha de sair com um super-herói brasileiro que curte uma birita e tem uma barriga de respeito?
Radical: Ué, quem sabe? Adoro barrigas fofas e, sendo um super-herói, imagino que você faça um sexo, no mínimo, poderoso. Passa lá em casa, voando de preferência.