Look at your young men fighting
Look at your women crying
Look at your young men dying
The way they’ve always done before
É com essa pequena estrofe da música Civil War, dos Gun’s ‘n Roses, que eu começo o review do acontecimento mais importante do ano: a Guerra Civil da Marvel!
A história acho que todo mundo aqui já sabe: os Novos Guerreiros participam de um reality show combatendo vilões. Em um de seus combates, tudo dá errado e mais de 600 pessoas (a maioria crianças) na cidade de Stamford, Connecticut, morrem pela explosão do vilão Nitro.
Assim como no 11 de setembro, a população está assustada e paranóica e a lei de registro de super-heróis ganha força. A proposta é a seguinte: pelo bem da segurança nacional, o governo vai criar um cadastro de toda a comunidade heróica, inclusive da identidade secreta de todos eles. Os supers ganharão salário e treinamento, para evitar catástrofes do tipo dos Novos Guerreiros.
Bom, esse não é um argumento novo. Mark Millar usou questões do mundo real para montar a Guerra Civil (o ato de Registro dos Super-Heróis é uma versão do Patrioct Act, do governo Bush, lei que retirou uma parte dos direitos civis dos cidadãos, virtualmente em troca de maior segurança). E é aí que está o pulo do gato do Mark Millar, que já trabalhou com política e quadrinhos muito bem com os Supremos.
Os heróis se dividem em duas falanges. Contrariando a todos, o Capitão América ficou do lado dos que não apóiam o governo norte-americano e o Homem de Ferro, do lado legal.
Indo agora mais especificamente para a edição 1… ela é fantástica! Ao contrário do que se esperava da Marvel (ok, tenho que adimitir… a Marvel é muito mais sacana que a DC nas estratégias de marketing), a primeira edição de Guerra Civil é INDEPENDENTE de tudo o que tá rolando agora nos gibis mensais. Guerra Civil não é uma mini onde os acontecimentos são simplesmente jogados e o leitor que se vire.
A Panini não publicou a mini dos Novos Guerreiros, e eles são o estopim da Guerra Civil. Isso me impediu de entender o gibi? Não, pois em poucos quadrinhos, Mark Millar deixa todo mundo inteirado de tudo.
É assim que uma mini deve ser feita. Ela deve carregar os acontecimentos principais e toda a linha da história. Os gibis mensais servem apenas para tomar carona nela e faturar uns cascalhos a mais… mas acho que vou queimar minha língua nas próximas edições, pois a Marvel é mestre em fazer essas safadezas. Mas enfim, por enquanto, tá um exemplo a ser seguido por todas as editoras.
Os diálogos são ótimos, o roteiro te faz sentir como se os heróis realmente existissem no mundo real e a seqüência da escapada do Capitão América do avião da S.H.I.E.L.D. é de saltar da cadeira! Steve Mcniven é O cara! A Marvel fez certo em apostar no desenhista e consagrá-lo da maneira que ele merece.
Genial.
Nota 10
PS: eu não me espantarei se, daqui a alguns anos, o Mark Millar parar de escrever quadrinhos. Acredito que é uma questão de tempo até a grande indústria cinematográfica descobri-lo por completo. Guerra Civil, assim como Os Supremos, daria um puta filme foda!
