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A gente Vimos: Agents of SHIELD – Primeira Temporada (Spoilers)

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O último episódio da primeira temporada dos Agentes da Xáiulde rolou essa semana lá nos EUA, e achei que seria interessante fazer um balanço geral da série, já que ela foi renovada e considerando sua ligação com o MCU. Por isso, já aviso que este texto terá SPOILERS de Capitão América: O Soldado Invernal (se bem que, se você não assistiu ainda, você merece tomar spoilers na cara sem aviso), e é claro, da própria série. Senta que lá vem história.

Agents of SHIELD foi uma aposta arriscada da Marvel; uma série semanal passada no mesmo universo dos filmes já bastante complicado de se realizar em termos de logística (e inédito no nível em que o estúdio pretendia). Mas a coisa era ainda mais complicada: fazer uma série sobre a SHIELD sabendo que, lá pela metade da temporada, a SHIELD ia deixar de existir. Além disso, com essa informação, era preciso segurar muitas informações, especialmente o fato da Hidra estar infiltrada na SHIELD, sem poder usá-las diretamente na série até que o filme do Capitão América saísse.

O resultado foi uma série que, além de não contar com as características fundamentais dos filmes da Marvel, não podia, pelos primeiros 15 episódios, se aprofundar muito na mitologia do universo cinematográfico antes que o filme do Capitão América entrasse em cartaz. E isso ficou bastante presente na primeira metade da temporada, com episódios que pareciam não levar a lugar algum e, quando levavam, parecia sempre que faltava alguma coisa.

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A primeira temporada de Agents of SHIELD gira em torno de 3 temas principais: O mistério envolvendo a morte do agente Coulson, a ligação de Skye (a única não agente da equipe) com a SHIELD, e a organização que num primeiro momento foi chamada de Centípede, liderada pelo misterioso Clarividente e responsável por boa parte das tramas dos episódios. Os “monstros da semana” se dividiam entre artefatos (um “vírus” de um capacete chitauri, uma arma antiga da Hidra, um dispositivo ocular que permite vigilância remota, etc) e pessoas com superpoderes (sejam por acidente, naturais, ou parte dos experimentos do centípede).

Os personagens de Agents of SHIELD também não ajudaram muito no começo. Principalmente por que eles pareciam personagens repetidos: dois badasses com passado misterioso, dois geeks cientistas esquisitões… E aquela que deveria ser os “olhos da audiência” dentro da SHIELD, era insossa e desinteressante como personagem (embora gatíssima) com um arco pessoal que demorou pra engrenar. Mas também por que os atores (a exceção de Clark Gregg e, talvez, Ming-Na Wen) não eram lá muito carismáticos.

A série deu uma boa guinada depois do seu hiato de meio de temporada, e aos poucos as coisas foram entrando nos eixos. Com a estreia de Capitão América: O Soldado Invernal, e com o segredo da infiltração da SHIELD pela Hidra finalmente revelado, pareceu que a série se soltou de suas amarras narrativas e pôde finalmente percorrer um caminho, ao mesmo tempo, mais independente (no sentido de começar a criar uma narrativa própria), e mais próximo dos filmes (no sentido de realmente parecer que é parte do MCU, não apenas com piadas e referencias, mas com um real senso de cronologia).

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Com a revelação de que a SHIELD sempre foi um braço da Hidra, a verdadeira trama da série se revelou: o Centípede não era uma organização, e sim um projeto da Hidra para criar superseres; o Clarividente não tinha superpoderes mediúnicos e era apenas um dos agentes da SHIELD (John Garrett) com alto acesso às informações da agência. Além disso, fomos também apresentados à Ciberteck, empresa criadora da tecnologia do Deathlok, que aparece em dobro na série: o “principal”, na pele do personagem Mike Peterson, e o “original”, sendo John Garrett. O bom é que o Deathlok foi inserido aos poucos e dentro e como parte da trama, de forma orgânica. O ruim é o uniforme, que é uma bosta.

Neste meio tempo, também tivemos a participação da Sif (num episódio realmente relevante e não a merda que foi o episódio que se ligava com Thor: O mundo Sombrio), uma traição na equipe (o agente Ward), que é da Hidra, e a equipe do Coulson agora está meio que à deriva atrás do Garrett, meio que fazendo justiça com as próprias mãos, sem o acesso aos recursos da SHIELD e muito menos com jurisdição para ir atrás da Hidra. Tivemos até a oportunidade de conhecer a “celista” a que Tony se refere no filme dos Vingadores quando, após a morte do Coulson, o Capitas pergunta se Coulson tinha alguém.

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É claro que não vou ficar analisando episódio por episódio para você não ter que dar 40,5 page downs, então aí vai um resumo do que você precisa saber:

– Coulson realmente MORREU em Os Vingadores. No começo, dão um migué pro Coulson de que ele ficou apenas alguns minutos morto e foi ressuscitado, passando um tempo no Tahiti de férias se recuperando. Mas depois a gente descobre que, na verdade, as memórias do Tahiti foram implantadas, e que ele ficou morto por um bom tempo, tendo sido ressuscitado por uma série de procedimentos (que envolve reprogramação mental e o uso do sangue de um alien azul, que talvez seja um Kree) fora dos registros da SHIELD, que eram parte de um projeto supervisionado pelo próprio Coulson, criado para ressuscitar um dos Vingadores caso um deles fosse ferido gravemente ou morresse. Mas como o projeto não era lá essas coisas (as cobaias ganhavam efeitos colaterais e a mente não funcionava “direito”), a única coisa que parecia funcionar, e ainda “mais ou menos, mais ou menos”, era a implantação de memórias falsas, que foi o que Fury mandou fazer para manter o Coulson vivo.

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– A equipe do Coulson não é do Coulson. Fury manipulou as coisas e mexeu os pauzinhos para fazer o Coulson pensar que tinha sido dado a ele a oportunidade de liderar sua própria equipe, mas na verdade a equipe era uma espécie de “dispositivo de proteção” do Coulson, para monitorar suas atividades, verificar se não haveria degeneração mental e, caso isso acontecesse, a equipe tinha pessoas para derrubá-lo (Agentes May e Ward) e para reprogramar seu cérebro (Agentes Fiz e Simmons). A única peça deslocada do tabuleiro era Skye, que sempre foi a “ carta curinga” da série.

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– Por falar em Skye, ela é um 0-8-4, que significa “um objeto de origem desconhecida”. Até agora, conhecemos uns quatro 0-8-4: o martelo do Thor, o tesseract, uma arma usada pela Hidra que os agentes recuperaram e a própria Skye, que foi a única sobrevivente da destruição de uma vila chinesa – destruição essa causada por seus próprios pais, que eram “monstros”, segundo o boato que corre na vila Chinesa) e, quando criança, recuperada por agentes da SHIELD e entregue a um orfanato. E, até agora, o único 0-8-4 que é um ser vivo.

– A SHIELD foi declarada oficialmente pelo governo dos EUA como uma organização terrorista, ou seja, o Exército americano tem ordens para prender qualquer agentes da SHIELD, seja ele da Hidra ou não. Isso faz com que os membros da equipe do Coulson sejam agora fugitivos sem jurisdição para fazer justiça.

E como vai ser a partir de agora?

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Com o episódio final da temporada, que saiu essa semana, ficou bem claro que os produtores não tinham certeza se a série ia ser renovada e amarraram todas as pontas soltas importantes, deixando apenas dois temas em aberto (e que foram deixados como ganchos para a próxima temporada em duas cenas “pós-crédito”), no caso as origens da Skye (onde seu pai, ou mãe, está vivo), e uma espécie de efeito colateral do sangue alien que regenerou o Coulson. Ah, e tivemos (possivelmente) a primeira inserção aos MVAs no MCU, só que não é o Coulson.

O principal “evento” do episódio foi a participação do Nick Fury (que, assim como o episódio com a Sif, foi bem mais relevante do que sua última participação, que era apenas um chiste com a galera), que apareceu a partir da metade do episódio e teve grande importância no seu desfecho. Apesar da resolução entre o Coulson e o Fury (com relação ao que Fury fez com o Coulson) ter sido um pouco decepcionante, ela conclui com algo inesperado: Fury entrega as “chaves” da SHIELD para o Coulson.

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Em outras palavras, Fury deu a Coulson a missão de reconstruir a SHIELD do zero, só que dessa vez do jeito que o Coulson quiser. E é a partir daí que a série deve seguir, já que esta reconstrução da SHIELD certamente não vai contar nem com recursos e nem com a jurisdição do governo. Mas aposto que Tony Stark, a exemplo do seu pai no passado, vai dar uma boa ajuda.

No fim das contas, a série melhorou muito e terminou de um jeito que realmente nos faz esperar para ver o que vai rolar na próxima temporada. Espero que, agora que a série não está mais tão presa a trama de um dos filmes, que ela siga seu próprio caminho sem ficar na pilha de ter que fazer referências aos filmes em todo o episódio.

Algures

Meu nome é Algures e tenho 41 anos (teria se tivesse vivo). Morri aos 13 anos tentando ouvir o Podcast MDM proibidão. Envie esse post para 20 pessoas para que eu possa descansar em paz. Caso não repasse essa mensagem, vou visitar-lhe hoje à noite e você vai se arrepender. Dia 15 de julho, Rafael riu dessa mensagem e 27 anos depois morreu em um acidente de carro. Não quebre esta corrente a não ser que queira sentir minha presença (atrás de você)

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