A gente lemos: uma cacetada de títulos seriados!
Usturdia um dos meus quarenta mil bróderezes veio me dizer que eu devia ler bem pouca coisa, dadas as resenhas que eu publico aqui no MdM. Que-burro-dá-zero-pra-ele! Na verdade eu leio muita coisa, mas nem tudo (na verdade, bem pouco) é bom ou ruim o suficiente para merecer uma resenha. Ou nem é questão de qualidade não, algumas coisas que eu leio simplesmente fazem parte de edições seriadas, aí não faz sentido (nem eu tenho saco) pra resenhar tudo. Ou seje: cai no limbo. Daí pensei, repensei e chupetando o esquema de melhores e piores do mês do UHQ, decidi fazer uma listinha, com um parágrafo curto sobre algumas HQ’s que eu li nestes últimos tempos. Sim, ainda tem coisa que ficou de fora e vai continuar de fora. Foloda-se. Esse post precisa sair rápido antes que o Algures roube o meu posto de resenhista oficial!
O Chance chegou a resenhar, deu nota de X-men 3 e bem, o Change ERRAAAAAAAAAA! O primeiro número de Chico Bento Moço é tão ruim quanto foram os primeiros de Turma da Mônica Jovem. Bobo, pasteurizado (pra quê limar o caipirês do personagem ANTES dele ir pra cidade?), Chico Luan Santana, constrangedor… Enfim, custei pra conseguir terminar de ler e folgo em saber que, como diria o Ivan Reis, eu não sou o público alvo dessa josta! Passo longe!
Nota: 3/10
E continua a fase do inoxidável Mark Waid à frente do advogado sem medo. Nesse número, o encadernado gira em torno de uma aliança entre o demônio da Cozinha do Inferno e o Amigão da Vizinhança para limpar a barra da Gata Negra, injustamente acusada de roubo e, noutra HQ, da caçada do Demolidor ao Toupeira. Pra fechar o álbum, a reedição picareta do primeiro encontro entre Demolidor e Aranha. Revista boa, divertida, inferior ao volume passado, mas ainda muito boa. Faltou à Panini situar o leitor, numa notinha de rodapé, sobre o Aranha. É o Superior? Não é? Que pé na bunda foi esse que ele levou?
Nota: 7/10
P.S.: A capa do Toupeira era mais legal.
Thermae Romae #1, de Mari Yamazaki (editora JBC)
Me disseram que era hilário, super engraçado e que eu ia me esbaldar de rir. Fui procurar e não vi nada disso. Do contrário, um monte de situações repetitivas e bobocas, em que Lucius sempre tem um problema e fatalmente, sem esforço nenhum, vai parar no Japão contemporâneo, onde facilmente encontrará a solução do imbróglio. Tal qual o cão arrependido, a fórmula se repete quarenta e duas vezes. Vou comprar o volume II, pra ver se acho o que fez com que esse mangá fosse indicado ao prêmio de Angoulême.
Nota: 4/10
Claro, o mangá já não tem mais a mesma graça que tinha quando eu era um vestibulando repetente tentando entrar na “Toudai” junto com a garota que eu gostava, mas segue bem divertido. Claro também, o passar do tempo e o distanciamento da identificação fazem com que algumas coisas que não eram tão legais assim fiquem mais evidentes, como a encheção de linguiça que o autor inventa pra esticar a trama. Pra quem tiver procurando uma leitura leve, divertida e descompromissada, é um pratão cheio!
Nota: 7/10
Os Beats – Graphic Novel (Ed. Benvirá)
Harvey Pekar. Peter Kuper. Literatura. Era pra ser uma leitura sensacionalmente foda e inesquecível. Não foi. Os Beats foi uma das coisas mais chatas que eu já li na vida. Pekar com um texto chato, prolixo, e uma arte (na maioria das vezes de Ed Piskor) pobre e que se limita a REPETIR o que já estava no texto. Não chegam a salvar a revista, mas se você baixar comprar o scan, pule logo para a história do Kuper sobre Gary Snyder, e a da Joyce Brabner (esposa do Pekar) sobre as mulheres no movimento beatnik, chamada “Garotas Beatnik” (com arte de Summer McClinton). São as únicas que mais se aproximam de valer alguma coisa.
Nota: 2/10
20th Century Boys #6 (Ed. Panini)
20th segue sendo um dos mangás (se não O) mais fodas que já li – inclusive o responsável por ter feito mangás voltarem à minha prateleira (não com resultados muito positivos, como visto antes). Depois da bomba que foi o volume #5, este número #6 dá uma esfriadinha, mas serve para estabelecer o novo cenário onde a trama seguirá se desenrolando. Não é um volume ruim, mas fica distante da eletricidade que estava correndo solta nos últimos números. Continua sendo uma das coisas que mais valem a pena nas bancas atualmente.
Nota: 7,5/10
Outra que falaram, falaram, falaram… Eu comprei, enrolei pra ler e, quando li, não achei essas coca cola toda não, com rato ou sem rato. A revista é dividida entre as HQ’s de X-O Manowar e The Harbinger. Tudo muito no começo, tudo muito introdutório. Contando com menos espaço, confesso que The Harbinger, com sua pegada meio Jumper, me interessou mais. Não é uma revista excelente, não é uma revista ruim, é uma HQ mediana. E de medianas eu tô cheio.
Nota: 5/10
Mike Carey recupera o fôlego que tinha perdido nos últimos números. Sua linha mestra na trama, sobre a verdade por trás (ou através) das histórias vai ganhando corpo e solidez. Bacana ver os (pra mim) melhores conceitos de Gaiman (as narrativas constroem a realidade) amarrados à a literatura universal de um jeito quase Sítio do Pica-pau Amarelo e Liga Extraordinária. Isso sem contar a participação especial do bom Barão de Münchhausen, um dos meus personagens favoritos, fazendo münchhausenzisses típicas!
Nota: 8/10