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A gente vimos: Agents of S.H.I.E.L.D, por Algures

Bem, antes de mais nada eu tenho que dizer que sempre achei – e ainda acho – muito arriscado fazer uma série desse tipo. Uma coisa é fazer um programa de TV que levemente faz referencia a outras instâncias (como Birds of Prey, que para todos os efeitos se passava no universo dos filmes do Tim Burton, mas que não tinha ligação tão direta); outra coisa é fazer um programa que está ligado diretamente com os filmes. Não que não seja possível fazer isso, mas a logística envolvida é complicada (filmes demoram mais para serem feitos, possuem tempos diferentes, e assim por diante) e fazer os eventos dos filmes “casarem” com os de um programa de TV semanal é complicado.

Agentes da S.H.I.E.L.D não é uma série isolada, muito pelo contrário. Ela tem toda a bagagem já criada pelo universo cinematográfico da Marvel e o episódio piloto passa o tempo inteiro deixando isso bem claro. Aliás, mais do que isso: sabem aquelas HQs que a DC e a Marvel fazem com as consequências de uma saga? Tipo, depois de uma saga que mata uma caralhada e ressuscita outra caralhada, eles fazem algum one-shot ou algo assim, para mostrar que a saga foi pra valer e teve impacto no mundo? Agentes da S.H.I.E.L.D é exatamente isso.

A série se passa logo após a batalha de Nova York, como é chamado o incidente em que os Vingadores enfrentaram os Chitauri no final de Os Vingadores (não fica muito claro se também se passa depois de Homem de Ferro 3, embora haja menções), onde Coulson está montando uma equipe para lidar com casos que se referem especificamente a este “novo mundo” de tecnologia alienígena, superpoderes e monstros. O episódio piloto é mais uma introdução a esse novo mundo (como os one-shots em quadrinhos que comentei) do que qualquer outra coisa.

A série tem vários méritos. O primeiro deles é não mostrar os super-heróis principais (e, quando mostra, é apenas de relance), o que poderia ser uma distração e faria as pessoas esperar que todo episódio algum deles aparecesse. O piloto deixa claro que os heróis tem seus próprios problemas pra resolver e não os veremos na série, a não ser mencionados.

Outro mérito é ter como personagens principais pessoas comuns (quer dizer, comuns em termos, já que eles trabalham para a S.H.I.E.L.D, ou seja, eles devem ser os melhores em seus campos) ao invés de superseres. Além disso, os personagens são bem desenvolvidos, mesmo em 40 minutos de episódio. Joss Whedon conseguiu criar personagens cujo papel na trama é óbvio, mas ao mesmo tempo conseguiu dar personalidade e peso para a grande maioria deles. E também cada personagem tem alguma “ponta solta” que instiga o telespectador a querer saber mais sobre ele.

Mas é claro que você deve estar se perguntando: E os easter eggs? Caras, tem um monte. Tanto que nem sei se dá para chamar de easter Eggs, por que eles meio que fazem parte da história. A série está tão sintonizada com o universo Marvel que todos os elementos que constituem o plot vem dos filmes, não só do filme dos Vingadores (tem até citação ao Extremis). Tem referencias ao soro do supersoldado, à radiação gama, ao projeto P.E.G.A.S.U.S (que mantinha o Tesseract escondido), à títulos de hqs da Marvel (como Journey into Mistery), e por aí vai. Tem muita coisa, se você curte catar essas coisas, vai ter que ver o episódio várias vezes. Tem até o porsche voador do Nick Fury!

Ah, e esqueçam a polêmica Luke Cage/Rage/ Uarévaa. Não faz diferença nenhuma quem o cara é, ele é quase um mcguffin na história, tá ali só para fazer o plot andar e mostrar o como os eventos mostrados nos filmes afetam o homem comum.

Tá, mas é bom ou não é, porra????? Olha, eu gostei bastante. Quem curte os filmes da Marvel Studios vai curtir bastante a série, por que a pegada é a mesma (só, é claro, com menos orçamento). Quem fica de mimimi que eles não são profundos, que TDK é melhor, e blablabla, nem perca tempo. Se seguir a pegada desse episódio piloto, vai ser as típicas aventuras da Marvel. O que pra mim, se encaixa perfeitamente com o formato de uma série semanal.

Algures

Meu nome é Algures e tenho 41 anos (teria se tivesse vivo). Morri aos 13 anos tentando ouvir o Podcast MDM proibidão. Envie esse post para 20 pessoas para que eu possa descansar em paz. Caso não repasse essa mensagem, vou visitar-lhe hoje à noite e você vai se arrepender. Dia 15 de julho, Rafael riu dessa mensagem e 27 anos depois morreu em um acidente de carro. Não quebre esta corrente a não ser que queira sentir minha presença (atrás de você)

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