Filmes que nunca serão: Viúva Negra, de David Hayter
Será que na Marvel, que tem até guaxinim falante, não tem espaço pra ruivona?!
Claro, embora não seja nada tão absurdo quanto a DC, que até hoje só emplacou de verdade DOIS dos seus milhares de personagens em iniciativas trnasmídia (Ultra, um abraço) bem sucedidas, a Casa das Idéias anda murrinhando – até demais – para adaptar um dos vingadores mais expressivos para a tela grande num filme solo, afinal, todo mundo um dia já se perguntou quando diabos teremos um filme da Viúva Negra?
O engraçado é que apesar das declarações do Kevin Feige sobre o assunto (e do enorme carisma da Scarlett Johansson) o filme parece não emplacar de jeto nenhum, mesmo tendo filmes como o recente Lucy (também da atriz) mostrado que é possível termos longas de ação – com superpoderes e efeitos especiais – com protagonistas femininas. Mas nem sempre foi assim, em 2004, dez anos atrás (e quatro anos antes do surgimento do Marvel Studios), um longa da Viúva chegou a entrar em produção, como nos conta o roteirista David Hayter (de X-men e X-men 2)(e também dublador do Snake, nos jogos da série Metal Gear).
Em entrevista ao site FemPop, em 2011, Hayter explicou de como a produção decolou e se espatifou, em pouquíssimo tempo, devido a pressão dos estúdios.
O que eu tentei fazer foi usar o pano de fundo da fragmentação do Império Soviético – um sanatório insano com quatrocentos e tantos silos de ogivas nucleares. Era tudo sobre essas ogivas, e eu achei que era bastante contemporâneo e legal. Infelizmente, enquanto eu me aproximava da versão final, um número muito grande de filmes com vigilantes femininas surgiu. Nós tivemos Tomb Raider e Kill Bill, que foram os que funcionaram, mas então tivemos também BloodRayne, Ultravioleta e Aeon Flux. Aeon Flux foi tão mal na bilheteria de estréia que três dias depois disso o estúdio me disse, “Nós não achamos que é a hora para fazer o seu filme”.
Eu aceitei a lógica em termos de saturação de mercado, mas foi bem doloroso. Eu não só investi muito trabalho e tempo naquele filme como batizei minha filha, que era recém-nascida na época, de Natasha – por conta do personagem principal do meu filme. Eu batizei minha filha por causa de um filme em que eu nem estava trabalhando mais.
SE.FODEU. Mas, bem, podia ser pior, ele podia estar trabalhando num filme do Senhor Milagre e ter batizado a filha de BIG BARDA.
Mas como era então o roteiro do filme? Os caras do Gamma Squad acharam uma versão do roteiro na rede e resumiram da seguinte forma:
Nós veríamos um pouco do início do treinamento dela na Rússia. Uma vez que os Soviéticos caíssem, ela tentaria fugir para os Estados Unidos, mas seu mentor Ivan Petrovich (também conhecido como Dínamo Vermelho) a rastrearia, forçando um duelo final em meio a CIA e agentes-duplos.
Engraçado o comentário do cara, porque até então eu nunca tinha percebido como existiam TANTOS filmes de ação com protagonistas femininas. Se formos pensar bem, uma das franquias mais lucrativas e celebradas da “massaveiidade” – Resident Evil – possuí uma mulher a frente da ação. Agora, se essas mulheres são bem representadas, isso é uma outra discussão completamente diferente, mas de fato houve um excesso nos últimos anos. Será então toda essa questão, recente, da hesitação tanto de Marvel quanto Warner/DC de colocar uma mulher forte no cinema, ou até mesmo do “sumiço” da Gamora dos materiais de divulgação do Guardiões da Galáxia, apenas uma consequência dessa saturação?
E você, leitor, o que você acha?