Em mais um post “podia ter sido assim” sobre as várias adaptações que quase saíram, como o Homem Aranha do James Cameron, Superman Lives, do Tim Burton e Justice League: Mortal, do George Miller (entre outras), vou aproveitar que este mês fez 10 anos da estreia de Batman Begins e 20 anos de Batman Eternamente para fazer (mais uma) série de posts sobre os filmes do Batman pré-Batman Begins (e pós Batman & Robin) que nunca saíram.
Além de Batman Unchained, havia outro filme do Batman circulando e que também tinha como um dos vilões o espantalho, mas buscava ser bem mais sombrio.
As várias mortes dos filmes do Batman: Batman Darknight
Ainda na época em que Batman Unchained era uma possibilidade, dois jovens roteiristas, Lee Shapiro e Stephen Wise estavam trabalhando em um roteiro pós-apocalíptico quando souberam que a Warner estava procurando por novas ideias em potencial para a franquia.
A dupla então fez um brainstorm e voltou para o estúdio com uma ideia que aparentemente impressionou o pessoal, o suficiente pelo menos para encomendarem um roteiro. A intenção do estúdio era seguir a “continuidade” (se é que havia alguma) dos filmes do Burton e do Schumacher, mas levar para uma direção bem diferente de Batman & Robin.
O roteiro era entitulado Batman Darknight e de certa forma era mais uma história do Robin do que do Batman, pois começava com Bruce Wayne aposentado e recluso após uma tragédia ter feito ele pendurar o uniforme e tinha grande foco em Dick Grayson. Os vilões seriam o Espantalho e o Morcego Humano, e esperava-se que George Clooney e Chris O’Donnel retornassem à franquia (nenhuma menção à Batgirl).
Dick Grayson está na faculdade, mas ainda tem planos de combater o crime. Johnatan Crane, o Espantalho, era um professor do Dick que perdera a habilidade de sentir dor e fazia experiências macabras. Ele é responsável pela criação do Morcego Humano (que era Kirk Langstrom, ex-colega dele) e em determinado momento capturaria o Dick para fazer experiências nele, tudo porque o parceiro do Batman retrucou ele numa aula – viu, jovens, não façam isso.
O roteiro parecia ser bem mais sombrio e macabro que qualquer outra adaptacão do Batman. Por exemplo, a ideia é que Crane era tão louco, que (já que não sentia dor) transformava a própria cara na máscara do espantalho.
Imagem meramente ilustrativaO roteiro havia sido concebido como uma trilogia, então havia diversos easter eggs. No final do filme, Crane soltaria todos os criminosos do Arkham, e uma das psiquiatras feridas seria Harleen Quinzel, que ficaria em coma e acabaria se tornando a Arlequina na sequência, que não teria Robin. Por falar em Robin, o parceiro do Batman estaria de volta para o terceiro filme, onde teria digivoluído para Asa Noturna e ajudaria o Batman a defender Gotham do Crocodilo e do Cara de Barro.
Apesar de ter levado 3 meses para finalizar a história, os roteiristas tiveram que esperar 2 anos para uma posição definitiva do estúdio. Isso porque, nesse meio tempo, a franquia do Batman ficou que nem batata quente na mão de diversos executivos, até que Jeff Robinov assumui de vez e acabou passando o roteiro, uma vez que a Warner já havia decidido que a melhor decisão era ignorar a franquia anterior e começar tudo de novo. Foi aí que finalmente a palavra “reboot” passou a ser vista como a palavra de ordem.
Apesar dos detalhes esparsos, a história parecia ter até bastante potencial. Honestamente, não sei se as pessoas comprariam um filme do Batman que seria, basicamente, um filme do Robin, mas se a ideia era revitalizar a franquia, o plano parecia interessante. Se bem executado, poderia dar certo.
No próximo filme do Batman que nunca foi, um Alfred afroamericano que era um mecânico e… um Bruce wayne pobre? Essa era a ideia por trás de uma adaptação muito louca de Batman: Ano Um.
P.S.:
Aproveitando o assunto, participei do podcast do pessoal do Banco de Cérebros que foi, justamente, sobre os 20 anos do Bátema Eternamente e os 10 anos de Begins. OUVA lá.