A Gente Lemos
Anos 90!
Pois é, dois dias sem postar… Mas faculdade é assim mesmo, de vez em quando tenho que estudar. 😛
Muito se vê por aí movimentos saudosistas dos anos 80. Por ter vivido minha infância dentro dessa década, acho isso o máximo; e é muito difícil não se emocionar ao ver imagens de brinquedos, guloseimas ou de programas de TV dessa década. Em face disso, me pergunto se, dentro de uns dez anos (ou menos) não surgiria um movimento saudosista dos anos 90. Será que essa época foi tão nostálgica quanto os anos 80? Será que merece entrar para a memória? É exatamente por isso que resolvi escrever esta nova série de posts, na qual irei relembrar os anos 90 e os elementos que marcaram a época.
Tenho ciência total de que é impossível se lembrar de tudo o que rolava nessa década. Por mais que pesquise e insira mil lembranças, sempre faltará alguma coisa. Tem sempre aquela pessoa que vai dizer “mas você esqueceu de mencionar X, Y, Z…” Assim, vamos combinar uma coisa? Falarei daquilo que eu lembro e caso vocês recordem de algo a mais, mencionem nos comentários. Ah, sim. Vou falar de diversos assuntos, de uma forma não exatamente muito linear. Vamos interagir. Vamos nos emocionar. Está na hora de voltarmos no tempo! Vamos?
Qual era a programação infantil dos anos 90?
Na Globo era exibida a TV Colosso, substituto legítimo do Xôu da Xuxa. O programa simulava uma emissora de T.V. comandada por cachorros (estes, por sua vez, manifestavam-se como marionetes e atores fantasiados). Entre um desenho e outro, eram exibidos divertidos quadros protagonizados pelos cachorros. Quem não se lembra de Os Filhos da Cadela e Acredite Se Puder? Este último era uma sátira ao programa de curiosidades Acredite Se Quiser, onde o apresentador, o cachorro Jaca Paladium, sempre dizia a curiosidade em questão teve origem na Nova Zelândia. Os três filhotes que assistiam ao programa sempre caçoavam dele dizendo que era mentira e este, invocado, aparecia logo em seguida na casa deles munido com um machado, forçando-os a acreditar. Outros personagens marcantes foram a Priscila, Borges, o chefão J.F., o eterno puxa-saco Capachão, o contínuo Gilmar, as pulgas, Daniel, os gêmeos Provolone e Parmesão e por aí vai. O programa sempre terminava com o cozinheiro tocando o sininho avisando que o rango estava pronto e em seguida sendo pisoteado por uma matilha de cães famintos correndo na direção do refeitório. Diversos desenhos animados foram exibidos na TV Colosso, dentre eles Eek, Animaniacs, O Elo Perdido, Perdido nas Estrelas, De Volta Para o Futuro, Chuck Norris, Taz Mania, X-Men, Power Rangers e muito mais. A TV Colosso teve seu fim já no final dessa década e foi substituída pelo (sem sal) Angel Mix, apresentado pela Angélica. Aos domingos, a Globo exibia Família Dinossauro, um seriado com atores vestidos de dinossauros (com um recurso de movimento de rostos muito bom, semelhante ao utilizado no live-action de Tartarugas Ninja), que fez bastante sucesso por aqui nos anos 90. Como não esquecer o bordão do Baby? “Não é a mamãe”!
Enquanto que na Globo a TV Colosso ocupava quase a manhã inteira na grade de programação, o SBT exibia diversos programas infantis para todos os gostos. Logo de manhã cedo começava a Sessão Desenho com a Vovó Mafalda, seguido por Bom Dia & Companhia com a Eliana (lembram daquele irritante computador falante?). Ainda no início dessa década, Sérgio Mallandro integrou a programação (substituindo o Show Maravilha) com o Show do Mallandro (exibido logo após o Bom Dia & Companhia). Quem lembra da “Porta dos Desesperados”? Após todos esses programas, era tradicionalmente exibido Chapolim, seguido por Chaves. Além disso tudo, ainda era exibido, de tarde, a Casa da Angélica, um programa infantil bem no formato do Xôu da Xuxa (apresentadora loura, ajudantes de palco, atores fantasiados de bichos, jogos, desenhos e auditório infantil). Mais tarde saiu a Casa da Angélica (quando a Angélica foi para a Globo) e entrou o Disney Club, exibido nos finais de tardes. Ainda nessa época, veio o Sábado Animado. E os desenhos animados do SBT? Não sei dizer ao certo qual programa exibia qual desenho, até porque havia uma rotatividade de desenhos entre programas, mas desenhos como Ducktales, Pica-Pau, Popeye, Looney Tunes, Os Seis Biônicos, Defendores da Terra, Hurricanes, Turma do Pateta, Dragon Ball, Fly, Street Fighter, O Fantástico Mundo de Bobby e mais uma extensa lista. Ufa!
Um programa infantil que fez muito sucesso no SBT no início dos anos 90 foi Carrossel, uma novela mexicana que contava as aventuras de uma turma de segunda série em um colégio. Fez tanto sucesso que foi reprisada duas vezes. Quem nunca sentiu pena do Cirilo, que era apaixonado pela Maria Joaquina e esta o esnobava por causa de sua cor e posição social?
Fora a Globo e o SBT, havia o Tudo por Brinquedo na CNT com a Mariane (que exibia Super-Amigos), Clube da Criança na Manchete com Mylla Christie (que passava desenhos mais antigos, como Space Ghost, Rabugento, O Coisa e Os Impossíveis) e o Agente G, na Record (que passava desenhos como Bill Body e Beetlejuice), para não falar da alternativa programação infantil da TV Cultura, que exibia Castelo Rá-Tim-Bum e afins.
A Manchete também era famosa por exibir seriados live-action japoneses, como Patrini, Kamen Rider Black RX, Winspector, Solbrain etc.
No entanto, entre 1994 e 1996, não houve Globo ou SBT que desbancasse a audiência da Manchete quando esta exibia Cavaleiros do Zodíaco. Exibido pela primeira vez no Brasil nessa época, o anime fez um sucesso estrondoso e virou uma séria febre entre a garotada. A história, as lutas e a quantidade de sangue foram elementos completamente novos, que fascinaram os olhos dos espectadores. Hoje em dia o desenho ainda é exibido no Cartoon Network, mas não teve o mesmo impacto de há dez anos atrás. Após os Cavaleiros vieram Yu Yu Hakusho, Shurato, Dragon Ball… e Cavaleiros passou a não ser mais tão relevante assim. Mas nenhum anime, em sucesso de recepção, superou os Cavaleiros. Ah, sim. Como não esquecer dos bonequinhos dos Cavaleiros, cujo sucesso de vendas acompanhou de mãos dadas o sucesso do desenho?
A lista de programas infantis dessa época é extensa, mas * acredito * ter citado os mais relevantes. 🙂 E a série continuará, aguardem!