Durante a Wizardworld LA, o editor-chefe da Marvel Joe Quasenada falou sobre várias novidades da editora, mas um ponto em particular merece ser ressaltado: a defesa do rolha-de-poço na sua voraz política anti-fumo nos quadrinhos, que é duramente criticada pelos nerds. Vamos ver alguns trechos da entrevista feita pelo Newsarama e traduzidos porcamente pelo seu amigo Change Blog.
“Olá pessoal. Eu sei que a política anti-fumo da Marvel está causando muito barulho, mas deixe-me esclarecer algumas coisas aqui. Primeiro: não há nenhuma justificativa política. Não tem nada a ver com os anunciantes. Só tem a ver com uma cousa: eu não quero isso nos meus quadrinhos.”
“Alguns fãs estão revoltados com o fato do Wolverine não fumar mais. Com o fato do herói não aparecer mais com um charuto na boca. Estão falando que é censura. Vamos deixar uma coisa bem clara: eu sou o editor-chefe de uma linha de quadrinhos. Nossa linha não é a imprensa livre. Nós pagamos pessoas para escrever e desenhar nossas histórias e temos o direito de escolher a política da empresa.”
“E diga o que quiser e reclame o quanto quiser. O fumo só causa uma coisa: o CÂNCER.”
“Quando eu era muito jovem, perdi meu querido avô por causa de complicações de sua vida de fumante. À alguns anos atrás, eu perdi o meu pai pela mesma razão. Somando tudo, perdi pelo menos quatro parentes por causa desse horrível hábito.”
“E não venham me dizer que os quadrinhos não influenciam. As HQs fazem parte da cultura norte-americana. E porque tantos e tantos jovens americanos fumam? Porque a nossa cultura faz o fumo ser legal, parecendo que é um ato de rebeldia. Que rebeldia? Não há outra razão pela qual alguém pega um cigarro pela primeira vez: ele só faz isso para parecer cool. As empresas de tabaco trabalharam muito durante os anos 40, 50 e 60 para criar essa imagem.”
“E o que podemos dizer do Wolverine? Bem, o fator de cura ajuda ele, não é? Então porque ele fuma? Ele quer ser cool como as outras pessoas. Isso o transforma em um poser, um escravo da modinha. Desculpe, mas isso não soa nada rebelde pra mim.”
“Bem, uma boa notícia é que eu não serei o editor-chefe para sempre. Então, no dia que eu for embora, o próximo EC pode mandar pras cucuias a política anti-fumo. Ele terá todo o direito. Mas enquanto eu estiver aqui, desculpem-me pessoal… Mas nada de cigarros. Se vocês querem ver um Wolverine que fuma, vão aos cinemas.”
É um assunto complicadíssimo. Ao mesmo tempo que é hipócrita (tá, o Wolverine não fuma, mas mete as garras no estômago de um inimigo), a política tem seu excelente mérito pois, como nós sabemos, adolescentes são, em sua grande maioria, idiotas (fazem qualquer coisa para que os outros os achem legais). E também temos que levar em conta que Wolverine ainda é um personagem que circula muito no mundo jovem (ele está em videogames, gibis, camisetas e até tem músicas em homenagem ao herói).
Bem, pelo menos é uma mudança que não interfere na história. Tanto faz se o Wolverine entra na escola Xavier fumando um charuto ou não.
Eu digitei umas três páginas de Word só com minha opinião sobre o assunto, mas assim o post vai ficar mais chato que um show de quatro horas do Kenny G. Então usem e abusem dos comentários da melhor maneira possível, analisando todos os prós e contras dessa medida.
