Parece que a moda agora é namorar pelado lançar fan-films dignos de filmes de gente grande.
Depois do “deboot” de Power Rangers que o Maximus falou outro dia, agora é a vez da galera japoronga de Dragon Ball Z receber um tratamento especial pelas mãos da galera do Robot Underdog. Mas não é só isso! Ao invés de fazer apenas um vídeo, os caras resolveram bancar, na verdade, um piloto, do que seria uma temporada inteira de seriado inspirado na obra de Akira Toriyama (na verdade, bancaram por eles. Enfim)
Dragon Ball Z: Light of Hope será uma adaptação do OVA “A História de Trunks”, mostrando o que acontece na linha do tempo alternativa na qual os Androides 17 e 18 despertam num mundo indefeso (devido a morte prematura de Goku) que deve ser defendido pela resistência, organizada por Bulma, Gohan e Trunks.
O piloto você confere abaixo! Dá o play, maca!
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=opji5DgE_nQ]
E você, leitor, gostou do resultado?
…
Ainda por aqui? O post terminou lá em cima, pode ir comentar, a partir daqui lê quem quiser.
Em primeiro lugar acho engraçado que em todos os lugares que vi a notícia, ela sempre estava acompanhada de elogios rasgados, de que finalmente Dragon Ball teria “o tratamento que merece” numa produção bem feita, com muitos efeitos, que AGORAVAImimimiotakuotaku. Mas será mesmo?
Lembro da polêmica que acompanhou o lançamento daquela infame adaptação da obra pro cinema, Dragon Ball Evolution, que foi o fiasco prometido e estourou o absorvente-do-dragão de muita gente por aí. Os fãs reclamaram muito e o público em geral também não se empolgou, mas terá sido com razão?
Infelizmente, como eu já disse, tenho um gosto duvidoso para filmes e confesso que além de ter gostado da adaptação de Super Mario Bros. (aquela lá, com o Peste e o “Bob Hopkins”), também gostei de Dragon Ball Evolution. “Ai que burro Tango, você é bobo e não entende nada”, talvez, mas quem dá luz verde pra esse tipo de coisa entende menos. Meu ponto é que, numa obra que JAMAIS deveria ter sido cogitada para uma adaptação, obteve-se o melhor resultado possível.
Mesmo que seja um resultado de merda.Caminho parecido tiveram as websseries de Street Fighter e Mortal Kombat: ambas franquias oriundas de adaptações discutíveis para o cinema que foram “revitalizadas” em projetos independentes. Gosto também de ambos os filmes, pelo mesmo motivo, de achar que foram o melhor possível dentro da mudança de mídia. Cinema e TV não é lugar para gente soltando bola de fogo pelas mãos e voando por aí, fica ridículo. Ou você gostou mesmo desse moleque de cabelo roxo brincando de cosplay? Tanto que, salvo engano meu, ambas fizeram o devido barulho, foram compradas e morreram na praia.
Como eu mencionei lá em cima, os caras conseguiram terminar o piloto por meio de financiamento coletivo e estão tentando captar recursos para continuar o trabalho (assim como SF e MK), e isso me levanta uma sobrancelha: é muito fácil arriscar com o dinheiro alheio. Quando não é o seu que está na reta, é mole assumir um risco e dar um passo adiante e é justamente esse o motivo que faz com que grandes estúdios ou não liberem muita verba para esse tipo de coisa (como em Dragon Ball) ou que tentem misturar tudo o que vende ao mesmo tempo para conseguir retorno (como no filme do Mário.).
Embora, claro, tudo tenha seus pontos positivos.E uma vez que se consiga o apoio de algum estúdio, as rédeas mudam de mãos e a análise de risco toma o lugar da liberdade criativa e ou a idéia morre ou adquire os mesmos defeitos que buscava combater. É um caminho sem volta onde nem todo mundo pode jogar o jogo que nem gente grande. A grana da licença é alta demais para permitir riscos.
Sendo assim sou da opinião que certas coisas precisam ficar no seu lugar de direito, seja no desenho animado, seja nas nossas infâncias, onde tudo é mais bonito, massavéio e melhor. E lá, ninguém pode provar o contrário.
Lembrando que SEMPRE PODERIA SER PIOR.