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Bom, saiu hoje o trailer da segunda temporada de House of Cards, série exclusiva da Netflix. Nessa nova temporada, Francis e Claire Underwood agora enfrentam as consequências de sua ascensão ao poder feita à base de enganações, trapaças e jogos de poder. Zoe Barnes está cada vez mais entranhada nos crimes cometidos por Francis e agora o personagem de Kevin Spacey sofrerá a perseguição de Raymond Tusk, bilionário confidente do Presidente Walker, que exige que Francis pague todos os favores políticos que pediu. Claire enfrenta agora as consequências de ter sua vida pessoal exposta.
Bom, House of Cards é um dos seriados que gosto muito.
Gosto tanto quanto gostei de Breaking Bad.
Gosto de como os diálogos são ótimos e de como o personagem do Kevin Spacey é tão bacana!
Gosto de como ele é uma série que não subestima a sua inteligência, como os péssimos Dexter (que virou uma safadeza sem fim após a terceira temporada) e o horroroso Hostages.
Gosto como a série quebrou paradigmas – o modelo da Netflix dá controle aos telespectadores… E House of Cards foi uma das raras séries que conseguiu orçamento para ser produzida sem a necessidade de um piloto, pois um dos objetivos dos criadores e roteiristas era contar uma história bem devagar ao longo da primeira temporada – o que seria impossível com a necessidade de um episódio piloto, onde você tem que apresentar tudo em um único episódio.
Vejam aqui o Kevin Spacey falando um pouco da mudança desse paradigma (só para entendedores do inglês nórdico conseguirão acompanhar o falatório do Kevin do Espaço):
Veja aqui alguns trechos:
House of Cards é um sucesso de crítica e público. Claramente o sucesso do modelo da Netflix – de liberar toda a temporada de uma vez – provou uma coisa: a audiência quer ter controle. Eles querem liberdade. Se eles querem ver tudo de uma vez – e é o que eles fazem com House of Cards – vamos deixar isso acontecer!
Nós aprendemos uma lição que a indústria da música não aprendeu – dar às pessoas o que elas querem, quando elas quiserem, da forma que elas quiserem, à um preço bom, faz com que elas queiram pagar por isso, ao invés de baixar ilegalmente.
Se você assistir seu show de TV no seu iPad, ele não seria mais um show de TV? A ferramenta pela qual você assiste é irrelevante. Para a nova geração, não tem diferença nenhuma assistir Avatar no iPad ou assistir o Youtube na TV. É tudo conteúdo. É tudo uma história a ser contada, não importa o meio.
E é isso aí mesmo. Isso é o que sempre falamos por aqui no MdM e em nossos podcasts. Conteúdo. Hoje você não pode ser uma empresa de TV. Você precisa ser uma empresa de conteúdo. Porque o meio sempre vai mudar. TV, TV portátil, TV de tela plana, computador desktop, laptop, tablet, celular, videogames, etc.
A nova geração já está acostumada com a pluraridade de meios para consumo de conteúdo. Enquanto Breaking Bad alcançou 10 milhões de telespectadores, a final do torneio mundial de League of Legends teve mais de 30 milhões de viewers, através do celular, tablets, desktops, laptops, videogames, TVs, etc.
O poder muda de posição. Ele está na mão da audiência, agora.
E quem continuar com o antigo modelo, não pode se esquecer das sábias palavras de Mateus Luz, 12 anos, nessa ótima reportagem da Folha: “Ver TV é coisa de velho, né? Prefiro entrar no YouTube quando quero assistir a alguma coisa. Uso a televisão para jogar e só.”