Transformers, por Nerd Reverso


CHICKS DIG GIANT ROBOTS!!!

Ao contrário de outras séries animadas da minha infância, a primeira versão de Tranformers (ou G1, como os fãs preferem chamar), me deixou poucas lembranças. E o que vi dela pela internet anos mais tarde não me agradou. Minhas séries preferidas de Transformers são Beast Wars e sua continuação/extrapolação Beast Machines (os fãs da G1 costumam torcer o nariz pra ambas).
O que esperar de Transformers em live-action no cinema com Michael Bay dirigindo e Spielberg produzindo? Robôs gigantes com um visual ótimo pra ocupar toda a tela do cinema? Estão lá. Efeitos especiais de primeira qualidade? Confere. Ação desenfreada a ponto de você querer pausar o filme e perguntar “o que diabos tá acontecendo aqui”? Tá lá. Piadinhas em excesso, lembrando o espectador que aquilo é só diversão? Sim. Cenas piegas em momentos absolutamente inoportunos, quebrando o ritmo do filme? Infelizmente.
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Resumindo, o filme cumpre o que promete, pra bem ou pra mal. E também contraria algumas expectativas. Se geralmente os filmes de Bay não possuem grandes atuações, pelo menos costumam apresentar personagens carismáticos, como a dupla de policiais de Bad Boys. Em Transformers, os protagonistas são tão interessantes quanto as piadas do Bugman. Os coadjuvantes militares são ainda piores. Os poucos bons momentos dos atores de carne e osso são trazidos pelos personagens que servem apenas como alívio cômico, interpretados por Bernie Mac, John Turturro e Anthony Anderson.
Outra surpresa é o roteiro, simples e fechadinho. Os furos existem, claro. Mas a trama principal abre e fecha todas as suas lacunas e as fracas tramas paralelas não interferem no andamento do filme, só somam mais tempo para chegar aos 144 minutos que passam rapidamente.

O destaque, como esperado, fica mesmo para os robozões. E eles ficaram sensacionais! A aparência, o tamanho, a mobilidade, a transformação, tudo é feito de forma a fazer o espectador acreditar que um veículo pode virar um robô gigante. Ou melhor, vários robôs gigantes ninjas mutantes, com suas lutas sensacionais que misturam corrida (sobre pernas ou rodas), vôo, armas de fogo e “armas brancas” de grande porte, além do bom e velho mano a mano robótico.
As cenas de ação com os robozudos são tão bacanas que esquecemos de um pequeno elemento da trama, os seres humanos. Sério, se não fosse a ridícula preocupação do Optimus com o bem-estar dos humanos, o filme seria muito mais interessante. Tá certo que os humanos ajudam os Autobots a superar a desvantagem numérica de 8 contra 5 para os Decepticons, mas foram os próprios humanos que criaram toda a quizumba, então não fizeram mais do que sua obrigação.
Acabei percebendo que meu filme ideal de Transformers não teria humanos. Seria exatamente como Beast Machines: robôs bons lutando contra robôs maus (com os primeiros em desvantagem, de preferência), sem seres frágeis no meio para atrapalhar.

MATA ELE! MATA!

O filme ainda tem muitos momentos imbecis que qualquer diretor comum se arrependeria de colocar em seu filme, mas não Joseph Climber!, quer dizer, não Michael Bay. O robozinho anoréxico “andando de fininho”, o cartão de crédito na banda esquerda (depois reclamam do Schumacher), as patriotadas estilo Independence Day, as DUAS piadinhas de mijo. Tudo muito ridículo.
Mas os bons momentos compensam os ruins. Todas as seqüências de ação com os robôs são ótimas, apesar de um tanto confusas em alguns momentos, devido à semelhança entre os vários transformers. Os diálogos entre Optimus (voz de Peter “eu sou o Optimus há mais de 20 anos” Cuellen) e Megatron (voz de Hugo “eu estou em todos os filmes nerd” Weaving) soam como puro discurso de heróis e vilões maniqueístas dos anos 80, o que é muito divertido.
Sem dúvida não é um grande filme, não é algo pra se ver e rever em casa. Mas é um grande exemplo de um bom pipocão, feito pra ser visto no cinema, com uma tela gigantesca para passar a idéia do tamanho dos robozões (o enquadramento na linha de visão dos humanos mostrando de baixo pra cima a luta das duas facções de robôs é impressionante) e um som de primeira qualidade pra ouvir nitidamente o clássico barulhinho da transformação e pra fazer o chão tremer nas cenas de explosão (que são muitas, claro). Apesar de sua tremenda irregularidade, Transformers diverte e até empolga em alguns momentos.
Nota: 6
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