Meu primeiro post do NOVO MDM, uhuuuuu o/
Eu pretendia postar um texto sobre a morte do Snyderverso (deu 5 páginas e ainda estou pensando se vale postar), mas achei que esse era mais interessante.
Em janeiro, James Gunn disse que vai fazer alguns anúncios sobre a nova era da DC, onde ele e o Peter Safran (supostamente) vão ter poder que nenhum outro ceo da DC teve antes. E, apesar de a gente poder deduzir algumas coisas pelas notícias recentes (Snyderverso já era – insira aqui o meme do pastor anunciando a morte do Guilherme de Pádua), não dá pra dizer exatamente o que vai rolar, o que vai sair, o que vai ser mantido, se vai ser um reboot total, etc.
Então aí vai a minha cagação de regra de 5 coisas (e meia) que o James Gunn deveria fazer com a DC (que eu espero acertar mais que as minhas previsões para o crossover de Crise do Arrowverso):
5. Um único e coeso universo 100% do ZERO
Embora a gente saiba que um reboot vai acontecer, ainda não está claro se alguma coisa veio antes vai ser mantida. Cavill, Affleck e The Rock estão fora, mas ainda não há nada oficial sobre Gal Gadot, Zachary Levi e o pessoal do Esquadrão Suicida.
Tem quem diga que o Gunn vai manter os parças dele do Esquadrão Suicida, o que eu acho uma péssima ideia. Ele não é burro e sabe que isso vai dar uma má impressão entre os fãs – e a prioridade dele parece ser unificar e não fragmentar. Para que os fãs de um Cavill e mesmo do Snyderverso (os fãs não tóxicos, no caso, os tóxicos eu quero mais é que se fodam) aceitarem a mudança, o reboot tem que ser TOTAL, sem favoritismos. Considerando que o Gunn já anunciou um filme do Superman nos primeiros anos de carreira, é de se esperar que esse universo comece por aí, então não faz nem sentido manter coisas como o Esquadrão Suicida ou Pacificador.
4. Esquadrão Suicida como evolução natural do universo
É claro que o Esquadrão Suicida, sendo rebootado, vai voltar mais cedo ou mais tarde. Mas, isso acontecendo, espero que o Gunn saiba incorporar o conceito na construção de mundo.
Uma das coisas que mais me incomoda em ambos os filmes do Esquadrão é não termos visto esses personagens como vilões em outros filmes dos heróis. O ponto do Esquadrão do Ostrander foi exatamente pegar vilões que já existiam e já tinham sido enfrentados pelos heróis da DC, mesmo que tivessem sido completamente esquecidos.
Eu gostaria muito que o Gunn seguisse com essa cartilha. Não que esses personagens precisem ser os vilões principais dos filmes, pelo contrário: podem ser participações especiais, pode ser o vilão que o herói derrota rapidamente no início do filme, ou o bucha de canhão que o vilão principal envia para testar o herói, não importa. O que importa, pelo menos para mim, é criar esse senso de que o filme do Esquadrão Suicida é um filme “merecido”, construído a partir do que veio antes. Personagens como Amanda Waller podem ser introduzidos apenas no filme do Esquadrão, mas seria legal se a maior parte dos membros da equipe já tivessem aparecido num contexto diferente e anterior ao Esquadrão.
3. Batman como lenda urbana nos primeiros anos de universo
CHEGA DE BATMAN GUERREIRO URBANO DE ARMADURA! Sério, já deu, né?
Com o Batman, o Gunn tem uma batata quente na mão, que é rebotar o Batman, ao mesmo tempo em que já existe um novo Batman, o do Robert Pattinson, que é de outro “universo”. E, como a exigência de cima é que a gente não fique tendo múltiplos Batmen ao mesmo tempo, como lidar com essa questão sem cancelar o Batman do Matt Reeves? Para mim, é simples: não mostrar o Batman do novo universo enquanto o Batman do Matt Reeves tá saindo, mas INSINUAR sua existência no novo universo.
Matt Reeves já disse que quer fazer uma trilogia, o que significa que esse Batman tem apenas mais dois filmes, o que dá aí mais uns 5-6 anos. O próximo Superman deve sair nos próximos 2-3 anos, o que dá a DC 3 anos para construir um novo universo sem mostrar o Batman.
E o que parece um problema pode vir a ser uma grande oportunidade de fazer algo que não é feito com frequência nos cinemas: realmente fazer o espectador se sentir “dentro” do universo, sem ver o Batman nos primeiros anos, mas ser lembrado dele como uma lenda urbana, como foi nos quadrinhos.
Nesse caso, todo filme pode ter easter eggs ou referências à lenda do Batman, pessoas debatendo se ele é real, gente se perguntando se ele é um monstro, um vampiro, um fantasma, outros dizendo que é só lenda, outros que é um etc, etc. E ficar nessa brincadeira até a trilogia do Matt Reeves se encerrar. E, quando se encerrar, é só apresentar oficialmente o Batman do novo universo e segue o baile.
2. NÃO fazer um filme de Crise nas Infinitas Terras (por um bom tempo)
Quem me conhece sabe que eu sou um enorme fã da Crise original, pois foi uma das primeiras hqs que eu li na vida. E talvez ache estranho esse item na posição 2, mas deixa eu elaborar melhor.
Assim como o Esquadrão Suicida do Ostrander foi, nos quadrinhos, uma construção do que veio antes, Crise também. A ideia do multiverso não surgiu com Crise nas Infinitas Terras e, antes dela, diversos outros crossovers com terras diferentes foram feitos.
Inclusive, o termo “crise” de Crise nas Infinitas Terras é herdado justamente da brincadeira de usar esse termos nos crossovers com outras terras, como “Crise na Terra-2”, “Crise na Terra-3”, etc. E é justamente isso que eu acho que o Gunn devia fazer: já que o universo vai reiniciar, nada melhor do que ir reintroduzindo o conceito aos poucos. Talvez fazer um filme onde a Liga descobre a Terra-2 da Sociedade da Justiça, depois uma onde descobrem a Terra-3 com a liga supervilã, e só bem mais adiante fazer um filme de crise.
Guardadas as devidas proporções, é como a Marvel fez com seus filmes: Tivemos 2 filmes dos vingadores antes dos “filmes-evento” Guerra Infinita e Ultimato, e só em 2025, quase 20 anos depois de Homem de Ferro 1 é que vamos ver um evento multiversal em Guerras Secretas.
Provavelmente a Warner não vai ter paciência pra isso, mas fã da DC vive de esperança, então não custa sonhar.
1. Elseworlds como “selo”
Um dos conceitos tradicionalmente associados à DC que a Marvel AINDA não “roubou” para seus filmes foi a ideia de histórias alternativas com seus personagens. Sim, isso foi feito na animação What If, mas não tivemos nenhum filme passado totalmente num universo separado.
Mas eu acho que, se a Warner quer realmente que esse conceito seja bem explorado na DC, é indispensável que os filmes alternativos não seja só filmes aleatórios fora da cronologia. Tem que existir uma certa organização, algo que deixe claro que há filmes e séries que se passam num mesmo universo, e filmes e séries que têm sua própria cronologia.
O que é legal num elseworld é ver uma versão realmente “alternativa” do personagem (como um Kal-el adotado pelos Wayne, que foram assassinados quando ele era criança, por exemplo), e não personagens ligeiramente diferentes, só que separado porque o diretor não quer brincar no mesmo parquinho que todo mundo.
Por isso, a ideia de um “selo” seria interessante. Poderia ter o nome Elseworlds, ou talvez o mais adequado para o público comum entender seria “Multiverso DC”. Tendo filmes dentro do “DCU” e outros dentro do “DCMU”, a DC Studios se diferencia da Marvel Studios ao poder criar produtos desconectados de uma cronologia e aproveita o melhor de dois mundos.
Além disso, quem não gostaria de ver adaptações de obras como o Cavaleiro das Trevas, O Reino do Amanhã, DC A Nova Fronteira, Entre a Foice e o Martelo, entre outros?
0,5 – NÃO INCORPORAR O UNIVERSO THE BATMAN
Na posição “meia boca” vai meu mais sincero apelo. Segundo boatos, James Gunn e Peter Safran cogitaram iniciar o novo universo com o Batman do Matt Reeves, mas o diretor disse não, obrigado. – e, para mim, ele fez um verdadeiro favor ao universo DC.
Eu não vou nem entrar no mérito que sou a única pessoa que achei esse filme uma merda, mas mesmo avaliando objetivamente é possível perceber que esse universo criado pelo Matt Reeves não contempla um universo DC diversificado e mais fantástico.
The Batman é o universo do Nolan reciclado para parecer mais emo, e tem mais ou menos o mesmo conceito: Batman é um ser humano, as pessoas não acham que ele é qualquer coisa diferente de um justiceiro maluco, todas as suas proezas são “realistas” e o contexto é sombrio e “cru”.
É claro que, tradicionalmente, Batman é um personagem que representa o lado “sombrio” da DC, onde crimes comuns ainda acontecem e super-heróis não fazem nada. Mas se tem uma coisa que o desenho animado do Batman dos anos 90 mostrou é que você pode se inspirar na estética noir e criar uma atmosfera sombria e ainda assim desenvolver um mundo fantástico, com criaturas diversas e mesmo a possibilidade de incorporar sobrenatural, magia, etc – coisa que eu não consigo ver sendo possível no universo do Matt Reeves.
Não estou dizendo que a DC deva eliminar esse universo; como comentei antes, a estratégia mais acertada pra mim é deixar o Matt Reeves terminar sua trilogia e não ter um outro Batman competindo com o Robert Pattinson. Mas essa versão como novo universo DC seria definitivamente uma péssima ideia – assim como teria sido um universo DC a partir do Batman do Nolan.
Que foi o que a Warner tentou fazer, forçando o Batman do Nolan num universo DC, mas nem o Nolan nem o Christian Bale quiseram. Só por isso a Warner seguiu com uma nova versão do Batman pro Snyderverso, o que acabou sendo parcialmente inspirado pelo Batman do Nolan (e outra parte na hq Cavaleiro das Trevas), com um Batman depois de uma longa carreira. E a gente sabe no que tudo isso deu.
Universo DC tem que começar com o Superman, não com o Batman. Como fã da DC, essa é uma das coisas inegociáveis. E que comece com um universo que seja capaz de incorporar conceitos que, em outros gêneros, seriam incompatíveis, como magia, sobrenatural, mitologia, alienígenas, ficção científica, etc. Isso é o que faz um universo compartilhado de super-heróis ser interessante.