De acordo com o Deadline, Tom Rothman foi anunciado como novo cabeça da Sony Pictures (a divisão de filmes da Sony). Para quem não lembra ou não está ligado, essa era a posição que Amy Pascal ocupava até que diversos e-mails e documentos do estúdio vazaram na internet revelando lacuna de salários entre atores e atrizes, comentários preconceituosos, xingamentos a atores, além de uma aparente falta de competência em lidar com uma franquia absurdamente lucrativa como o Homem-Aranha.* Um tempo depois a Sony acabou anunciando que Amy Pascal ia ser ~gentilmente~ afastada do seu cargo para encabeçar uma divisão independente de filmes dentro da Sony.
“Mas e eu com isso, porra!! O que essa merda me afeta?”, pergunta o incauto leitor.
Bão, pode ser que não mude nada, mas pode ser que mude tudo – pra pior. Isso por que Tom Rothman foi cabeça da Fox na época de filmes como Demolidor, Elektra e os dois Quarteto Fantástico. Foi o cara que apressou X-men 3, forçando Bryan Singer a abandonar o projeto, o que fez entrar Brett Ratner. Há boatos de que ele também teve alguma participação na transformação de Wolverine: Origens na bagunça que foi.
Alguns dizem que ele não gosta de filmes de super-herói em geral e só colocou a mão para produzir os supracitados por causa do quão lucrativo eles são. Para piorar, supostamente essa seria a razão do relacionamento ruim entre a Marvel Studios e a fox nos dias de hoje.
É claro que seria ingênuo atribuir a responsabilidade por filmes ruins a apenas uma pessoa, mas não dá pra negar que o cara que tem poder para mudar tudo, aprovar ou reprovar, demitir ou admitir, alémd e dar muitos pitacos, tem que ser pelo menos um dos grandes responsáveis pelo produtos final desses filmes.
Isso pode ser, “segundo alguns analistas”, péssimo para o futuro do Homem Aranha. Se Rothman tiver o personagem nas mãos como teve os personagens da Fox, e ainda possui a mesma mentalidade de que filmes de super-herói são uma merda, mas eles fazem dinheiro, é fácil imaginar como podemos ter coisas até piores que Homem-Aranha 3 e O espetacular Homem-Aranha 2 (que já é uma bosta fumegante por si só, e não digo isso baseado apenas em opinião subjetiva – é só dar uma olhada no que Alan Fine, presidente da Marvel Studios, escreveu para o pessoal da Sony a respeito do filme quando leu o roteiro.).
Mas há luz no fim do túnel. Segundo a matéria original do Deadline, A parte que concerne Amy Pascal ainda deve incluir – se tudo der certo – franquias como o reboot dos Caça-Fantasmas e o próprio Homem-Aranha, o que, se mostrando verdade, é uma boa notícia, considerando as circunstâncias.
Eu ainda falho em entender muitos dos mecanismos internos de Hollywood. Ainda não entendo, por exemplo, como a Warner não é capaz de entender seus próprios produtos, como no caso dos personagens da DC – não se engane, tudo o que não for Batman que eles acertarem será por pura sorte (se o vazamento dos e-mails da Sony mostrou coisas bizarras e surreais dos bastidores, não quero nem pensar o que a gente aprenderia com os bastidores da Warner).
Fora isso, será que Rothman tem tantos filmes “não super-herói” muito lucrativos no currículo para justificar esse tipo de decisão (Rothman também é responsável por A Vida de Pi, do Ang Lee, só pra citar um exemplo)? Ou será que a Sony procura algo no seu cabeça que nada tem a ver com decisões criativas, e sim mais voltadas para questões de gerenciamento e administrativas? De qualquer maneira, numa época onde os tipos de filmes mais lucrativos são quase sempre filmes de super-herói, contratar um cara que só fez merda com esse “gênero” não parece lá a melhor das estratégias.
Apesar de que, pelo que o Deadline apurou, a “disputa” pelo cargo ficou entre ele e Doug Belgrad, cujos créditos de produção incluem O grito 2, Click (aquele filme com Adan Sandler), e Anaconda 2 – A Caçada pela Orquídea Sangrenta. AhuHAuHAuHAuhUahUHAuHAuhUAH
Falando em Anaconda, fiquem aí com a versão educativa da música homônima da Nicki Minaj:
*É claro que é importante levar em consideração que os e-mails e informações foram vazadas totalmente fora de contexto, e isso ajuda a piorar a situação.