Rodada de resenhas do FIQ 2018 – Parte 2

Normalmente, quando eu vou para eventos, acabo voltando com uma porrada de hqs que eu não consigo ler. Desta vez, no entanto, graças a uma combinação de eu ter ficado de cama + fiquei sem energia elétrica por quase dois dias, consegui dar cabo da maior parte das leituras não só do FIQ como da CCFloripa. Esta é a segunda parte da lista de hqs que eu consegui ler, confere aí:

 

Timmy Chosen – O Amiguinho do Salvador
Christian Shepherd e Caio Oliveira

Um criativo e bem bolado exercício de imaginação cria uma história produzida por uma E.C. Comics que nunca deixou de ser “Educational Comics” sobre o Timmy Chosen, o amiguinho do Salvador, melhor amigo de um super-herói cristão que é a união da versão personificada da trindade. Os vilões? Versões de Richard Dawkins, Neil Degrsse Tyson e Carl Sagan. Do nome fictício do roteirista às referências ao universo do Superman, passando pela galhofa com a relação entre ciência e religião, fazia um tempo que não me divertia tanto com uma hq cômica. Mas é uma sátira bem particular sobre uma temática bem específica, então pode ser que esse tipo de humor não seja pra você.

 

Red +18
Chairim

Quadrinhos eróticos vão sempre carregar a estigma de “pornografia barata” e deselegante, ainda mais num país como o Brasil. O que é uma pena, porque Red+18, da quadrinista Chairim carrega uma sensibilidade cativante e uma atitude de quem sabe que não precisa pedir desculpas por existir. É uma história curta e simples, não é o tipo de gênero no qual costumo orbitar, mas é uma obra de qualidade e que certamente vale a conferida, seja você um entusiasta de quadrinhos eróticos ou só um curioso.

 

A Maldição Circular
André Balaio, Luciano Félix e Téo Pinheiro

Nessa hq, temos uma oportunidade pouco comum de ver Luciano Felix em seu traço “original”, sem a marca caricata clássica que lembramos da MAD e de Wander – e o resultado é fantástico. O típico “cautionary tale”, sobre jovens que decidem fazer a velha e conhecido “brincadeira do copo” não reinventa a roda, mas sabe brincar com o que tem e tanto a arte de Félix quanto a cor de Téo Pinheiro constroem uma atmosfera que faz a maior parte do trabalho pesado da narrativa.

 

Entardecer dos Mortos
Tiago Holsi

Com um humor simples que ora lembra Chaves, ora lembra um pouco os filmes dos Trapalhões de antigamente, Entardecer dos Mortos é uma sátira interessante às histórias de Zumbi e mostra um mundo onde os mortos-vivos são sencientes e usam suas partes como moeda de troca. Mas, mais do que uma comédia, a hq é um romance, sem muitas complexidades, mas legal o suficiente para mantê-lo na história.

 

A última cova
Armando Fonseca, Gustavo Hildebrand e Thiago Portella

Outra hq que explora a ideia do apocalipse Zumbi, desta vez de forma dramática, A última cova é na verdade um prequel em quadrinhos de um filme nacional, o que joga tanto a seu favor quanto contra. A história segue um casal que tem que proteger sua filha numa comunidade isolada dos zumbis, mas presa aos mandos e desmandos de um grupo que controla o local. Boa história, mas sem grandes novidades.

 

Buried – Os últimos dias da humanidade (parte 1)
Raphael Duarte e Ron C. Williams

Esta hq é bem direcionada para o público já acostumado com histórias de super-herói, e tanto o roteiro quanto a arte evidenciam isso. A história se passa num futuro apocalíptico onde uma guerra nuclear devastou o mundo, mas “abençoou” (ou amaldiçoou a geração que nasceu na queda da primeira bomba com habilidades especiais. O personagem principal é o “enterrado” do título e, apesar de ser uma produção nacional, claramente foi desenvolvida para o mercado americano. Para quem gosta desse tipo de narrativa, é um prato cheio – mas esse é só o primeiro número da minissérie, que tem 4 partes.

Por hoje é isso. Semana que vem sai a última parte.

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