No Natal de 1964 (na gringa, claro) uma indústria mudava para sempre o mundo dos brinquedos. Naquele Natal a Hasbro colocava nas lojas (por hoje míseros quatro dólares) umas das criações mais revolucionárias do mercado: nasciam as figuras de ação (ou bonecos para meninos), nascia o (nosso) Falcon (ou G. I. Joes).
Grandes bonecos de temática militar, os G.I.Joe eram, nas palavras de seu criador Don Levine, uma forma da companhia homenagear os muitos ex-combatentes que engrossavam suas fileiras de funcionários.
De 1964 pra cá, muita coisa mudou: veio a onda anti-militar, a crise do petróleo, e os Joes tiveram de mudar também. Primeiro, deixaram de ser soldados para se tornarem aventureiros. Segundo, encolheram (perderam quase 20 centímetros dos 29 e poucos originais), e se tornaram de vez a força de irregulares para a pacificação mundial que nós conhecemos como Comandos em Ação.
Pois bem, semana passada faleceu o cara responsável por começar isso tudo: Donald (Don) Levine, ex-chefe de pesquisa e desenvolvimento da Hasbro, que passou pro outro lado do mistério no último dia 22, aos 86 anos, em decorrência de um câncer.
Essa notícia passaria quase despercebida, e praticamente passou. Mas o cara que deu o pontapé inicial no meu brinquedo favorito de todos os tempos (não a toa minha única tatuagem é ligada aos Comandos) não podia deixar de receber uma homenagem neste infame espaço.
Que Don Levine, diferente dos Joes (Falcons e Comandos), possa (enfim) descansar das batalhas.