Não sei quantos de vocês frequentavam locadoras de videogames nos anos 90, mas eu estava lá todo o sábado!
Como eu tinha que esperar uma semana pra alugfar um jogo novo, eu tentava sempre alugar um game diferente. Eu raramente repetia.
Um dos jogos que eu quebrava essa regra era Adventure Island 2, da Hudson Soft. Vou explicar o porquê.
A geração 8 bits foi uma geração bem experimental, onde os desenvolvedores de jogos tentavam se ambientar nas possibilidades das novas tecnologias. Era um terreno que muita gente pisava pela primeira vez, então posso afirmar com tranquilidade que a quantidade de jogos REALMENTE bons da geração 8 bits era muito pequena.
Mas muito pequena mesmo.
Então, quando você colocava suas mãos em um jogo BOM, dava pra saber na hora.
E esse era o caso do segundo Adventure Island, da Hudson Soft.
Enquanto o primeiro jogo era uma espécie de adaptação do Wonder Boy, Adventure island 2 traçava seu próprio caminho.
Se no primeiro jogo o protagonista Master Higgins passeava por fases longas e muito parecidas umas com as outras, agora os mundos são bem rápidos e ágeis, com muita variedade no gamedesign: florestas, cavernas, montanhas e até fases debaixo d’água.
E mais: Master Higgins agora podia montar em quatro dinossauros diferentes, que mudavam completamente a jogabilidade.
Um dinossauro azul que lançava raios pela cauda e podia andar no gelo sem derrapar.
Um dinossauro vermelho que jogava raios pela boca e podia nadar na lava.
Um dinossauro aquático que conseguia nadar rápido e sobrevivia debaixo d’água.
Um dinossauro voador que podia flutuar pelos ares, jogando pedras para baixo.
E você podia guardar esses dinossauros para usar em fases posteriores (assim como outros power ups). Então, você tinha um monte de formas diferentes de passar pela mesma fase. Rejogar esse game era sempre uma delícia pois cada jogatina era diferente da outra, dependendo de qual dinossauro você usava.
Como falei antes, muitas empresas estavam ainda aprendendo a fazer jogos na geração 8 bits. O game design, a jogabilidade e os gráficos estavam engatinhando ainda – e seriam aperfeiçoados de vez na geração 16 bits.
Porém, algumas dessas empresas claramente entendiam melhor o hardware da Nintendo – e uma delas era a Hudson Soft, que lançava clássico atrás de clássico. Não era à tôa que eu alugava Adventure Island 2 por várias vezes.
Uma pena que a Konami comprou a Hudson e deixou tudo na geladeira.
Konami, devolva a minha abelhinha!