No mundo dos quadrinhos de super-heróis muita coisa funciona como porta giratória: a morte, as mudanças de uniformes, as trocas de identidade… tudo acaba voltando uma hora ou outra. Uma dessas coisas é o lance do sexismo nas HQs de super-heróis. Teve a treta de bunda murcha do Manara com a Mulher-Aranha, teve as camisetas fracas licenciadas pela DC.
Geralmente, a gente aponta e escreve post quando rola umas pisadas na jaca com esse tipo de assunto, mas… hei! Não tem nada pra falar bem não?
Tem sim! Esses dias eu estava como faço muitas vezes, sapeando pelo Deviantart. Naquele esquema de zapping mesmo: acesso o perfil de um artista que gosto, olho as últimas publicações, os favoritos, daí pra outro artista, depois outro e o verso se repete 42 vezes.
E nesse zapear caí no perfil do Kevin Wada, atual capista da Mulher-Hulk.
Deem um bico nas capas do cara:
Porra, olha isso aí, que capas ducacete! Tudo bem que, em sua maioria, elas exaltam mais a Mulher-Hulk adevogada (grandes merdas ser adevogada) do que a super-heroína, mas reparem aí no conteúdo delas. Mesmo nas capas 2, 3, 6 e 7, em que ela aparece como super-heroína, o tom é outro. O uniforme (que é uma reedição do clássico) faz sentido, as poses não seguem o esquema cara-cu (nem dela, nem da Gata do Inferno na #7, por exemplo)…
Aí fui no ComicVine pra saber sobre o cabra. Descobri que o Kevin Wada era desenhista de moda (dá pra perceber) e que ganhou espaço como capista de quadrinhos por conta do belo uso de aquarela que ele tem.
Fala sério, negada: se a ideia da Marvel é atrair novos leitores (como toda editora) e novos públicos, o que faz mais sentido: chamar o Manara pra fazer o de sempre (e mal feito, neste caso) ou trazer alguém novo pra fazer novidades?
Bem, digo que comigo a mudança funcionou: fiquei instigado pelas capas a procurar o material. Assim que pintar por aqui, é cofre!