Hoje vamos fazer algo diferente, como já dizia Luisa Marilac. Vou falar de um jogo que adquiri recentemente: Munchkin Adventure Time.
Uma rápida explicação pra quem não conhece Munchkin: sabe quando você jogava RPG e ninguém do grupo queria dar uma poção pro seu personagem ferido? Ou quando alguém ficava com uma flecha mágica pra si, mesmo que você fosse o único arqueiro do grupo? E aí como vingança você deixava o outro personagem se ferrar num teste de habilidade em vez de ajudá-lo? E tudo sempre acabava em porrada entre os personagens? (Se você nunca teve uma mesa assim, você nunca jogou RPG de verdade!)
Pois Munchkin é um jogo só sobre jogadores de RPG querendo foder a vida dos outros jogadores. Basicamente, todos os jogadores da mesa querem chegar primeiro ao nível 10 (todos começam no nível 1) e ganhar o jogo, de preferência passando por cima do cadáver dos colegas! E é tão divertido quanto parece!
Desde a criação do primeiro Munchkin focado no RPG estilo D&D em 2001, diversas expansões e variações já foram feitas (aventura espacial, super-heróis, zumbis e por aí vai), e este ano foi lançado o Munchkin Adventure Time, o que faz todo o sentido, já que o mundo de A Hora da Aventura tem muito de sua origem no RPG clássico (o herói vai ganhando experiência ao combater inimigos cada vez mais fortes, ganhando inclusive armas mais poderosas com o passar dos anos). Como putinha tanto de Munchkin quanto de Adventure Time, lógico que comprei um assim que pude!
A mesa de jogoFalando sobre o jogo em si, o sistema é bem similar ao básico de Munchkin: seu personagem se enche de itens, chuta uma porta, luta com um monstro, é ajudado/atrapalhado por outros jogadores, cata tesouros e sobe de nível. As diferenças são justamente as adaptações para o universo de Adventure Time.
Antes de mais nada, cada jogador começa o jogo encarnando um entre 8 personagens possíveis da série animada. Além disso, mais do que simplesmente colocar personagens do desenho impressos nas cartas, as próprias ações especiais das cartas são relacionadas com os acontecimentos dos episódios.
Alguns exemplos: a carta Hambo mostra o bicho de pelúcia que a Marceline tinha quando criança que a ajudava a enfrentar a solidão; a carta dá +4 de combate, mas só quando o jogador enfrenta sozinho um monstro. Já a carta do suéter rosa pode salvar o jogador da morte e ainda dá um nível de lambuja, assim como no desenho o suéter rosa ajudou Finn a escapar da morte e derrotar o Lich.
A pesquisa para a criação das cartas foi tão boa que há cartas relacionadas a itens/monstros obscuros que só apareceram em um único episódio (como o James Baxter acima). Um dos baratos de jogar pela primeira vez é puxar uma carta e reconhecer qual é a referência daquele item na série.
Na minha partida de teste, joguei numa mesa cheia (6 pessoas), em que vários já eram velhacos de Munchkin (incluindo a amiga Proscila Queiroz, que tá sempre com a gente aqui no MdM quando falamos de Star Wars), então a partida durou umas 4 horas, mas foi bem divertida!
No fim das contas, o jogo não tem atrativos especiais pra quem já tem algum Munchkin em casa e nunca viu A Hora da Aventura. Em compensação, é um jogo foda se você é fã de Adventure Time pela fidelidade à série, mesmo que ainda não conheça o sistema de jogo (pois ele é muito fácil e esse pode facilmente ser o seu primeiro sem problema algum).
Minha mão logo no início do jogoA caixa de Munchkin Adventure Time vem com 168 cartas de jogo, 8 cartas de personagem, um dado personalizado (o Jake em forma de dado) e instruções. Custa 20 doletas nas principais lojas gringas e ainda não vende no Brasil, mas você pode pedir praquela sua tia muambeira trazer um pra você quando estiver voltando de Miami.