Mortes bostas dos quadrinhos: Psylocke

Então. Dia sem notícias, preguiça vagabunda… vamos falar de coisa merda pra animar. Já que mortes em quadrinhos são coisas tão frequentes que se tornaram padrão, vamos falar das piores.

Eu não sei se vocês sabem, mas minha primeira revista de super-heróis foi X-Men Extra número 08, datada de agosto de 2002. Meu pai tinha comprado aquele trambolhão da Panini para eu parar de ler Turma da Mônica. Só que dêem uma olhada na capa.

Meu pai, leitor de quadrinhos antigo, deveria ter pensado que a chamada “A Morte ronda os X-Men” era apenas mais um título sensacionalista feito para vender qualquer desavisado. Mas porra, dessa vez deu certo. Desde que comecei a ler gibis, nunca vi uma única edição juntar tantas histórias com morte.

Pra começar, tem os Exilados #02, série que se transformaria em uma das minhas favoritas. E começa direto com a morte de Magnus, filho do Magneto e da Vampira de uma realidade alternativa. Strike 1.

E depois temos X-Force #117, revista que se tornariam em breve X-Statix. Também era uma história excelente, com arte foda do Mike Allred. A história começa com um recordatório de que oitenta por cento da formação anterior tinha morrido. Strike 2.

E finalmente, temos a cereja do bolo. X-Treme X-Men #02. E rapaz, que revista merda. Com roteiro do tiozão Chris Claremont e arte de Salvador Larroca, essa era a escolha da Panini para vender X-Men Extra. Pelo menos Exilados e X-Táticos seguravam bem as pontas, mas era difícil aguentar essa bosta com o passar do tempo.

Não que eu ligasse na época, afinal mal conseguia diferenciar os artistas de cada edição.

Enfim, a equipe já tinha uma formação bem bosta. Bishop, Tempestade, Pássaro Trojevante (que no caso era um indiano com poderes copiados do Míssil), Fera, Vampira, Sábia (gostosa pra caraaaaalho) e Psylocke. A história também era mais um clichê de todas as revistas passadas e futuras dos X-Men: vinha um grupo desconhecido que só ia aparecer naquele arco, batia nos X-Men facilmente, era derrotado de forma idiota e sumiria pelo resto da existência.

Nesse caso o grupo era a Guarda Civil, militantes espanhóis cujo objetivo era… bem, o objetivo era foda-se. Ninguém se importa mais. De qualquer jeito, no meio da edição a Vampira sai invadindo um laboratório, descobre todos os cientistas mortos e é imediatamente derrotada por um vilão misterioso.

Adendo: A Vampira na época tinha super-força, capacidade de vôo e rajadas ópticas do Ciclope. E cai que nem uma mosca.

Mas, mas… tá, de qualquer jeito, os X-Men não estão derrotados! Uma equipe dessas não seria destroçada por um cara sem nome com uma espada de forma tão fácil! Eis que chegam os reforços: Fera e Psylocke!

Só que aí o vilão nova ESPANCA o Fera com a mão nas costas, uma porrada tão forte que o deixaria no hospital por algumas edições.

PORRA, X-MEN. SÓ SOBROU UMA PESSOA! Eis que Psylocke chega para a batalha, e o vilão revela seu nome! Vargas.

Cês tão de sacanagem.

PORRA, que tipo de criança de seis anos escreveu essa cena? O cara se apresenta, enfia a porrada em dois X-Men, vai lutar contra uma personagem que passou a edição inteira batendo em capangas sem suar, dá um discurso do tipo “Meu nome é Inigo Montoya. Você matou meu pai. Prepare-se para morrer.” e TCHARAM. Espada nos peitos da Psylocke e fim.

Eu nem sei o que é mais merda, se a apresentação do Vargas porrando metade da equipe sozinho e saindo sem nem dizer o que queria para só aparecer depois de dez edições ou a morte chinfrim da Psylocke.

Cara, reclamar de personagem morrendo nos quadrinhos é chover no molhado. A questão é que alavanca vendas e passa um senso de urgência e dramaticidade à história. Só que, pelo amor do Flash em Crise nas Infinitas Terras, se for matar alguém que seja de uma forma minimamente decente. Uma última cartada contra o mal supremo. O sacrifício derradeiro por seus valores. Não um abatedouro de açougue.

E principalmente, não sacaneia o corpo depois!

PORRA, MARVEL!

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