Quadrinhos, quadrinhos e quadrinhos. Ah, também muita coisa do Japão e videogames. Seria seu quarto, nerd? Não, meu caro, esse é o retrato do que foi o Festival Internacional de Quadrinhos 2007! Eu sou o Poderoso Porco, repórter por um dia para o
Um FiQ! é sempre um lance legal de se marcar presença. Bienalmente, chacoalha Belo Horizonte com quadrinhos e todo mundo acaba falando disso, mesmo quem não é chegado no assunto. Este ano a repercussão ganhou ainda mais espaço, visto que o evento voltou a se realizar na Serraria Souza Pinto, ponto nobre para festividades desse tipo. E não podia ser diferente. Um evento que já trouxe a BH gente como Will Eisner deve contar sempre com tudo do bom e do melhor.
Aparentemente, o objetivo desta edição (que acabou ontem, 21 de outubro) foi deixar ainda mais claro o fato de que HQs são obras de arte sim senhor! Digo essa intenção porque, além de contar com Oscar Niemeyer entre os homenageados, o visitante era logo recebido pelas galerias de exposição de artes originais. Trabalhos de Orlando Pedroso, Eduardo Risso e outros artistas “menores”, como Alex Ross e Moebius enchiam os olhos de quem quer que fosse. Aliado a isso, a ocupação do espaço, as saídas escolhidas (a gibiteca envidraçada, com seus bancos em formato de estantes abarrotadas de quadrinhos de dar inveja em muito colecionador antigo; os monitores bem informados e disponíveis) fez com que o 5º FiQ! montasse um quadro geral bastante agradável. Particularmente, cito três aspectos que, para mim, fizeram deste FiQ! um dos melhores que já participei:
1) O lugar. Eu já citei, mas não custa citar novamente. Podem falar o que quiserem, o FiQ! e a Serraria Souza Pinto formam uma combinação que os profissionais recomendam. Podem argumentar que a Casa do Conde de Santa Maria (que foi palco do evento na edição passada) é bem maior, mas seu chão de terra batida, seus corredores apertados e empoeirados e sua localização inóspita afastam os visitantes e desfavorecem a nona arte.
2) O público. Nerds e não-nerds movimentaram a coisa de tal forma que acredita-se num número recorde de visitantes, passando a casa dos 50 mil. E isto tudo ora sob chuvas torrenciais, ora sob um calor de assar frango!
3) Os independentes. Estandes como o da Revista Quase! (ES) e do coletivo Quarto Mundo bombaram e, de tanta gente, estavam quase intransitáveis nos dois dias em que estive presente. Fábio Moon e Gabriel Bá pararam a “pracinha da cerveja” em pleno domingo à tarde com seu bate-papo, segurando a platéia até a organização do evento ordenar: “Hei! Já passou da hora de encerrar o evento!”. Ouvir esses caras, conversar com quem está produzindo, saber das motivações e das idéias (e trocá-las!) foi sensacional. Neste ponto, mando um abraço especial para o Will (Sideralman e Subterrâneo) e para o Cadu Simões (Homem-Grilo e Nova Hélade), que tive o prazer de conhecer pessoalmente.
Claro, nem tudo foram flores e o 5º FiQ! teve suas derrapadas, como a escassez dos mais que desejados descontos. Ficou feio: os eventos de anime e mangá, quase semestrais, trazem descontos que variam de 20 a 30% sobre os produtos das lojas e o que o maior evento de quadrinhos da América Latina nos traz? 10% em produtos específicos? Me traz um Dreher! É nisso que dá ter só uma comic shop monopolizando o evento…
No mais, Gerais, e o evento arrebentou a boca do balão. Quadrinhos, videogames free, mais quadrinhos, artes originais supimpas, boas conversas e muitos quadrinhos já me fazem ficar com a sensação de que dois anos é um tempo longo pra dedéu até o próximo FiQ!…
Poderoso Porco (veja o blog do cara aqui) é leitor do MdM, foi taxado como desocupado mas só pôde ir aos dois últimos dias do FiQ! porque… estava ocupado!