Guerra Civil #1, por Nerd Reverso


Uma história revolucionária que vai mudar o Universo Marvel para sempre? Ou apenas mais do mesmo? Confiram aí mais uma resenha (COM SPOILERS!) da primeira edição da mega-saga da Marvel Comics.
Sigam-me os bons!

Confesso que ler a resenha do Change me deixou com muita vontade de ler o primeiro número de Guerra Civil. Comprei a revista com a mais alta das expectativas, mas acabei me decepcionando, pois esqueci de duas verdades fundamentais do universo:
  • O Change é fanboy;
  • MARK MILLAR LAMBE BODES!

  • A verdade é que, lendo os sites gringos que falam de gibi, a gente acaba sabendo antecipadamente tudo o que acontece com os personagens. Por isso, na hora de ler a revista, o “quê” já não importa tanto quanto o “como”. Já sei quem vive e quem morre, quero ver é se a cadeia de acontecimentos é desenvolvida de modo interessante.
    Pode até ser que o Nitro explodindo e matando um monte de gente tenha sido surpreendente pra quem não sabia de nada e leu pela primeira vez. Mas, tirando a surpresa, o desenrolar dos acontecimentos é muito tosco.

    A impressão que fica é a de que o sempre irregular Mark Millar pensou numa boa premissa (a divisão ideológica dos heróis), mas não se preocupou na melhor forma de desenvolver a história. Descontando o nível de verossimilhança de cada época, não é nada diferente do que ocorreu com Atos de Vingança.
    Mesmo os ótimos desenhos do Steve McNiven são prejudicados pela narrativa cinema-de-ação do roteiro do Millar. Em alguns momentos, parece que estamos vendo um filme pausado em vez de uma narrativa dinâmica de quadrinhos (para ver exemplos desse efeito de “congelamento da ação acelerada” executado de forma correta, é só olhar a arte de Geoff Darrow em Hard Boiled ou a arte de Frank Quitely em We3). Mesmo assim, a qualidade do traço de McNiven é sem dúvida um dos pontos altos da revista.
    Os poucos bons momentos da HQ são a discussão entre os heróis, em que cada um mostra claramente a sua visão de mundo e reage a partir do histórico que os leitores já conhecem, e o diálogo do Capitão América com a nova diretora “bonitinha mas ordinária” da Shield. Em ambos, transparece o cuidado de Millar em não descaracterizar os personagens, o que é difícil num crossover. Apesar do que muitos disseram sobre a atitude do Capitão, qualquer leitor que acompanhe o personagem sabe que aquela é exatamente a postura do bandeiroso. Esse respeito à personalidade de cada herói é o suficiente pra colocar Millar pelo menos acima de outros roteiristas superestimados, como Joss Whedon.

    No fim das contas, Guerra Civil começa como uma boa história, melhor do que a maioria do que vemos hoje nas revistas Marvel/DC, mas também não é o último biscoito do pacote. Mesmo com os belos desenhos do McNiven, a nota é 6.
    Vou pegar as próximas edições emprestadas com o Change e guardar meu rico dinheirinho pra 100 Balas e Sandman.
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