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A Gente Vimos: Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida veio, e as críticas sentaram o pau no filme como se fosse um troço horroroso. Aí os fãs deram um ataque de pelancas e começou uma guerra de lamentabilidade, uns 8 e outros 80.

Fico feliz em dizer que nenhum dos dois estava certo.

Esquadrão Suicida não é uma merda, mas também não é nada de mais.

(Tem spoilers)

Esquadrão Suicida tem um plot até que simples. Você tem uma grande quantidade de vilões presos em Belle Reeve, e depois da morte do Superman em BvS, Amanda Waller decide elaborar um plano de contingência para um próximo super-vilão. Para isso, ela contará com seu comandado Rick Flagg, a guarda-costas Katana e a trupe de super-vilões Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, Diablo, Crocodilo e Amarra (p.s: o Amarra morre com cinco segundos).

Uma das coisas que me surpreendeu durante a propaganda do filme é que não sabíamos qual seria a ameaça a ser combatida. E puta que pariu, era melhor nunca saber. Acontece que Waller tem o controle da Magia, uma meta-humana com poderes apocalípticos. Ela a controla através de seu coração, armazenado numa caixa e furado de vez em quando só pra colocar a garota no lugar. O que acontece alguns minutos depois de sermos apresentados a esse conceito? A Magia se liberta e conjura o apocalipse com tanta tranquilidade que você mal entende o que está acontecendo. Porra, Waller.

Os personagens… são surpreendentemente legais. Excluindo alguns exageros, a Arlequina é um dos pontos fortes do filme, junto com o Pistoleiro. O Capitão Bumerangue e o Crocodilo são bons coadjuvantes, e o Diablo tem um arco, por incrível que pareça, legal. Waller também é um dos pontos-chave do filme, sendo bastante ameaçadora e forte quando pode, mas em alguns momentos deixando a peteca cair (tipo ela arregando pro Batman no fim). Flagg é nulo no filme inteiro, então nem conta.

Agora, precisamos falar sobre o Coringa. Ele consegue a incrível façanha de ser esquecível, não servir em nada ao plot, aparecer pouco e te fazer incomodado a cada cena que aparece. Jared Leto simplesmente não conseguiu fazer seu personagem funcionar. Ele é um Coringa mais sexual, que não combina em nada com o personagem e te faz apenas imaginar um maníaco sexual de cabelo verde. O Luthor de BvS foi um Coringa melhor, para se ter uma ideia. Incrível como uma editora que “fazia excelentes vilões” estragou dois de seus maiores pilares.

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FALANDO EM ESTRAGAR… todos ouvimos o papo de mudanças de edição, e devo dizer que eles são claros. É como se dois filmes estivessem brigando por espaço dentro de um, alternando entre uma obra colorida, explosiva, musical e piadista com um filme mais soturno, pesado e de humor mais negro. Você consegue enxergar um filme completamente à parte mais pro fim, bem longe do rosa e verde que polui o início. Não apenas isso, mas a história acaba afetada. Temos flashbacks a mais, personagens introduzidos duas vezes, tempo fragmentado e resoluções tiradas do cu, com o bom e velho poder da amizade unindo todos no fim. É triste. Não que houvesse um puta filme embaixo de tanta edição, mas com certeza havia algo diferente ao invés de uma tentativa de unir Deadpool e Guardiões da Galáxia.

Sério, Warner, precisamos conversar. BvS já teve problemas de edição, mas pelo menos nele podíamos culpar a mente deturpada que se chama de diretor. Esquadrão Suicida foi claramente minado por engravatados. E é o tipo de coisa que me deixa com medo de Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Entenda, o clima de BvS e MoS não era o problema, o problema era a visão do diretor que não entendia os personagens. Agora você quer alterar o tom passando por cima da visão do diretor? É PRA FAZER ISSO SÓ COM O SNYDER, CARAI.

Por fim, não é um filme ruim. Ele é no nível dos primeiros filmes da Marvel, tipo Thor e Capitão América, mas o problema é que ele parece mais bagunçado. Não há uma visão homogênea que siga Esquadrão Suicida do início ao fim, mas ele consegue se segurar nos personagens carismáticos e, aos trancos e barrancos, entrega um filme pelo menos melhor que BvS. O problema é que ele não tem o que BvS tinha: a Trindade. Não há a empolgação, nem a emoção, que foram a força de Batman v Superman. Por isso, no saldo final, os dois acabam no mesmo nível.

Nota: 6,0

Lojinha

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