A gente lemos: Sweet Tooth – Depois do Apocalipse #6 – Edição Final

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Já falei por aqui que um dos meus temas preferidos para histórias, não só para HQs, mas para filmes, games, livros, etc., é o pós-apocalíptico.

A ideia de um evento que praticamente dizima o mundo que conhecemos e que o recria como um ambiente hostil e limitado, forçando os poucos sobreviventes a se adaptarem para viverem, é algo que eu acho genial.

Temos grandes exemplos dessa temática. Os filmes do Mad Max, os games de Fallout, os gibis de Walking Dead, Y O Último Homem, etc. E agora temos um dos melhores: Sweet Tooth: Depois do Apocalipse!

Mas enfim, vamos voltar um pouco no tempo, lá para janeiro de 2013.

Nessa data, o Diogo do MRG me liga falando que o protagonista do gibi do Sweet Tooth era a minha cara – “moleque, coloquei a sua foto no podcast que falamos dessa revista, com a legenda ‘pula viadinho’ HUAHUAUHA”.

Apesar de odiar escutar podcasts (não aguento nem o do MdM), resolvi escutar esse pod pra saber qual é. A resenha de Diogo, Beto e Affonso não havia me parecido muito animadora, embora tentassem a muito custo ressaltar os bons aspectos da revista. A narrativa com muitos mistérios e os desenhos estilizados de Jeff Lemire deixaram nossos camaradas um pouco incomodados – principalmente Affonso, que não havia gostado nem o pouco dos traços da revista.

Resolvi arriscar e comprei.

Foi um dos melhores acertos que fiz nos últimos anos. Sweeth Tooth é FODA!

Na última edição da série lançada pela Panini, Gus, Jepperd e os outros finalmente chegam ao Alasca para descobrir o que causou o Flagelo, e para descobrir um Singh completamente desorientado pelas descobertas da bíblia do pai de Gus. E ao final da história, Jepperd e Gus finalmente têm o confronto final com Abbot e Migão.

Nessa edição também vemos o que aconteceu pós-eventos do Alasca. Temos um pulo muito grande no tempo e temos mais um outro final para a saga de Gus, mostrando o que aconteceu com o garoto até seus últimos anos, algo como o final do Senhor dos Anéis, onde os eventos futuros de Sam, Frodo, Merry e Pippin são contados posteriormente.

Foram 40 edições de Sweet Tooth, publicadas em quatro anos nos EUA e em pouco mais de um ano aqui no Brasil.

E TODAS elas valeram a pena. TODAS.

Jeff Lemire nos mostra um show de narrativa, aliando perfeitamente flashbacks e flashforwards com personagens bem construídos e com cenas que te fazem engolir a seco – são viradas de roteiro tão angustiante e apreensivas quanto as vistas nas melhores histórias de Walking Dead.

Porém, ao contrário das outras obras pós-apocalípticas, Sweet Tooth se mostra mais completo: a revista assume um tom mais doce e emocional em um cenário completamente agressivo – e essa contradição é algo que nenhuma outra obra conseguiu.

E as ilustrações, que muitos consideram confusas ou fora do convencional, caem como uma luva para o tom da história: personagens bizarros, retratados por traços rabiscados e sujos, mas com um toque doce e sensível, mostrado pela belíssima coloração que simula aquarela.

Enfim, pra finalizar o review dessa saga que mostra a importância da amizade e esperança em um cenário completamente hostil, deixo para vocês as últimas palavras das últimas páginas desse gibi sensacional:

Esta é a história de um menino com chifres e um grandão com armas que se encontraram e descobriram que ainda havia bondade no mundo…

Esta é a história que trata de sobreviver a qualquer custo e descobrir pelo que lutar, mesmo no período mais difícil.

Esta é uma história de medo e amizade.

Esta é uma história de travessia e renascer.

Mas também essa é uma história de sacrifício e redenção.

Uma história de ódio e amor.

Esta é uma história de inocência e maturidade.

Esta é uma história…

Esta é uma história.

Esta é uma história.


Nota 10!

São seis encadernados de Sweet Tooth.
Se eu fosse você, compraria!

Capa Cartonada, 206 páginas
R$ 28.90

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