Cês vivem reclamando do tamanho das minhas resenhas. Mas o ano está acabando e eu li muita coisa nas últimas semanas. Não queria deixar em branco. Então eu ativei a minha carta de safadeza em modo de ataque e vou copiar aqui e dar uma incrementada nas micro-resenhas que tenho publicado no meu Instagram. Fé em deus, DJ!
O Torturoso Caso do Fire Shadow
O viado bicha Leonardo Melo da Quadrinhópole lance um gibi-jogo (lembra dos livro-jogos?) estrelado por uma banda da República de Curitiba chamada Fire Shadow. Achei meio brega o lance da banda real e tal, mas nada que incomodasse demais. A trama é complexa e foi beeeem difícil chegar ao final correto (morri umas quatro vezes antes). O gibi promete ser o primeiro de uma série, vamos acompanhar!
O Mundo de Dentro, da Lu Cafaggi “com” a Bruna Vieira
Você vai custar a achar esse gibi nas livrarias, porque os livreiros colocam ele nas prateleiras de “literatura Capricho” e os vendedores da seção de quadrinhos nem sabem que ele existe. Nesse segundo volume da parceria entre Lu e Bruna, dá pra ver a Lu mais soltinha, brincando mais na arte desse material. Apesar da gente não ser o público alvo, vale a pena por conta de cenas lindas, como as páginas em preto e azul que a Lu fez.
Pausa pra série de Tv: Romance Policial – Espinosa, do GNT
Uma merda. Mais furada que a minha cueca da sorte. Fuja do mesmo jeito que a Chandelly Braz fugiu no meio da série.
Mulher-Maravilha – Direito de Nascença (Novos 52)
Domingo, sofá, cerveja e gibi. Tem semanas que eu tô tentando engatar a leitura de alguma HQ de super herói e não tava rolando… então obrigado, Azzarello! HQ divertida pra caralho, e a caracterização dos Deuses do Olimpo a la Perpétuos segue sendo bem legal de ver.
O Inescrito, de Mike Carey e Peter Gross
Gastei quase uma semana e meia para reler os volumes que já tinha lido (do 1 ao 7) e ler os que eram inéditos pra mim (8, 9, o crossover com Fábulas e os dois números de Apocalipse). Durante 7 edições, Mike Carey construiu e desenvolveu um cenário e uma trama bem interessantes. Porém dali em diante ele perdeu completamente o rumo e seguiu simplesmente cagando tudo o que fez de bom. No final vira um título com o selo Marinho de qualidade, isto é, “Que merda, hein?”. Cara… muito ruim. Carey não respeita as regras do jogo que ele mesmo cria, perde personagens no virar de uma página pra outra, abandona qualquer consistência interna… enfim, fica a impressão que a série em seu início teve mais sucesso do que o esperado ou planejado, e durante 5 volumes tudo o que o autor fez foi enrolar, expandir além do que a história suportava, até o momento de entregar um final de merda.
Rapaz, que perda de tempo foi isso. Não tive estômago pra ler o epílogo (Tommy Taylor e o Navio que afundou duas vezes).
Mayara & Annabelle Vol. 3 (Pablo Casado, Talles Rodrigues e Brendda Lima)
A saga das duas funcionárias da Secretaria de Controle de Atividades Fora do Comum (SECAFC) do Ceará continua com altas confusões, e agora é a hora de saber um pouco mais sobre o passado e a família de Annabelle. O gibi continua bem divertido (pra quem não conhece, é meio que uma mistura de Máquina Mortífera com a primeira fase – aquela do Yusuke detetive espiritual – de Yu Yu Hakushô). Porém, depois da grande batalha o gibi ficou super corrido, um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo, tudo mudando rápido demais, deixando a parada meio cansativa. Nada que mude a vontade de ler o Vol. 4 (logo!).
Cavaleiro das Trevas – A última cruzada
Rapaz, é impressionante como tudo que envolve esse “novo” Cavaleiro das Trevas é picareta. Se já não bastasse a série principal, uma lenga-lenga sem fim que se recusa a sair do lugar, essa edição especial reconta “Morte em Família” sem qualquer razão de ser (e com altos furos). O único destaque é a arte do Romitinha, aqui digna dos velhos tempos.
Um sinal inconteste do estabelecimento da Age of Bazzinga é a Panini lançar essa HQ em capa dura. É um gibi legal e só, sem qualquer sentido pra esse acabamento, a não ser atender ao colecionadores de lombada.
BÔNUS TRACK: Por que cargas d’água uma indígena brasileira chama “onça” de “jaguar”?
SHAZAM: Com uma única palavra mágica… (Novos 52)
Tava receoso demais com esse Shazam N52 (principalmente por conta do sorriso de tarado que o Gary Frank desenha o Cap. Marvel), mas fiquei bastante surpreso com a HQ. Geoff Johns entrega uma boa aventura da Sessão da Tarde dos anos 80! A mudança de personalidade no Billy Batson faz todo sentido para a narração natalina de “redenção pelo amor”. O Dr. Silvana do Gary Frank é um Lex Luthor caolho.
Gibi bem bacana, que se não tivesse sido recomendado por muita gente eu teria passado batido. Noelle faz uma mistura de alta tecnologia num cenário medieval mais loka que o desenho do He-Man, pra contar a história de Nimona, a ajudante de super-vilão mais fora da caixinha desde os Minions. Recomendo pra caralho.
Orixás: do Orum ao Ayê, de Alex Mir, Caio Majado e Omar Viñole
Gosto muito do Alex Mir, mas acho que ele acabou fazendo uma leitura muito cristã dos Itans (os mitos iorubá). O Orum é uma espécie de Éden, Odudua é meio que um irmão invejoso, Exu parece um mal a ser evitado e Oxalá é um “jeová”: poderoso, vaidoso e meio vingativo.
Achei que a arte do Caio Majado tb não ajudou muito, e a anatomia de todo mundo é bem parecida.
Enfim, mas era um esforço inicial e pioneiro. Vamos ver como serão os trabalhos da dupla sobre o tema mais recentes, mais maduros.
Gavião Arqueiro – Pequenos acertos
Às vezes a gente precisa de um bom gibi a moda antiga, daqueles que são simplesmente divertidos e só. Sem grandes reflexões (no máximo uma bagunçadinha formal aqui e ali). Recomendo (ainda que a arte do Francavilla seja uma merda, parece que ele está desenhando com o cotovelo).
Gaviã Arqueira – Vingadora da Costa Oeste
Oi Meninas! No vídeo de hoje eu vou mostrar como o Matt Fraction transformou um gibi despretensioso e divertido numa história infantilóide, abarrota de deus ex machina e enchedora de linguiça! É um minutinho!