Calma, calma, calma, CALMA.
Já sei o que você está indo escrever nos comentários.
Ain, Lojinha filha da puta, adorador de My Little Pony, agora vai fazer resenha de uma revista de menininha.
Primeiro: Eu parei de assistir My Little Pony na metade da segunda temporada, mas meu altar da Flutter Shy continua.
Segundo: Leia tudo isso porque quero convencer você, machão do caralho, a ver Academia Gotham como ela é. Uma excelente revista sobre adolescentes.
Quando os Novos 52 começaram, Scott Snyder e Greg Capullo deram uma entrevista dizendo que iriam se focar em Gotham na sua passagem pelo Batman. Pelo que eu li no primeiro arco, o da Corte das Corujas, parecia realmente que estavam indo por esse caminho, mas nenhuma das outras revistas do universo Batman soava interessada nessa história.
Até que apareceram os roteiristas Becky Cloonan e Brenden Fletcher que, aliados ao desenhista Karl Kerschl, vieram com a seguinte proposta: uma história sobre adolescentes e estudantes em uma academia de Gotham. Com isso, teríamos uma revista baseada na cidade do Batman sem influência direta do Morcego ou de outros heróis.
Parece idiota para você? Bem, parece ótimo pra mim, então vamos continuar.
A revista conta a história de Olive Silverlock, uma garota que sofreu um acidente até então desconhecido no verão passado e acabou se afastando de tudo e todos, inclusive do namorado, Kyle Mizoguch. Infelizmente ou não, a Academia Gotham tem uma política bizarra: os estudantes do segundo precisam ser os guias dos novatos, e por causa disso Olive tem que cuidar da irmã de Kyle, a hiperativa Maps. Enquanto as duas tentam se dar bem, precisam descobrir os mistérios da Academia, que inclui fantasmas, cultos bizarros e passagens secretas à granel.
Soa como sua típica história de adolescente? Bem, é exatamente isso, e os personagens não saem muito do esquema. Olive é aquela adolescente calada, Maps é a nerd infantil, tem a garota chata, os delinquentes, até um garoto bonitão vampiro. De início, todos são clichês tremendos, mas Academia Gotham faz um belo trabalho de construir em cima da personalidade deles, acrescentando dilemas e outras faces para todos. Até mesmo Olive, que começou bem chata e misteriosa até demais, melhorou bastante no fim do encadernado.
Contudo, algumas dessas mudanças soam meio forçadas. Você tem os personagens que parecem ser os vilões babacas no início, e a virada deles para o “time do bem” é bem aleatória. Contudo, não chegam a incomodar tanto, e acabam contribuindo para a história simples. Os diálogos também estão muito bons, sem transparecer que foi um adulto que escreveu falas de adolescentes, embora possam parecer bem bobos em algumas situações.
A arte de Karl Kerschl, contudo, é a melhor parte da revista. Ele trabalha muito bem o estilo da revista, sabendo trabalhar com ambientes mais sombrios quando necessário e focando na expressão dos personagens. É o tipo de arte que encaixa perfeitamente com a proposta do roteiro, e é auxiliada pelas excelentes cores do estúdio Geyser, com auxílio de Dave McCraig.
De resto, Academia Gotham cresce bastante em suas seis edições presentes no encadernado, e te deixa animado para as futuras edições. Não é algo inovador ou extremamente complexo, mas sim uma revista divertida e que te entretém. Ain, mas é de adolescente menininha. Olha, provavelmente esse foi o público-alvo, mas ela funciona para o restante das pessoas. É só deixar de lado esse preconceito idiota e ler algo extremamente superior à maior parte das revistas no mercado.
Nota: 8,5.