Filmes que nunca serão: Superman Flyby, de J.J. Abrams

Lá nos idos de 2002, época em que espero que todos vocês já eram nascidos e tinham algum entendimento do mundo (caso contrário, sai do Mdm menino que aqui tem muito nome feio e mulépelada, e tua mãe vai te bater se te pegar aqui), a Warner estava, como sempre, tentando fazer um projeto para um novo filme do maior herói da DC Comics: O Super Homem.

Vindo na esteira do fracasso da produção de Superman Lives, que acho que todos concordamos que foi para o bem maior, e do sucesso da trilogia Matrix, a Warner estava louca para ter um novo hit nas mãos. Para isto, ela resolveu contratar um roteirista relativamente desconhecido na época: O rei do lens flare, J.J. Jameson Abrams, que na época tinha como sua maior conquista ter escrito o roteiro de Armageddon (aliás, vendo o IMDB do Abrams, vi que ele vai dirigir um filme sobre Portal? Má como é que pode uma coisa dessa? Me explica essa porra, Batema!). E então esse gênio dos roteiros produziu um roteiro digno da sua obra prima, Prometheus. Se o seu inglês nórdico dá conta, os caras do Mr. Sunday Movies fizeram um video explicando mais ou menos qual era a do roteiro do filme, senão espere o resuminho do titio Maximus:

O roteiro que o JJ produziu era para um filme chamado Superman: Flyby (ou Superhomi: Comprador de Moscas) e contava uma história um pouquiiinho diferente da do Clark Kent que a gente conhece: O filme contaria uma história de origem do Super, começando com uma guerra civil em Kripton, em que Jor-El tem uma disputa com seu irmão Kata-Zor (não devia ser Kata-El? Será que é filho do segundo casamento da mãe do Jor-El? Ou será que era Kata-Zor-El, possivelmente então o pai da Supermoça?) e acaba sendo preso, mas não sem antes mandar seu filho Kal-El para a terra. Um detalhe importante aqui: Neste roteiro, Kripton não explode! Jor-El acaba apodrecendo na cadeia, e seu filho Kal é criado pelos Kents. Só que esta criação também seria ligeiramente diferente. Nas palavras do JJ:

“Eu tentei enfatizar na estória é que os Kents encontraram esse garoto, cheio de poderes, que acabaria matando eles mais cedo ou mais tarde. E esses pais, para sobreviver, teriam que ensinar este garoto a se conter e não ser tão rápido, forte ou poderoso. O resultado disto seria, psicologicamente, seria um medo de si mesmo, dúvida e vergonha das suas capacidades. Levar isto para a vida adulta seria um perfil psicológico fascinante de alguém que não fingia ser Clark Kent, masque virou uma pessoa incapaz de aceitar quem era e qual o seu destino. A idéia do filme é que ele virou o Superman porque ele percebeu que finalmente tinha que controlar a sua própria força.

Depois do Super crescer, a terra é atacada por Ty-Zor, filho do Kata-Zor, e mais três kriptonianos. O Super leva um pau deles, com a ajuda do Luthor que, ao contrário do que o video diz, não é um kriptoniano, pelo menos até onde eu li no roteiro. O Luthor achou, no passado, uma nave kriptoniana com um soldado enviado para matar o Kal-El, que contudo morreu ao chegar na terra, devido à kriptonita que é usada como combustível para a nave. Com isto, o Lex usa a tecnologia kryptoniana para ficar milionário, e tem conhecimentos avançados da cultura de Krypton e da existência de Kal-El. O Super é então morto pelo Ty-Zor, o que faz com que o Jor-El tenha um ataque na sua cela, e os dois se encontrem numa espécie de paraíso kryptoniano. Depois o Super volta, o pau come e ele mata geral (meio que por acidente, mas ainda assim). No fim, há uma bizarríssima transferência de poder entre o Ty-Zor e o Lex Luthor, como uma deusa deixa para uma sequência.

Se você tá com tempo livre, tem uma cópia completa do roteiro neste link. Por incrível que pareça, é uma leitura interessante, e tem seus momentos legais.

Agora alguns detalhes sobre a produção: Inicialmente, o diretor seria o jênio McG, que na época só tinha dirigido o filme das Panteras (não os das brasileirinhas). Devido a alguns problemas (principalmente pelo fato das filmagens serem na Austrália e ele ter medo de avião) ele acabou desistindo do projeto, que passou para o diretor do filme preferido do Change: Brett Ratner (que na época já tinha dirigido A Hora do Rush 1 e 2 e Dragão Vermelho). Vários nomes eram cogitados para o papel do Super, como Josh Hartnett (de Xeque Mate)Jude Law, o finado Paul Walker, Ashton Kutcher (!), Brendan Fraser (!!), David Boreanaz (O ANGEL!!!) e o James Marsden (o Ciclope/Cornão de Superman Returns).


Quem seria o melhor Super Homem?

Anthony Hopkins estava cotado para fazer o Jor-El (o que eu acho uma ótima escolha, com o problema talvez sendo só os 20+ anos de intervalo entre o começo do filme e o final), Ralph Finnes como o Luthor versão magriça, o Christopher Walken como Perry White e o Shia Lebouf como Jimmy Olsen (o que, convenhamos, seria uma ótima escolha, já que ele tem cara de merdão necessária). Depois do Ratner dar para trás, o JJ se candidatou para dirigir, mas a Várner cagou para ele e chamou o McG de volta. Ele tava de olho no Robert Downey Jr. para Lex (o que provavelmente mudaria todo o futuro do universo Marvel no cinema) e em duas atrizes para o papel de Lois Lane: Selma Blair e Scarlett Johanson.


Selma Blair vs. Scarlett Johansonn disputando papel da Lois. Peladas no gel, preferencialmente

No fim de tudo, o McG acabou pulando fora, e este filme acabou sendo severamente modificado quando o Bryan Singer Assumiu. Vendo essa putaria toda que este filme seria e pondo tudo em perspectiva, até que Superman Returns não foi tão ruim quanto poderia ser, não é verdade?

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